Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

23
Out20

Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay


Pedro Azevedo

Sancho Pança dizia ao seu mestre "yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay". Com esta frase, Cervantes colocou na boca do fiél escudeiro de D. Quixote um sentimento por muitos partilhado: não sendo racional acreditar na existência de bruxas, a superstição acaba por fazer temer esses míticos seres do oculto. 

 

O que dizer então da 3ª eliminatória da Taça de Portugal onde o sortilégio colocou frente-a-frente o Fafe e o Vilar de Perdizes? De um lado o Bruxo de Fafe, do outro a aldeia mais mística de Portugal, o jogo (aguardado para o dia 22 de Novembro) promete atrair à cidade do distrito de Braga curiosos interessados em ver bruxos e bruxas, diabos e mafarricos. Todos na esperança de literalmente observarem dentro das 4 linhas aquilo que um adepto Sportinguista figurativamente já há muito se apercebeu: é que, no relvado, o futebol português é solo fértil para o sobrenatural.  

25
Jan19

Deus, o Diabo e a maldição do Leão Rampante


Pedro Azevedo

O futebol é, certamente, um fenómeno que atrai superstições e crendices várias. De Zandinga a Delano Vieira, passando pelos alhos de Oliveira ou encomendas ao General Professor Nhaga, a tudo se recorre quando é importante ganhar. E, claro, se o futebol para muitos é uma "religião", a fé também está sempre presente.

 

Lendo Galeano, deparo-me com um conjunto risível de episódios que marcaram o futebol brasileiro. A narrativa começa no Vasco da Gama, decorria o ano de 1937. Numa noite chuvosa, um adepto de uma modesta equipa adversária (Arubinha) enterrou um sapo e lavrou uma maldição: "o Vasco não ganhará o campeonato nos próximos 12 anos". Durante anos, funcionários, fãs e até jogadores cavaram a terra à procura do sapo. Sem sucesso! O clube dos portugueses do Rio foi comprando os melhores jogadores do Brasil, mas os resultados deixaram de aparecer. Até que em 1945, o clube conseguiu finalmente ganhar o Estadual, após 11 anos de seca, o que levou o seu presidente a declarar que Deus lhes tinha feito um pequeno desconto. 

O segundo episódio passou-se com o Flamengo, o mais popular clube do Brasil. Os seus fãs ansiavam por um título e, em 1953, foram falar com um padre católico. O Padre Góis garantiu a vitória desde que os jogadores assistissem a uma missa antes de cada jogo. A verdade é que o ‘Fla’ venceu o campeonato nos 3 anos seguintes, o que levou os seus rivais a apresentarem queixa junto de um superior do padre, o Cardeal Jaime Câmara. Ao quarto ano, o Flamengo não ganhou. Consta que os jogadores nunca mais compareceram na igreja onde o padre celebrava a missa. 

O terceiro exemplo relaciona-se com o Fluminense. O Padre Romualdo obteve autorização do Papa para se associar ao ‘Flu’. O sacerdote passou a assistir a todos os treinos do "Pó de arroz", embora os jogadores não gostassem da sua presença. Já decorriam 12 anos desde o último troféu do Fluminense e os atletas associavam o padre a um grande pássaro negro, sinal de má sorte. Muitas vezes gritavam-lhe insultos, desconhecendo que o Padre Romualdo era surdo desde nascença. Um dia, o Fluminense começou a ganhar. Um campeonato, depois outro e outro...Então, os jogadores exigiram à Direcção só treinar na sombra do padre. Após cada golo no entreinamento criaram o hábito de beijar a sua batina. Aos fins-de-semana, o padre passou a assistir aos jogos na Tribuna de Honra, muitas vezes inclusivé bramindo a sua ira contra o árbitro e os jogadores da equipa adversária(!). 

 

Vem isto a propósito de um longo ciclo sem vitórias do Sporting no campeonato nacional. Que se segue a um anterior de 18 anos. Tudo isto ajudando a que não tenhamos ganho um campeonato em ano ímpar desde 1953. Há 66 anos, portanto. Não sei, mas mal não faria se mandassemos benzer balneários, bancadas e relvado, não Vos parece?

scp.png

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mensagens

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D

Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Siga-nos no Facebook

Castigo Máximo

Comentários recentes