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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

26
Jul21

Tudo ao molho e fé em Deus

Esplendor na relva


Pedro Azevedo

Do Olimpo do mundo da bola onde só os grandes vivem, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano deverão ter escutado  embevecidos a musica que os jovens Leões de Portugal executaram no relvado do José Alvalade. Do outro lado estava só o semi-finalista da edição de 19/20 da Champions (que nessa caminhada eliminou a Juventus e o Manchester City), o Lyon, os Leões de França, mas o Sporting foi sempre francamente superior e na savana de Alvalade ficou até aquém de expressar no resultado final o avanço no seu processo de jogo. 

 

As coisas nem começaram especialmente bem: Paulinho fez-me evocar saudosamente o Mário Jardel (no ar era um médico legista, cada sua cabeçada cumprida com a formalidade de uma certidão de óbito) - actualmente de férias no nosso país - quando não conseguiu que um seu cabeceamento (excelente centro de Esgaio) se enquadrasse com a baliza, e na resposta o Lyon marcou em jogada que Feddal não acompanhou devidamente. Mas os nossos leões não desistiram e logo voltaram a ficar por cima. Tudo começou na arte e magia contida nos pés de Jovane Cabral, a tal suposta arma secreta que é na verdade o segredo menos bem escondido do futebol nacional. O homem é um craque, e quando com confiança pinta a manta. Na ocasião fez-se notar pela primeira vez no encontro através de um soberbo passe de trivela a isolar Pote na meia direita. Este, altruísta, quis dar a Paulinho, mas o passe saiu sem chama. O que se sucedeu foi um momento digno dos apanhados, com um defesa francês a chocar contra o seu próprio guarda-redes e a bola a ficar ao alcance de Paulinho para uma finalização fácil. O mesmo ponta de lança poderia ter voltado a marcar depois de uma assistência açucarada do pasteleiro Matheus Nunes, mas Anthony Lopes e o poste congeminaram para negar o golo ao avançado natural de Barcelos. Foi galo!

 

Não tardaria a vantagem leonina no desafio: o nosso jovem Beckenbauer (Gonçalo Inácio) meteu o GPS e encontrou o Pote de Ouro ainda antes do arco-iris que se formou à entrada do meio campo gaulês. Isolado, o Pote só teve de correr na direcção do guarda-redes, finalizando com um daqueles passes à baliza que tanto convocam a arte de Deco (Art Deco) ao seu jogo. Com o reatamento veio o massacre. O Sporting investia com tudo e só a deficiente pontaria leonina ou a inspiração de Lopes iam evitando a goleada. Fulgurante, Jovane teve uma brilhante arrancada na esquerda finalizada com um não menos cintilante passe para o segundo poste que foi ingloriamente desperdiçado. E depois veio o golo da tranquilidade, uma jogada tantas vezes repetida na época passada que continua a resultar: Nuno Mendes, sobre a esquerda, variou o centro de jogo para a direita, Pote reendereçou a bola para o centro e Paulinho desviou para as redes desertas. Aturdidos, os gauleses só queriam que o jogo acabasse e o quarto golo apenas não chegou por uma questão de uns poucos centímetros a mais no tamanho da bota de Tiago Tomás. 

 

Com as substituições e a saida do gigante Adamastor (Palhinha) do terreno de jogo, a partida perdeu algum ritmo e o Lyon conseguiu finalmente jogar no nosso meio campo. Tempo então para o reencontro do nosso velho conhecido Slimani com o golo em Alvalade. Comme il faut(!), ainda que na baliza errada. Foi o último suspiro de um jogo que merecia ter tido público. Os nossos leões e o Slimani certamente não teriam enjeitado os justos aplausos provenientes das bancadas. Agora segue-se a Supertaça. É já a 31, em Aveiro (depois de um confronto de leões, teremos uma disputa entre Sportings). Aí leões!!! (Lá em cima, no Olimpo, os Violinos sorriem.)

 

Rugido de Leão: Pote. Jovane e Paulinho seriam excelentes opções. Este trio promete...

 

P.S. Uma curiosidade: 10 dos 17 jogadores utilizados ontem à noite são canhotos. Com tanta predominância da esquerda é caso para se dizer que o marxismo-leoninismo do futebol do Sporting segue a todo o vapor. Agora é só esperar que não seja ninguém apagado da fotografia oficial (o que não será fácil dada a conjuntura económico-financeira). 

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25
Jul21

Violinos e outras histórias


Pedro Azevedo

A nostalgia inerente à memória da música sublime dos Violinos  enquadrará  hoje a recepção dos Leões de Portugal aos Leões de França. Quando Sporting e Olympique Lyonnais (Lyon) se começarem a defrontar a partir das 20h00, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano serão apenas uma recordação, mas já em relação ao sistema de jogo poderão haver reminiscências desse passado de glória dos Violinos sob a batuta de Cândido de Oliveira ou Robert Kelly. Sendo certo que o Sporting de Ruben Amorim adoptou primordialmente o 3-4-3 (3-4-2-1), o WM (3-2-5) dos Violinos (Cândido, amiúde, recuava Travassos para organizar o jogo a partir da linha média, transformando o sistema num 3-3-4) chegou a ser usado em emergência, como aquando da recepção ao Gil Vicente. Aí Jovane, Tiago Tomás, Sporar, Pote e Nuno Santos acabaram por fazer a diferença. Fazer a diferença, algo indispensável a quem sirva o Sporting Clube de Portugal. O ano passado equipa e Estrutura estiveram a nível desportivo à altura desses pergaminhos. Que este ano tudo volte a correr pelo melhor e, se possível, que comece já hoje, com o nosso Onze a homenagear em campo aqueles que Tavares da Silva baptizou como "Os 5 Violunos". Aí Leões (de Portugal)!!! (Como diria o saudoso António Silva.)

