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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

21
Fev21

Tudo ao molho e fé em Deus

20.000 Léguas Submarinas


Pedro Azevedo

Caro Leitor, depois de superadas as batalhas da Choupana, Leiria, Bessa ou Barcelos, o Sporting saiu vitorioso de um novo confronto disputado debaixo de água. Com a fatalidade triunfante do costume, a despeito dos estrategas adversários andarem a esfregar abundantemente as meninges, o que leva uma pessoa às tantas a interrogar-se se o que lhe têm vindo a servir é a realidade ou se se trata apenas de mais um capítulo das 20.000 Léguas Submarinas do Júlio Verne reescrito por um jovem guionista chamado Rúben Amorim.

 

Bem sei, os nossos vizinhos andam há muito tempo a dizer que estão uma década à frente da concorrência, pelo que irmos buscar algo que foi originalmente escrito há mais de século e meio atrás soa a regresso ao passado. Só que Verne era um visionário, o que pressupõe que o cenário das 20.000 Léguas Submarinas fosse o futuro. Quer dizer, era o futuro em 1859, mas o mais extraordinário é que é o presente em 2021. E é também o futuro no presente, tantos são os elementos de juventude inseridos nesta ficção (ou será a realidade?).

 

Se isto me deixa confuso, imagine-se o sentimento que provoca à esmagadora maioria dos observadores. Estes, apostados em livrar Portugal da aberração estatística que tem vindo a ser esta temporada, dividem-se entre os que, aproveitando tanta água, lançam o canto de sereia destinado a nos fazer mudar de rumo e desconcentrar no meio de tanta adulação e os outros que, semana após semana, preferem ver em cada novo confrontante um Bayern de Munique. Estes últimos durante esta semana decretaram até um alerta amarelo, anunciando ao mundo a destreza portimonense nos momentos estratégicos. Foi debaixo desta onda de motivação que o Yellow Submarine do Professor Paulo "Aronnax" Sérgio zarpou da Praia da Rocha e seguiu com destino a Alvalade. 

 

A recebê-los estava o capitão Nemo Coates e o seu Náutilus, a versão verniano-amorinesca da arca de Noé que vem abrigando todos os Sportinguistas do dilúvio sempre pré-anunciado. Debaixo de água, isolando o ruído, Amorim encontrou no Náutilus a forma ideal de manter a tripulação leonina longe dos ecos que vêm de terra e extremamente concentrada. Ontem, tal voltou a ser absolutamente explícito. Noutros tempos, o simples facto de a armada confrontante ser liderada por um Beto e um Boa Morte seria pretexto mais do que suficiente para pensarmos tratar-se de um ataque fofinho e não hostil e relaxarmos até ao ponto do abalroamento fatal que invariavelmente nos deixaria a "andar (nadar) ó tio, ó tio" Ricciardi na (des)esperança de encontrar um salva-vidas. Mas agora não. Assim, mal avistámos o Yellow Submarine, enquanto Feddal, Inácio e Adán tratavam de executar as necessárias manobras de defesa e Santos se destacava pela hiperactividade habitual (energia nem sempre bem canalizada, mas capaz de contagiar quem o rodeia), logo lançámos o torpedo Palhinha contra eles. A refrega acabou por se resolver em poucos minutos, o que não deixou de ser um alívio para quem tanto tem sofrido de ansiedade, umas vezes real, outras vezes ficcionada após observadas as manobras de outros contendores. 

 

E assim vai prosseguindo a epopeia que tanto está a pôr em causa o sistema métrico por onde se mede o futebol português. Indiferentes às últimas décadas do nosso futebol, os jornalistas perguntam por que é que o Náutilus não emerge e se assume. Visto pelo nosso prisma, a coisa topa-se à légua...

 

Tenor "Tudo ao molho...": João Palhinha

palhinhaportimonense.jpg

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