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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

15
Mar22

Tudo ao molho e fé em Deus

Slimani contra a seca... de golos


Pedro Azevedo

O erro faz parte do futebol. Quer dizer, à partida o erro deveria fazer parte do futebol. Só que por vezes o erro é mitigado por acção de terceiros. Foi o que aconteceu ontem em Moreira de Cónegos quando um Pinheiro se confundiu com um eucalipto e quase secava tudo à sua volta. A coisa começou quando um defensor moreirense desafiou todos os cânones do bem jogar e, vindo de fora para dentro da sua pequena área, despachou a bola rasteira para a zona central. Por milagre, Edwards, posicionado à entrada da grande área, não captou logo a bola, mas um segundo jogador do Sporting conseguiu-o e avançou com perigo. Subitamente, ouviu-se um silvo. Era o Pinheiro a descascar uma "falta" de Slimani sobre o tal trôpego defensor. Revistas as imagens, o Slimani levou com um pontapé no joelho, consequência reflexiva do alçar de perna do moreirense no momento do chuto. Não sei que regra do International Board o Pinheiro terá rotulado (o joelho e tal...), mas até acho que neste estado de coisas foi uma sorte o argelino não ter levado um cartão amarelo. Sorte que, por exemplo, o Ugarte pouco tempo depois não teve quando numa disputa de bola encostou o seu ombro no ombro de um adversário, o que está bom de ver logo mereceu uma punição disciplinar ao pobre do uruguaio. Punido foi também o Edwards, culpado por reagir a uma falta nítida não assinalada sobre si. E, por falar em nitidez de faltas, o Pinheiro lá viu o Pablo a destruir uma arrancada promissora do Matheus Nunes. O (segundo) amarelo e consequente expulsão é que ficou para um outro dia. Posto isto, o Pinheiro é uma exportação nacional, um internacional com insígnias e tudo. E é também uma comédia, um nonsense que o Flying Circus itinerante de Fontelas Gomes promove pelo mundo. Pena é não ficar por lá, pelo menos a atestar pela sua ausência de uniformidade de critério técnico e pelos 20 cartões amarelos já exibidos a jogadores do Sporting em apenas 4 jogos por si apitados. 

 

O que valeu ao Sporting foi ter um ponta de lança, essa figura que no Sporting já se julgava ser uma lenda da mitologia do mundo da bola. Até que (res)surgiu o Slimani no clube e afinal chegámos à conclusão que um ponta de lança até dá jeito. É o que se conclui quando um jogador recém-chegado contribui com 4 dos últimos 5 golos da equipa. E de todas as maneiras e feitios: 2 de cabeça, 1 com o pé esquerdo, outro com o direito. Não deixando de combinar bem com a equipa, apesar de não ter a técnica mais apurada do avançado centro Paulinho. Dando, porém, outras coisas ao nosso jogo. Como a profundidade ou a capacidade de luta, que o homem mesmo nos seus 33 anos, continua rápido e resistente como um daqueles ases quenianos da dupla-légua. Além disso, a sua actual excelente forma parece ter espicaçado o seu colega Paulinho, ontem autor do outro golo após um belo bailado que envolveu Edwards e Porro. Tudo boas notícias, portanto, razão mais do que o suficiente para eu não querer dar muito relevo àquela segunda parte enfadonha que mais uma vez me fez invocar aquela frase do Bobby Robson em que este afirmava que ao Sporting faltava "killer instinct". (E quando assim é ficamos mais expostos ao "killer instinct" de outros.)

 

Tenor "Tudo ao molho...": Islam Slimani. Completam o pódio o Edwards e o Porro. 