 

P.S. Nos anos 50, a Hungria de Puskas viria a abdicar do WM por via da introdução do 4-2-4. Hidegkuti era o seu Travassos, o homem que baralhava as marcações. O recuo de um dos médios para a linha defensiva fazia o resto. 

15
Jul21

Tiago Ferreira e Gonçalo Esteves em destaque


Pedro Azevedo

O jogo de preparação com o Portimonense valeu sobretudo pela revelação de dois jovens muito promissores. Falo-vos de Tiago Ferreira, filho do ex-setubalense Mamede e dotado de um pé esquerdo que parece ter uma tenaz na ponta, e de Gonçalo Esteves, o irmão do portista Tomás Esteves que não se limita a dar profundidade no corredor e foi visto por diversas vezes a bolinar (45º) na direcção do meio campo adversário. Confesso-vos que fiquei com água na boca...

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06
Jul21

O Vinagre e a confraria dos azeites


Pedro Azevedo

Enquanto uns vão para a Mealhada dar conta de que estão com os azeites, com outro tempêro o Sporting (a fazer fé nos jornais) mandou vir de Famalicão o Vinagre. Do meu ponto de vista, em termos desportivos, trata-se de uma excelente contratação, vis-a-vis a iminente saída de Nuno Mendes e a nóvel exigência competitiva de quem irá disputar a Champions. Como também o seria Ugarte, um jovem uruguaio que alia boa visão de jogo com o transporte de bola requerido a um box-to-box. 

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05
Set20

Notas breves sobre o jogo de ontem


Pedro Azevedo


  • A equipa deu uma boa resposta num jogo com um grau de intensidade superior aos dois anteriores;

  • Wendel, Jovane e Palhinha foram as figuras do Sporting. Coates foi o melhor defesa;

  • A boa exibição de Palhinha não deve, à boa maneira portuguesa, ser depreciativa para Matheus Nunes. Ambos têm lugar no plantel, porém as suas características são diferentes: enquanto Palhinha é um jogador que ataca o portador da bola, Matheus fecha o espaço. Com bola, Matheus tem maior visão periférica e capacidade de passe à distância, Palhinha distingue-se pela simplicidade das suas ações e é eficaz no passe curto que quebra a primeira linha de pressão adversária. Ontem, com Matheus em campo a equipa poderia ter ganho vantagem no marcador não fora a deficiente finalização de Jovane e Tiago Tomás. Com Wendel mais expansivo, Matheus distinguiu-se pelo equilíbrio que deu. A realidade é que o Valladolid não teve uma única oportunidade de golo. Concordo, no entanto, que Matheus não fez um jogo exuberante. O que me dá confiança nele é que os melhores jogos que lhe vi foram contra os grandes, Porto (melhor em campo) e Benfica (teria sido o melhor em campo não fora aquele bico da sua bota branca a pôr Vinícius em jogo). Seja como for, Palhinha dá poder de choque e com a sua entrada a equipa melhorou. Obviamente, é mais um jogador da nossa Formação que eu gostaria que ficasse;

  • Feddal mostrou o melhor e o pior que já lhe vira no Bétis. Ofensivamente, distingue-se pelo seu poder nas alturas. Ontem, acrescentou uma excelente colocação na sua cabeçada de que resultou o golo do nosso momentâneo empate. Porém, defensivamente cometeu 2 ou 3 erros básicos. Na primeira parte, perdeu o duelo nas alturas com Gassama, mas o remate saiu à figura de Adán. No segundo tempo, mostrou o seu imprudente tempo de entrada aos lances e levou um cartão amarelo. O penalty que concedeu foi uma ingenuidade difícil de entender a este nível. Um sinal positivo foi a reacção ao erro, indo à outra área com personalidade corrigi-lo;

  • Porro mostrou bons pormenores ofensivos. O jogo não deu para o testar defensivamente;

  • Antunes não deu à equipa ofensivamente aquilo que Porro deu. Além disso, pela segunda vez consecutiva o Sporting sofreu um golo em desequilíbrio nascido pelo seu lado;

  • Tiago Tomás parece jogar com a mesma naturalidade que lhe vi nos juvenis e sub-23. Excelente pormenor a isolar Jovane em lance que terminou com penalty a nosso favor;

  • Jovane não perdeu a sua melhor característica de ir para cima dos defesas. Ontem, semeou o pânico em três ocasiões, marcou um golo e deu outro incorrectamente anulado. Senhores árbitros, até na pré-época temos de levar com estas decisões? É que já com o Belenenses SAD houve no mínimo 3 foras-de-jogo não assinalados aos de Belém.

