Tudo ao molho e fé em Deus - Noves fora nada...
Pedro Azevedo
Lendo, ouvindo e vendo a imprensa, o Sporting, na era Keizer, chegava a Guimarães depois de só ter disputado jogos amigáveis, ainda que essas partidas envolvessem três jogos do Campeonato Nacional e dois a contar para a Liga Europa, para além de outros dois para a Taça de Portugal. Aparentemente, precisávamos de testes, mesmo que já tivéssemos ganho sem espinhas – cai sempre bem quando contra uma equipa proveniente de uma cidade piscatória - e por duas vezes ao Rio Ave, aquela equipa que ainda hoje foi um duro teste para o Porto, no Dragão. Aliás, não foi só a equipa vilacondense, as caneleiras de Carlos Vinícius também o foram, tantas as vezes que Filipe lhes acertou. Mas, pronto, para a Comunicação Social o Sporting ainda necessitava de um teste e esse seria em Guimarães, adversário bem mais difícil do que aquele que o Benfica hoje defrontou. É que os encarnados do Minho há 10 anos que nem arranham os da Luz…
Para o Sporting era a Prova dos Nove, uma vez que uma vitória sobre o Chaves ainda no tempo de Tiago Fernandes precedia as sete vitórias do consulado de Keizer. E a verdade é que de Guimarães saímos com nada, e de nada (para além das lesões) nos podemos queixar.
Renan defendeu tudo (5 bolas de golo), menos o remate que foi deflectido por um colega. Nos antípodas, Diaby estragou quase tudo aquilo em que tocou nos 90 minutos em que esteve em campo (incluindo o comando de televisão cá de casa que às tantas ousou desafiar a gravidade), tendo na primeira parte conseguido mesmo o pleno. No recomeço, Keizer ainda tentou apostar numa nova máxima leonina: depois do “keep it simple”, agora o “small is beautiful”, opondo Raphinha a um Rafa, numa lógica David contra Golias em que a fisga foi substituída por um penteado de fugir. Não resultou, embora o brasileiro tenha protagonizado as duas maiores ameaças à baliza de Douglas. Quem também não assustou ninguém foi “Jigsaw” Gudelj, incapaz de ligar o jogo ou de, pelo menos, aprisionar os adversários dentro de uma área controlada. “Muttley” Acuña também pouco subiu no terreno e Bruno Fernandes raramente teve a oportunidade de ter bola em terrenos adiantados, algo de que Bas Dost muito se ressentiu.
Enfim, não passemos do oitenta ao oito. Keizer faz o possível mas não é milagreiro. E se só Deus poderia dar sentido ao Diaby, creio que nem Ele poderia transformar Gudelj num Fejsa ou Bruno Gaspar num Maxi. Boas Festas para todos!
P.S. Ao vê-lo desejar a todos um Bom Natal, apercebi-me de que gosto mais da pronúncia de Marcel Keizer do que a da juíza Ana Peres...
Tenor “Tudo ao molho…”: Renan