Tudo ao molho e fé em Deus
O Pinheiro do Paulo Sérgio
Pedro Azevedo
Nos jogos do Sporting há regras específicas para a marcação de grandes penalidades. Pegando no adágio popular que diz que um é pouco, dois é bom e três é demais, se um jogador der duas cambalhotas após um ligeiro encosto então os senhores do apito marcarão o castigo máximo. Foi o que aconteceu ontem com Galeno. Todavia, se um futebolista ousar triplicar o número de reboladelas no chão, como aliás o Paulinho amiúde faz, então o árbitro será tentado a deixar seguir. Quer dizer, a vontade de dissimular é igual, em ambos os casos os jogadores teatralizando a morte iminente na esperança de que o padre de serviço avance com a extrema unção, mas o resultado final marcará toda a diferença. Nem que para tal tudo tenha de ser ungido com a benção e alto magistério do VAR de plantão, claro, ou não tivesse já há muitos anos o Paulo Sérgio diagnosticado correctamente o nosso problema: falta-nos um Pinheiro, é o que é, ontem como hoje. Especialmente um daqueles que não seja manso, como tal originário de um certo velho mundo, de casca grossa e raízes profundas e tentaculares. Tudo o resto, não sendo de todo negligenciável, é uma treta. Como a questão dos erros individuais ou a do... ponta de lança. (Pensando bem, ganhar assim seria, isso sim, uma grandíssima treta.)
Tenor "Tudo ao molho...": Matheus Nunes