29
Jul19

Tudo ao molho e fé em Deus - Violinos por Rabecas


Pedro Azevedo

Desloquei-me ao José Alvalade para ver o troféu que homenageia os 5 Violinos, mas em tempo de vacas magras tive de me contentar com 5 Rabecas, uma versão mais tosca e com menos padrão de qualidade que o Sporting de Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. O departamento de marketing do clube deveria fazer algo sobre isto, pois a presença em campo hoje de Borja, Vietto, Ilori, Diaby e Eduardo tem de ser vista como publicidade enganosa. Deste modo, terminámos este ciclo antes das competições oficiais sem vitórias, o que não sendo dramático nem me impedindo de sonhar em ganhar a Supertaça, transformou o antigo dirigente Carlos Barbosa num visionário. É que no seu tempo ele previu que Benfica e Porto deixariam de ser oposição para nós, passando o Real Madrid a sê-lo. Atendendo à pré-época de cada clube, dir-se-ia que o objectivo foi amplamente conseguido. Porém, não dramatizemos, o defeso é uma época de experiências e Keizer provou ser um cientista convicto disso mesmo, pelo que o importante é a equipa aparecer em campo sem equívocos no próximo Domingo.

 

Olhando para a prestação dos jogadores quando a equipa tem a bola, muitos Leitores não concordarão com o meu destaque pela negativa dado a Vietto e a Eduardo. Compreendo-o. O argentino, após uma primeira parte apagada, teve um belo passe de ruptura a isolar Raphinha na área e uma vistosa abertura a solicitar a esquerda do ataque leonino. Igualmente, o brasileiro foi capaz de transportar a bola com critério até às imediações da área valenciana nalgumas ocasiões. No entanto, a influência de ambos na dinâmica ofensiva da equipa está a anos-luz da observada pela dupla Bruno/Wendel quando joga nas suas posições naturais. E sem bola, tanto Vietto como Eduardo simplesmente não existem, e logo num sector nevrálgico do terreno onde é importante saber defender. Para além disso, como eu já previra num texto anterior, a passagem de Bruno Fernandes para a esquerda acabaria por ajudar os adversários a controlá-lo, bastando para isso não se exporem tanto no ataque quanto o Liverpool. Ora, atendendo a que a grande maioria das equipas da primeira liga praticamente só defende, circunscrever Bruno, o melhor jogador da Liga 2018/19, a uma banda é reduzir a criatividade do Sporting, auto-condicionando a nossa equipa. E para quê? Para tentar fazer caber um jogador que adivinho ser um nove e meio, mas que com 50% de certeza apenas sabemos ser um sete e meio... milhões de euros? Com tudo isto, só espero que esta passagem de Bruno pela ala não venha a ser um sinal de... ala que se faz tarde!

 

O Borja continua a fazer lembrar aquele caçador que chega ao couto e repara que se esqueceu da arma em casa, voltando para trás. Se a Assunção Esteves quisesse adaptar o (seu) "inconseguimento" ao futebol, a postura atacante do colombiano seria disso paradigmática, sendo o episódio da ida ao couto uma alegoria para o caminho até à grande-área adversária. Diz-se que é certinho defensivamente, mas até isso parece estar a mudar: se contra o Liverpool já tinha sido ultrapassado um sem número de vezes, hoje foi vencido em antecipação no lance de bola parada de que resultou o empate dos valencianos. O Ilori, atendendo ao padrão-Ilori, nem jogou mal, desconhecendo-se ainda a esta hora o que isso significa. Às tantas lá mandou uma biqueirada que supostamente pretendia ser um passe para Thierry Correia, uma paragem cerebral menor face aos AVCs a que estamos habituados. Quanto ao Diaby, mostrou a trapalhice que era suposto só muitos treinos ajudarem a desenvolver, sinal que a preparação está a correr bem e decorre a ritmo acelerado.

 

No meio de tanta experiência, os destaques pela positiva foram Doumbia, Thierry Correia e Renan. Foi tão estranho ver Renan defender um penálti quanto o foi o marfinense fazer esquecer Gudelj, ou o português não oferecer nenhum golo ao adversário e ainda salvar alguns. Ausência notada foi a de Jovane, mas a presença de Diaby está a cortar-lhe as pernas desde o primeiro dia, impedindo-o assim certamente de usar a canela da mesma forma que o maliano. Riscados parecem ter ficado definitivamente Matheus Pereira e Gelson Dala. O brasileiro presumivelmente devido à hiper-inflacção de alas, o angolano porque está bom de ver que o sistema de jogo de Keizer não contempla um avançado que saiba ligar o jogo com a restante equipa, razão pela qual, mais do que um CAN, teria precisado de um CAN-CAN para se mostrar aos olhos dos adeptos. 

 

Saúde-se o regresso de Dost aos golos (grande golo!), numa altura em que o Felipe das Consoantes ainda está a digerir o piano que comeu nas férias, o que a julgar pela sua movimentação em campo terá sido mais um Steinway do que um churrasquinho de porco. 

