Tudo ao molho e fé em Deus
Macedónia sem Norte
Pedro Azevedo
Ao princípio eles queriam ser só Macedónia, orgulhosamente assim evocando os tempos de glória de Alexandre, O Grande. Mas os gregos vetaram e sugeriram que fossem à procura do Norte. Como a história muitas vezes se recria, voltaram agora desejosos de emular de novo a Grécia antiga, desta vez a do não assim tão longínquo ano de 2004, que contra todas as previsões fez furor nesse Europeu. Para tal deixaram pelo caminho a nóvel campeã europeia, a Itália, de Garibaldi, herdeira de um Império Romano que, curiosamente, teve a Macedónia como sub-divisão administrativa, depois de já terem causado um escândalo ao imporem a terceira derrota em casa - a primeira foi sonhada por Torres e concretizada nos pés de Carlos Manuel em Estugarda - da história à tetra-campeã mundial Alemanha, em jogos a contar para a qualificação de campeonatos do mundo de futebol. E assim vieram até Portugal, desejosos de voltarem a surpreender. Só que do outro lado encontraram uns lusos hesitantes e que não assumiram o ataque relâmpago. Incrédulos, os macedónios (do norte) viram-se em zonas do terreno habitualmente por si inexploradas. E tomaram-lhe o gosto, vivenciando um inusitado conforto com bola. Afinal, foi só uma ilusão, e o surpreendente acabou surpreendido. Bastaram para tal dois contra-ataques fulminantes que permitiram um igual número de pontapés certeiros de Bruno Fernandes. Isso, bem como uma exibição imaculada de Pepe, o General, imperial em todas as suas acções. No fim, os portugueses celebraram Fernando, o Grande (O Único, a nível de selecções nacionais). E ainda há quem diga que Santos da casa não fazem milagres... (Se bem que milagre, milagre era estas gerações de grandes jogadores que confluíram aqui ficarem fora deste Mundial, o quinto de Cristiano Ronaldo.)
Tenor "Tudo ao molho...": Pepe. Menção honrosa para Bruno Fernandes pelos golos (melhorou a sua exibição no segundo tempo)