Tudo ao molho e fé em Deus - Sérvios de deus Ronaldo
Pedro Azevedo
Em tempo de cristianismo no futebol português e mundial, os servos de deus Ronaldo passaram por um martírio aos pés do diabo Tadic, com heroicidade mantiveram a fé e ainda viram um milagre de Danilo acalentar a esperança na vitória. Mas santos há só um, o Fernando, e o segundo milagre ficou por realizar perante uma Sérvia que certamente terá surpreendido Marcel Keizer ao prescindir de um jogador do calibre (?) de Gudelj.
Na verdade, o 2º milagre até podia ter acontecido quando Rukavina - o único que por milagre escapou à ditadura dos "ic" - meteu a mão à bola dentro da área, mas o árbitro preferiu a miopia (ou terá sido uma conjuntivic?) do auxiliar à sua boa visão ao perto, coisa que deixou o Fernando Santos irritadic. É que assim não há fé que assista a um gajic. (nem de propósito, também havia um no banco deles.)
O golo madrugador de Dusan Tadic e a prematura lesão de Ronaldo não inibiram a selecção portuguesa, a qual se manteve fiél ao seu apodo de campeã mundial do futebol sem balizas. É que dominamos sempre a meio-campo e até à entrada da área, mas depois a finalização é tão má que mesmo quando marcamos um golo ficamos a olhar para a repetição para termos a certeza de que não falhámos.
Se calhar a solução passa por não jogar mais no Estádio da Luz: por um lado, os buracos na relva causados pelas toupeiras não ajudam a uma melhor definição das acções ofensivas; por outro, o mimetismo do local parece levar o nosso seleccionador a colocar em campo tudo o que veste (ou já vestiu) de vermelho, única razão que permite entender porque é que Diogo Jota, um dos valores emergentes da Premier League - 7 golos, incluindo dois ao Chelsea e um ao Manchester United, e 5 assistências em 1853 minutos, para além de um sem número de boas exibições - , habituado a jogar solto atrás do ponta-de-lança de serviço (o ex-benfiquista Jimenez, no Wolverhampton) foi novamente preterido, desta vez por um Guedes (2 golos e uma assistência em 1411 minutos, em Espanha) e por um Pizzi (entrou em substituição de Ronaldo), já para não falar da inexplicável opção por Dyego Sousa ou da utilização de Rafa, que até tem sido útil a acelerar o jogo. A manter-se este status-quo, em vez da ‘Selecção de Todos Nós’ temo que venhamos a ser conhecidos como a ‘Selecção de todos os nós’...
Tenor "Tudo ao molho...": Danilo Pereira. Gostei também de Bernardo Silva, quando veio para o meio, e de Pepe na segunda parte, ele que na primeira parte tremeu como toda a equipa perante a exibição diabólica de Dusan Tadic. Cancelo para já o meu apoio a ... (João) Cancelo, jogador que ainda não voltou à forma que o notabilizou na Juventus antes de inoportuna lesão.
(Imagem: O Jogo)