A lenda de Maia
Pedro Azevedo
Quase a completar 48 primaveras, Miguel Maia é uma lenda do voleibol nacional. Do seu currículo constam 16 títulos de campeão nacional, mais 7 do que os alcançados pelo FC Porto e mais 3 do que os ganhos pelo Técnico - dominador desde o final da 2ª Grande Guerra até meados dos anos 60 - e pelo combinado de Sporting e Benfica juntos. Se Miguel fosse um clube, seria o segundo mais titulado de sempre, só superado, e por curta margem, pelo Sporting de Espinho (18 campeonatos). Distribuidor na quadra, assim também o tem sido no que concerne aos clubes pelos quais vai vencendo a prova máxima do voleibol português. Entre a Costa Verde e Alvalade, ganhou 11 campeonatos pelo Sporting de Espinho, 1 pela vizinha Académica e 4 pelo Sporting Clube de Portugal, numa carreira marcada pela simbologia do verde, ele que sempre se assumiu sportinguista de coração.
Quarto classificado em dois Jogos Olímpicos consecutivos (1996, 2000) na variante de Beach Volley, venceu com o Sporting de Espinho uma taça europeia (Top Teams, 2000/01) na variante indoor.
Ontem, no primeiro jogo da final do campeonato nacional, Miguel Maia voltou a ser decisivo. Do outro lado estava o Benfica, clube a quem o Sporting ainda não tinha vencido nos 3 jogos disputados esta época (2 para o campeonato e 1 para a Taça), mas a experiência e qualidade de Miguel e Denis (duo que será nonagenário este ano), associadas à potência e colocação de Bojic trocaram as voltas ao rival. No final, uma vitória leonina. E por 3-0!
Com esta vitória, o Sporting desloca-se no próximo fim de semana ao pavilhão da Luz para disputar duas partidas frente ao Benfica com a certeza de que não perderá a série aí. Caso ganhe um dos jogos, então terá a oportunidade de resolver a final no Pavilhão João Rocha. No cenário ideal, se vencer as duas vezes, sagrar-se-á campeão nacional pela sétima vez na sua história, o que seria a décima sétima (!) de Maia.