 

Para finalizar, uma palavra de louvor à aposta na Formação, consubstanciada na magnanimidade de todos uns cinco minutos que foram concedidos a Daniel Bragança, Eduardo Quaresma e Miguel Luís. Adicionalmente, Thierry parece ter agarrado o lugar, após ter sobrevivido a um teste de fogo, na lateral oposta, contra o campeão europeu.

 

Não se iludam os amigos benfiquistas. Todo esta pré-época leonina consiste num plano maquiavelicamente urdido e exemplarmente implementado para os enganar. Dia 4, no Algarve, é que vão ver como elas vos doem! Sporting!

 

P.S. 5 jogos, 0 vitórias, 2 derrotas e 3 empates, 10 golos sofridos (2 em cada jogo) e 8 golos marcados, com Bruno (4 golos, 3 assistências e 1 passe para Raphinha que deu o golo hoje) a estar em todos os golos obtidos pelos leões.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Idrissa Doumbia

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25
Jul19

Tudo ao molho e fé em Deus - Os deuses devem estar loucos


Pedro Azevedo

O Sporting via nesta digressão aos "states" uma oportunidade de divulgar a marca. Mas começou logo por não divulgar a sua marcha, já que depois do "Star-Spangled Banner" (hino nacional americano) e do "You will never walk alone" terem tocado na instalação sonora, o CD com a canção da Maria José Valério não saiu da gaveta. Nem mesmo o mais recente hino entoou no estádio... Enfim, ficámos a perceber que o mundo não sabe que... (Por falar em oportunidades, costuma dizer-se que não há uma 2ª oportunidade para causar uma 1ª boa impressão. Tal é verdadeiro, a não ser que se chame Vietto. Nesse caso haverá uma terceira, quarta...)

 

Os leões entraram em campo com um equipamento alternativo, o que é sempre uma boa forma de mostrar ao mundo a sua marca, ou melhor, a sua Macron. O guarda-redes do Liverpool também quis deixar a sua marca e serviu um frango que nos soube a Fillet Mignolet. Tanta desconversa sobre o nosso Renan (o Salvador) e afinal, depois de Karius, o campeão da europa volta a mostrar não ter ninguém minimamente à altura de substituir o bom do Alisson, também ele brasileiro por acaso. O Sporting assim adiantava-se no marcador, golo de Bruno Fernandes (who else?).

 

Na tentativa desesperada de encaixar Vietto na equipa, Keizer mandou Bruno Fernandes para a esquerda, provavelmente a fim de evitar ter de ceder também Borja ao Moreirense. Renan provava porque é o titular das balizas, defendendo tudo menos uma recarga de Origi, o único sobrevivente da linha avançada ma-fi-o-sa (Mané, Firmino e Salah ainda não regressaram) do Liverpool. Entretanto, Bruno Fernandes voltava a assustar os de merseyside: primeiro, serviu Luíz Phellype, mas o peso das consoantes do brasileiro evitou que recepcionasse a bola à frente do guarda-redes; depois, um alívio de um cruzamento seu encontrou Wendel e o poste; finalmente, ofereceu um golo cantado a Ilori, mas este mostrou ter mau ouvido (o menor dos seus problemas). Diga-se de passagem que os laterais leoninos estavam a ser os piores em campo, com Borja permanentemente ultrapassado na esquerda e Ilori a solicitar demasiadas vezes o apoio dos bombeiros voluntários do socorro, tendo Bruno, numa das ocasiões, acorrido como 112 (só lhe falta substituir Renan). Até que, num minuto, algumas coisas que aqui vamos perorando se materializaram: Vietto, por duas vezes, mostrou não ser um finalizador; Ilori teve mais um AVC, e os "reds" adiantavam-se no marcador em cima do intervalo.

 

Na reatamento, Thierry Correia substituiu Borja na esquerda. Apesar de não ser a sua posição natural, a verdade é que o lateral leonino logo se destacou com um vistoso passe de trivela (para disfarçar não ter pé esquerdo) a isolar Wendel na esquerda. Logo de seguida, de um outro passe seu para Wendel se iniciou uma triangulação que também envolveu Bruno Fernandes, seguida de uma devolução do maiato ao brasileiro da qual resultaria o golo do empate (e que golo, lindo!). E ainda foi arrancar posteriormente um cruzamento venenoso para a área! O Sporting trocava bem a bola, com mudanças de posição entre jogadores e Doumbia muito atento sempre a compensar perdas de bola e a dobrar os defesas em caso de necessidade. Mas com o tempo, o jogo acabou por ir perdendo qualidade, essencialmente porque não foi possível acompanhar o ritmo elevado a que se jogou a primeira parte e, também, devido à quebra do ritmo de jogo provocada pelas inúmeras substituições operadas por ambos os treinadores. Mas ainda houve oportunidade para Thierry voltar a brilhar em missão defensiva, agora à direita, e para os miúdos Nuno Mendes e Quaresma confirmarem que têm nervo e qualidade. 

 

Ao quarto jogo da pré-época, o Sporting realizou a sua melhor exibição. A equipa continua a crescer, com Renan a oferecer segurança, Mathieu (sempre no sítio certo) a confirmar-se como patrão e Wendel (muito bom jogo) e Bruno Fernandes a serem indispensáveis à manobra colectiva. Estes 4 têm sido a espinha dorsal da equipa, a qual bem se deveria poupar a sustos provocados por equívocos como a colocação de Ilori à direita (ou em qualquer lugar fora da bancada), ou a tentativa de fazer de Vietto um organizador de jogo, seja a partir da ala ou do meio, ele que é um segundo avançado. (Ou como um sonho de Varandas ameaça dar pesadelos a Keizer.)

