Tudo ao molho e fé em Deus
Dinamatheus
Pedro Azevedo
Com o Rúben Amorim a degustar ao jantar o Mestre da Tactica com 3 batatinhas e o Matheus Nunes a recordar-nos que o Ruca é uma estorinha para embalar meninos, o Sporting venceu sem espinhas na Luz. Durante a semana muito se havia falado das ausências de Palhinha e Coates, como se o Sporting, à laia da B SAD, se fosse apresentar apenas com 9 jogadores em campo. Acontece que o Ugarte e o Neto jogaram mesmo, e o uruguaio destacou-se em particular pela audácia com que encarou o seu novo habitat, não deixando crescer a relva à sua volta. Depois, os movimentos entre-linhas de Pote, a utilização por parte de Sarabia da via verde na auto-estrada existente entre Lázaro (mais tarde, Cebolinha) e André Almeida e a capacidade de pressão alta de Paulinho ajudaram a cavar a diferença. De tal forma que só por sorte o Benfica não chegou ao intervalo a perder por 2 ou 3 golos, algo visível para todos os espectadores excepto para o Mr Magoo que se sentou no banco dos encarnados. Com muitas soluções entre os suplentes para refrescar a equipa, no segundo tempo o Benfica cresceu na partida. Mas então entrou em acção Matheus Nunes: foram duas cavalgadas (eu já tinha dito que ele é um Mustang) de 50 metros que dinamitaram e aniquilaram por completo a resistência encarnada, a primeira concluída com um passe de ruptura(!) a servir de bandeja Paulinho, a segunda directamente a pô-lo na cara do golo e assim permitir-lhe sentenciar o jogo. O que deixa a seguinte questão: quão mais tempo conseguiremos manter o Matheus afastado da cobiça dos gigantes europeus? É que ele assentaria que nem uma luva no Liverpool de Klopp, por exemplo. Bom, mas isso só acontecerá numa das próximas janelas de transferências, por isso desfrutemos ao máximo dele enquanto podemos. Todavia, será possível ter saudades de alguém ainda presente? Eu já tenho. Ah, e não esquecer o Gonçalo Inácio! Vinte aninhos apenas, mas uma saída de bola a fazer lembrar o Kaiser Beckenbauer e uma coordenação da linha defensiva que deve ter rebentado de orgulho o grande capitão Coates. E assim, com este espírito e esta classe, vai crescendo a onda Sporting. Na crista, a surfá-la com maestria, está o Amorim. Deus o guarde connosco por muitos anos, que não há preço para a felicidade e a alegria nos lábios de crianças e de adultos que há muito já mereciam isto.
P.S.1. Qual a diferença entre o golo de Sarabia e o tão aclamado golo de Bernardo Silva a meio da semana?
P.S.2. Sem querer "puxar o saco", já dizia o Cruijff que os sacos de dinheiro não ganham jogos.
Tenor "Tudo ao molho...": Matheus Nunes. Paulinho, Sarabia, Gonçalo Inácio, Ugarte e Pote (anormalmente perdulário na finalização) estiveram também em excelente plano, mas todos os utilizados passaram no teste.