Trio de ataque
Pedro Azevedo
Portugal tem hoje não apenas um, mas 2 jokers. Para além de Cristiano Ronaldo, agora há Bernardo Silva. Ambos são insubstituíveis, constatação que até os paralelepípedos da minha rua sabem ser verdadeira. Na fase de grupos da Liga das Nações, quando não houve Ronaldo, emergiu Bernardo. Com ele ultrapassámos Itália e Polónia e apurámo-nos para as meias finais. Depois, Ronaldo regressou e deixou a sua marca (um "hat-trick") nos helvéticos, classificando-nos para a final. A qualificação para o Euro também foi marcada pelos dois. Foram as assistências de Bernardo e os golos de Ronaldo que nos catapultaram para a fase final.
Esta apreciação não visa desvalorizar o trabalho de ninguém. Todos deram tudo, simplesmente Bernardo está hoje para Ronaldo como Garrincha estava para Pelé no escrete do início dos anos 60. Valha a verdade que Bernardo demorou a impor-se. Durante algum tempo as coisas simplesmente não lhe saíam no espaço da selecção. Sem ele ganhámos o último Euro e com ele deixámos o Mundial nos oitavos de final. Por ironia, esse jogo com o Uruguai foi o grito de Ipiranga de Bernardo, o seu primeiro jogo de categoria por Portugal.
Nós, Sportinguistas, aguardamos algo do género com Bruno Fernandes: a um começo tímido também deve suceder a súbita explosão. A imensa classe que presidiu à extraordinária execução técnica aquando do primeiro golo ao Luxemburgo é um sinal de que esse processo estará em curso. E aí, meus amigos e fieis Leitores, se Bruno fizer saír o génio da lâmpada e o juntar à estirpe de Bernardo e Ronaldo seremos imbatíveis no próximo Europeu. Assim o melhor Bruno de quinas ao peito chegue a tempo ao desafio com a (sua/nossa) história.