 

O Sporting continua a sofrer golos aos pares. Dois de cada vez, oito em 4 jogos. Em sentido contrário, já marcámos em sete ocasiões, tendo Bruno Fernandes feito 4 golos e eferecido outros 3. Mais palavras para quê? Mais do que hiper-inflacção de alas, o nosso mal é a hiper-dependência do maiato. Os reforços (desde Janeiro) pouco se vão vendo, com excepção de Doumbia, que confirmou as boas indicações do ano passado. O marfinense, tal como Luíz Phellype (este ainda a precisar de mais treinos), dada a sua massa corporal é um jogador que precisa de estar muito bem fisicamente para ter rendimento.

 

No Sporting, pensamos sempre que estamos a ser injustos com as primeiras impressões que alguns reforços nos deixam. A prudência leva-nos a contemporizar, transigir, condescender, 90 minutos após 90 minutos, até ao dia em que a realidade choca de frente connosco e temos de nos ver livres deles. Mas como a natureza tem horror ao vazio, e a bilis precisa de actuar, sentimo-nos no direito de ser taxativos com a nossa Formação. Com eles, decretamos: não prestam. Nem que para isso nos bastem 10 minutos de observação. E parece que toda a gente queda satisfeita assim, ficando amplamente justificado o investimento em quem vem do exterior. (Ainda me lembro das caixas de comentários quando eu escrevia que o Alan Ruiz jogava de saltos altos.) Claro que quando os nossos jogadores vão lá para fora, percebemos que outros povos pensam de uma outra forma. Por isso, os Renato Sanches e os João Mário jogam menos tempo, pois o que interessa é o rendimento demonstrado em campo. Também é certo que quando olhamos para as nossas contas sentimos que algo está errado... Como não gosto da nossa abordagem, e penso que deve existir, isso sim, uma maior exigência com quem vem de fora (porque tem um custo de aquisição e tem de provar ser melhor do que os que formamos), considero da mais elementar justiça destacar aqui a exibição de Thierry Correia, que teve um duplo lançamento de fogo, contra o campeão europeu e a jogar a maior parte do tempo fora da sua posição, e mesmo assim deu boa conta do recado, deixando muito boa gente a pensar no racional do investimento de 7,5 milhões de euros (€5 milhões+ Mama Baldé) em Rosier. (Para não falar no dinheiro investido noutros jogadores, numa altura em que continuamos a não colocar os excedentários que pesam mais na conta de exploração e todos os recursos deveriam ter sido canalizados para tentar segurar Bruno Fernandes e, se possível, na aquisição de um ponta de lança com maior mobilidade fora da área que os actuais e igual eficácia dentro dela.) 

 

Para finalizar, há que dar o mérito ao plano de jogo de Keizer, pela forma como fomos conseguindo tirar a bola da zona de pressão, evitando assim as cargas inglesas, e mudando de flanco para os desorganizar. É que não é todos os dias que nos batemos de igual para igual com um campeão europeu, pese embora o luxo que é ter um Bruno Fernandes. Lamento, no entanto, que o treinador holandês seja sempre tão renitente em dar oportunidades reais aos jovens da nossa Academia, como hoje mais uma vez se provou com a teimosia de aposta em Ilori para lateral direito. Já chega de justificar uma contratação. Não correu bem, ponto. Final. (Espero que Vietto ainda venha a provar a sua utilidade, pois não estou a ver Keizer tirá-lo da equipa.)

 

Tenor "Tudo ao molho...": Bruno Fernandes

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19
Jul19

Tudo ao molho e fé em Deus - Juventude inquieta


Pedro Azevedo

A pré-época é pródiga em experiências. Essas experiências normalmente transmitem sinais. Se temos um lateral direito de raíz no banco (Thierry) e adaptamos um central (Ilori) à posição, então não é preciso ser-se o (Detective) Correia para compreender o que se irá passar no futuro. 

 

A primeira parte foi muito má. Na ala, Vietto não desequilibrou nada à frente e também não equilibrou atrás, pelo que a continuar assim promete só fazer a diferença nas contas. Sobrou para Abdu Conté, que muitas vezes apanhou com 2 adversários pela frente, um dos quais um diabrete com nome de Dennis (o Pimentinha?) e enganador apelido de Bonaventura. A custo, Neto e Mathieu lá foram colando os cacos, contando também com a falta de pontaria dos avançados do Brugge. Numa jogada de insistência, os belgas adiantaram-se no marcador, com um jogador deixado completamente solto na área, por a defesa dos leões o ter tentado pôr em fora de jogo esquecendo-se que Abdu Conté tinha ficado para trás na tentativa de um corte de carrinho. Em cima do intervalo, e contra a corrente do jogo, de mais uma combinação entre Bruno Fernandes e Raphinha resultou novo golo leonino nesta pré-época, o terceiro com a assinatura exclusiva desta parceria. 

 

Para o segundo tempo, Vietto e Dost ficaram de fora. O argentino, que passou a primeira parte toda a sobrevirar para a direita (procurando o centro do terreno, sua posição natural, ele que é um segundo ponta de lança e portanto nunca recuará para pegar na bola onde Bruno Fernandes muitas vezes inicia a contrução), recebeu ordem para sobrevirar para a esquerda, que é como quem diz para sair do campo, porventura tornando-se assim mais útil à equipa. Entraram Jovane e o Felipe das Consoantes. Ter um ala que vai para cima deles (defesas) faz sempre alguma diferença, e o miúdo começou logo a dar nas vistas: primeiro, serviu Luíz Phellype para um remate venenoso, depois marcou o segundo dos leões. Na origem da jogada estiveram mais uma vez Raphinha e Bruno Fernandes (assistência). O cabo-verdiano deverá, no entanto, refrear os ânimos quando na sua área, evitando assim penalidades escusadas como a que resultou no golo do empate dos belgas. Renan mostrou mais uma vez porque não merece ser um patinho feio, pese embora Max seja muito promissor. O brasileiro salvou por duas vezes na mesma jogada o golo dos belgas. À terceira, Ilori mandou para canto. A partir daí massificaram-se as substituições. Bruno ainda teve um remate que quase ia dando golo e depois ficaram quase só miúdos em campo. E a verdade é que se mostraram mais à altura do que muitos dos reforços, em especial o Daniel Bragança, hoje a jogar como médio de ataque e a dar sempre ritmo ao jogo, o Nuno Mendes, que mostrou segurança, e o Plata, desta vez menos trapalhão e a libertar a bola na altura certa. Tempo ainda para Luíz Phellype encenar a fábula da lebre e da tartaruga. desta vez com uma conclusão bem mais lógica. (O brasileiro é daqueles jogadores que não estando em forma física é um a menos quando o Sporting tem a bola.)

 

Ao terceiro jogo da pré-época a sensação que fica é que estamos no mesmo patamar do fim da época passada. Não se consegue neste momento determinar se os reforços justificam o nome, para além de Neto (provável suplente de Coates e Mathieu) que promete vir a ser útil (Eduardo tem potencial, mas ainda é cedo para perceber até onde pode chegar). Os outros não tem feito a diferença, não havendo ninguém que se perspective um titular indiscutível. Em sentido contrário, Jovane mostrou que se tem de apostar mais nele, não só pelo que fez no ataque mas também pela cobertura que deu a Abdu Conté e que não existiu no primeiro tempo, e Daniel Bragança deixou água na boca, ficando à espera de o ver jogar com Wendel e Bruno Fernandes. Doumbia esteve mais solto e Eduardo Quaresma, que está connosco há oito anos, continua a deslumbrar pela personalidade que demonstra jogo após jogo, tendo hoje mostrado estar completamente à vontade contra uma equipa formada por jogadores experientes e de bom nível. O que parece óbvio é que nos falta um ponta de lança que tenha mobilidade e simultaneamente seja decisivo na área. Uma pecha não colmatada desde a saída de Slimani, embora um jogador com um pouco de mais tecnica, que combinasse melhor com a equipa, na linha de um Liedson, igualmente capaz de pressionar a saída de bola adversária, fosse uma grande contratação. O problema é que essa deveria ter sido uma prioridade antes da contratação dos 5 jogadores do Mercado de Verão.

 

Para terminar, nos desequilíbrios atacantes a equipa parece totalmente dependente de Bruno Fernandes e de Raphinha: tendo o Sporting até agora marcado 5 golos nestes 3 jogos, Bruno marcou 3 e produziu duas assistências; já Raphinha participou até agora em 4 golos. Como tal, não é preciso ser "Brugge" (nem Ristovski) para adivinhar o que seria esta equipa sem o Bruno. 

 

P.S. Os meus sentimentos pelo falecimento do nosso antigo treinador Robert Waseige, por quem hoje foi respeitado um minuto de silêncio antes do início do jogo. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Bruno Fernandes

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14
Jul19

Tudo ao molho e fé em Deus(2) - Notas musicais


Pedro Azevedo

Inspirado em Fernando Santos, Keizer tentou a sua sorte ao mudar vários jogadores da sua posição natural. Esqueceu-se que está no clube onde já tudo foi tentado e inventado, e em que a Teoria do Caos iniciada no accionamento dos flaps de um avião numa viagem Salzburg/Lisboa teve como consequência a demissão de um grande treinador, a fatalidade que deixou paraplégico um dos nossos mais promissores jogadores e a perda do campeonato. Ainda assim, após Eduardo Quaresma ter actuado como lateral direito no primeiro jogo, coube agora a vez a Tiago Ilori, e Vietto e Matheus Pereira mantiveram-se a jogar em posições trocadas. Eis a análise individual aos leões:

 

Renan - Dia propício à utilização de adágios populares, com "cada tiro, cada melro" a rivalizar com "cada cavadela, cada minhoca".Trocando por miúdos, dois remates à baliza, dois tiros indefensáveis, dois golos. Há dias assim.

Nota: Mi

 

Luis Maximiano - No mesmo lance, primeiro foi capaz de identificar transferências e transformações de energia no movimento vertical de queda e ressalto da bola, depois, através da recta de regressão, soube calcular em fracções de segundo a altura do ressalto e o ponto óptimo de conexão com a bola. Não sei como será a sua carreira no Sporting, mas não tenho dúvidas sobre o seu futuro na física. Piada de Verão, de praia a pedir um gelado fresquinho: no meio de um ou outro perna-de-pau e de um Cornetto, ou Vietto, ou lá o que é, ele foi um Super Max. 

Nota: Si

 

Tiago Ilori - No centro ou na direita da defesa, o seu rendimento é sempre constante. Quer dizer, constantemente mau, bem entendido. 

Nota:

 

Thierry Correia - Se a invencibilidade está na defesa, a possibilidade de vitória está no ataque. Para já tem-se defendido bem dos ataques. Mais ousadia na frente e poderá ficar indefeso face ao... elogio. 

Nota: Sol

 

Neto - Santos da casa não fazem milagres e assim Neto safou-se por não haver VAR em St Gallen.

Nota:

 

Mathieu - Depois da sua, e da dos seus dois filhos, o francês vive agora a sua terceira infância ao lado do Neto. Está para durar.  

Nota:

 

Eduardo Quaresma - Quaresma implica alguns sacrifícios, tais como os suiços deixarem de marcar golos com ele em campo.

Nota:

 

Abdu Conté - Conté(m) com ele...

Nota:

 

Nuno Mendes - De que adianta ter o jovem perfeito, se quem nos agrada é aquele que não é bom (Borja)?

Nota: Sol

 

Eduardo - Na melhor nódoa caiu o pano do primeiro tempo. E com ele, o primeiro golo dos suiços.

Nota: Mi

 

Doumbia - À beira de um ataque de nervos. Já que estamos na Suiça, um jogo contra o Neuchatel Xanax poderia ajudar a acalmá-lo. 

Nota: Mi

 

Wendel - E se de repente um "desconhecido" (irreconhecível em campo até aí) lhe oferecer "flores" (sob a forma de um grande golo), isso é impulso de um bom jogador na calha para o estrelato.

Nota: Sol

 

Miguel Luís - A confiança perdida é difícil de recuperar. Ela não cresce como as garras de um leão ou, no caso, actual, de um gatinho. 

Nota: Mi(au)

 

Bruno Fernandes - Como dizia Cassius Clay, um campeão é feito de um desejo, um sonho, uma visão. E depois, de talento, claro. Bruno Fernandes é um campeão!

Nota:

 

Matheus Pereira - Às vezes interrogo-me se quer ficar. Voltou a insistir naquele jogo de cabine telefónica que tem marcado este seu reencontro com os leões. 

Nota: Mi

 

Raphinha - Voltou a estar envolvido num lance de golo. Participativo.

Nota: Sol

 

Camacho - Discreto, passou ao lado do jogo.

Nota: Mi

 

Vietto - Não vi "etto"... Com Matheus Pereira isolado na direita, insistiu no drible e perdeu a bola... 

Nota: Mi

 

Plata - Os alas que nos agarram ao jogo seguram a bola como se tivessem uma tenaz. Não é o caso do equatoriano. A diferença entre ser tenaz ou ter tenaz.

Nota: Mi

 

Luíz Phellype - Mais em jogo que na partida anterior, ainda não é o Felipe das Consoantes a que nos habituou. À procura da melhor condição física.

Nota:

 

Bas Dost - "Cheguei, vi e não venci". Pouca bola.

Nota: Mi

 

13
Jul19

Tudo ao molho e fé em Deus - Super Max


Pedro Azevedo

O Sporting visitou a cidade de St Gallen, famosa por uma Abadia erigida (Século VIII) em memória de São Gall (ou Gallus) - discípulo irlandês de São Columbano em missão de pregação da palavra de Deus naquela zona nos séculos VI e VII depois de Cristo - onde certamente os leões terão tido uma boa oportunidade de pedir perdão pelo equipamento utilizado hoje, em especial o calção verde-chocante.

 

A penitência veio sob a forma de um jogo contra a equipa local que milita no 1º escalão do futebol suiço. E a verdade é que durante a primeira parte a equipa mostrou-se à altura da redenção. Alinhando de início com 6 titulares do encontro anterior (Renan, Neto, Mathieu, Wendel, Bruno Fernandes e Raphinha), o jogo não poderia ter começado melhor para os leões, que logo aos 2 minutos inauguraram o marcador. O autor do golo foi uma vez mais Bruno Fernandes, de recarga após um primeiro remate de Raphinha defendido pelo guardião helvético. Uma vez mais, maiato e brasileiro envolvidos num golo, eles que já haviam sido preponderantes contra o Rapperswil. Assinale-se que durante este período o Sporting mostrou boa dinâmica e trocas de bola com intenção, com destaque para as subidas constantes do lateral Abdu Conté, perdendo várias oportunidades de dilatar o marcador, desde um remate de Bruno Fernandes brilhantemente defendido pelo guardião helvético até uma perdida incrível de Ilori quando se encontrava praticamente encostado ao poste. O 2º golo acabaria pois por aparecer com naturalidade, com Wendel a disparar um míssil à entrada da área após um excelente passe de 30 metros de Bruno. Só que um erro de principiante de Eduardo na cabeça da área iria permitir aos suiços regressar ao jogo antes do intervalo. Deste primeiro tempo, menções honrosas para Bruno Fernandes ("who else"?), Neto, Mathieu, Conté, Wendel e Raphinha. Em sentido contrário, Camacho voltou a não deslumbrar, o mesmo se passando com Eduardo e Ilori, enquanto Luíz Phellype ainda se mostra sem ritmo, ele que é um jogador pesado e que precisa de estar na sua melhor forma física para ter o melhor rendimento.

 

A etapa complementar voltou a revelar a escassez de opções de qualidade da equipa do Sporting. Vietto passou ao lado do jogo, numa permanente indefinição entre a ala e a zona central do terreno, Doumbia não mostrou segurança na saída de bola, Matheus voltou a apresentar um futebol miudinho no centro para onde foi deslocado por hiper-inflacção de alas, Plata revelou-se trapalhão (não cola a bola ao pé), pelo que os melhores acabaram por ser 3 miúdos da nossa Formação: Thierry Correia (melhor a defender do que a atacar), Nuno Mendes (afoito pela banda esquerda) e Max. Este último foi providencial no empate obtido pelo clube de Alvalade, parando com enorme classe duas grandes oportunidades helvéticas.

 

À laia de conclusão, mais do que continuarmos a enterrar a cabeça na areia com a desculpa das cargas físicas e dos jogos-treino - diz-me como treinas, dir-te-ei como jogas - , o que fica claro é que falta qualidade para acompanhar Bruno, Mathieu, Acuña, Raphinha ou Wendel. Os reforços (12 desde o Inverno), com excepção de Neto, não sendo maus jogadores (gosto muito de Matheus Nunes que não foi para estágio, e Doumbia é daqueles jogadores que precisa de encontrar a sua forma física para ter rendimento), não acrescentam nada de especial às lacunas que já tínhamos, pelo que uma eventual saída de Bruno Fernandes, mesmo que colmatada com alguma nova aquisição, irá enfraquecer fortemente a nossa equipa. O contrário, só por milagre. E Almada City vir para Lisboa estou em crer não ser um milagre suficiente. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Max

wendel suiça.jpg

03
Jul19

Tudo ao molho e fé em Deus - Bola parada


Pedro Azevedo

À falta de ver a bola entrar nas balizas, a tribo do ludopédio encontra no Verão outras formas de entretenimento. A mais comum é o campeonato das transferências. Este tem uma componente de previsão do seu impacto desportivo e outra de análise da sua consequência económica. Ora, havendo duas valências a considerar, nada como chamar às televisões o Brás&Braz, o homem da acção dupla. Enquanto o Brás é uma espécie de Melquíades (dos Cem anos de solidão) da vidência futebolistica, o seu alter-ego Braz é simultaneamente um Keynes da multiplicação dos pães lá para as bandas de Carnide e um Hayek do controlo da inflacção dos preços em Alvalade. Também conhecido por ser o pai do "Défice Positivo", confunde amiúde nas suas análises Resultados com liquidez (o que está protocolado entregar aos Bancos aquando das vendas de jogadores só tem impacto na Tesouraria), arte em que aliás é bem secundado por outros comentadores habituais do panorama da bola.

 

Outra animação que últimamente não se dispensa no período estival é uma Assembleia Geral do Sporting. Para não variar das decisões das taças nos penáltis, também para a AG do próximo fim-de-semana se anunciam grandes penalidades. Espero que, como tem sido hábito no campo, o Sporting no fim ganhe. E assim, de saga em saga, de sequela em sequela, lá caminharemos para o arranque oficial da época a 4 de Agosto. No Algarve, pois claro. Em que outro local seria tão propício dar um banho de bola ao rival?

02
Jul19

Quente e frio


Pedro Azevedo

Frio... Morno... Quente... A escaldar... Quente... Morno... Frio: o mercado das transferências nos jornais está cada vez mais parecido com o Jogo do Quente e Frio. O que é estranho é que, tanto quanto me recordo, não era necessário uma licenciatura para o jogar em criança... Hoje, o Record abre novamente a Boca para dizer que o clube argentino vai tomar decisões sobre Acuña, A Bola diz que (o pequeno?) Saúl é hipótese para o Manchester United caso o negócio Bruno Fernandes falhe e O Jogo adiciona mais um capítulo à saga da Guerra das Estrelas (Casillas, Buffon, Navas) dos guarda-redes do Porto, agora com nomes checos e eslovacos que fazem temer que Vaná ainda fique a Solo. 

Está a sair de casa... Voltou para casa... Vai entrar no avião... Não embarcou... Já aterrou... Voltou para trás... Chegou a tal parte para assinar... É esperado... Está a fazer exames médicos... Enfim, a "silly season" está em todo o seu esplendor. O Record, na sua edição "on-line", ainda lhe acrecenta um belo ovo de Colombo vindo do Brasil, um "pesseguinho verde" e a "legalização" da (Elisabetta) Canalis. Como isto das transferências está tão frio, sempre dá jeito ter qualquer coisinha quente à mão enquanto não há novidades, não é? Role a bola. Por favor... 

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