moreirensesporting1.jpg

07
Fev22

Tudo ao molho e fé em Deus

A metafísica do penálti


Pedro Azevedo

A história dizia-nos não ser fácil para o Sporting jogar contra o Famalição. Disse bem, F-a-m-a-l-i-ç-ã-o, ou Fama Lição, que para os jogadores minhotos cada jogo com um grande é uma montra para a fama, para o mercado (uma equipa de um mercador é naturalmente um amontoado de jogadores com os olhos postos no mercado), momento ideal escolhido para vestirem o melhor fato de gala e exibirem dentro do campo tudo o que aprenderam e não mostraram sempre que o palco foi menor ou despertou menos curiosidade mediática. Sabendo-se de antemão que nunca havíamos vencido o Famalicão para o campeonato (em cinco jogos) desde que este regressou das profundezas das divisões inferiores, os Sportinguistas já estavam precavidos para as lições futebolísticas que mais uma vez poderiam advir desta partida. Ninguém porém poderia esperar que desta vez a lição se fosse centrar sobre a metafísica do penálti e englobasse como protagonistas os numerosos comentadeiros de serviço das diversas televisões, todos eles procurando descrever os fundamentos, as leis, as recomendações, as causas ou princípios e o sentido e finalidade de realidade inerentes à marcação de uma grande penalidade. Surpreendentemente, a coisa acabou por ser um jogo dentro do próprio jogo, estendendo-se até para além do jogo, isto é, o jogo já há muito havia terminado quando a metafísica (ou meta fisica, para alguns) do penálti tomou conta do cenário central de abordagem ao próprio jogo. Deve dizer-se que a discussão teve a sua graça e permitiu-me dar algumas bem audíveis gargalhadas. Uma delas soltei quando um senhor da SportTV garantiu que o Porro havia caído em cima da perna de um jogador famalicense, razão substantiva, na sua opinião, para a marcação de um castigo máximo. Ora, eu não vi nada disso. O que eu vi foi o Porro imitar o Cavaleiro Negro do "Em Busca do Cálice Sagrado" (Monty Python), e já sem braços e pernas tentar, primeiro com a cabeça, depois só com as orelhinhas, incomodar o jogador minhoto como se do Artur de Camelot este se tratasse. E não preciso da metafísica, bastam-me os conhecimentos básicos sobre a física e em particular sobre a dinâmica do movimento, para entender que se alguém me cair sobre uma perna eu fico logo ali, com operação garantida à tíbia e perónio e fisioterapia durante meses, não dou nem mais um passo com o pé firme no chão (se a meia do jogador famalicense fosse branca ainda se poderia alegar no sentido da penalidade o "pé de gesso", mas sendo azul...). Outro momento hilariante foi o do penálti do Paulinho. Quer dizer, um jogador famalicense atrasa mal a bola e ao ver que Paulinho se vai aproveitar desse deslize procura emendar o erro através de um carrinho. A sua perna esquerda é consequente nesse acto e chega primeiro à bola enquanto o Paulinho esboça um movimento teatral ao ir de encontro às pernas do adversário. Até aí nada indiciara a existência de uma falta. Só que a perna direita do defensor desliza na relva e acaba por acertar no calcanhar do avançado do Sporting. Penálti nítido, sem sombra de dúvida, independentemente do La Féria ter no Paulinho um elemento em conta para incluir a trupe do Politeama. Penálti cá, penálti lá, a inquisição espanhola voltou a fazer toda a diferença: Sarabia castigou lá, Adán defendeu o castigo cá. E o Sporting foi para o intervalo na frente do marcador.

 

No segundo tempo os minhotos continuaram a mostrar um bom futebol, nomeadamente através de variações constantes do centro de jogo que muito atrapalharam as marcações do meio-campo leonino. Isso, somado à boa técnica de vários dos seus jogadores, foi criando inúmeros problemas aos leões, que muito devem agradecer o resultado à má definição do último passe/remate por parte dos famalicenses e ao monumental golo (o seu primeiro de verde-e-branco) de Matheus Reis que acalmou um pouco as nossas hostes. Enquanto isso, o Sporting procurava ter bola, única forma de esconder uma menor intensidade resultante do facto de 5 dos 11 jogadores em campo estarem à bica de falhar o jogo com o Porto. A fava acabaria por tocar a Porro, confirmado como o Cavaleiro Negro da noite de Alvalade, que assim estará ausente do Jogo do Título. Uma baixa muito importante para nós num jogo que vai pedir muita garra, disponibilidade física e vontade de vencer a cada um dos nossos jogadores. Bom, mas isso é só para a semana que vem. Para já "matámos" o borrego, seguir-se-á o Dragão. Jogo a jogo. E com Slimani como nóvel cavaleiro candidato a São Jorge (e Edwards como opção a ter em conta). 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Antonio Adán

porro fama.jpg

(Imagem: A Bola)

27
Set21

Tudo ao molho e fé em Deus

De canário a leão


Pedro Azevedo

Na antecâmara do jogo de Sexta-feira, o Nostradamus que há em A Bola profetizava que o mundo iria acabar em 2000 e que o Ugarte jogaria contra o Marítimo em 24 de Setembro de 2021. À hora marcada, desejoso de ver em acção o uruguaio, sentei-me à frente do televisor. Que boa surpresa eu tive! Realmente, não esperava um jogador tão maduro, tão seguro das suas qualidades e senhor dos terrenos onde pisa. O único inconveniente foi o senhor da SportTV passar o tempo a chamá-lo de João Palhinha. É que, depois de tanto canto de sereia a reclamar poupanças, nem de fora o Palhinha escapou a ser usado até à exaustão! O meu maior pavor é que agora o Nostradamus de A Bola indique que futuramente o Porro também irá ser poupado. Sinceramente, espero que essa previsão se estenda para além de 2035, período em que o espanhol já deverá estar a jogar com a segurança social do país vizinho. Até lá, eu quero é que o canário (Las Palmas) Porro agite a nossa ala direita e seja a segurança dos sócios do Sporting pelos golos que não poupa na baliza dos adversários. 

 

Para se ser jogador do Sporting é preciso ter um dom. O dom favorito dos nossos jogadores é a esmerada arte de perdoar em frente à baliza. Por isso, o nosso coração fica assim como uma feira popular, oscilando numa montanha russa de emoções. Bom, se calhar a metáfora não é muito apropriada, desde logo porque quem diz Feira Popular diz farturas, e fartura de golos é coisa que não nos assiste. Ainda assim, vencemos da mesma forma que tantas vezes no passado, o que só pode ser um bom presságio (esta equipa nunca se rende). Ganhando tempo para que o Nuno Santos afine o pé esquerdo e o Paulinho encomende um direito ou então marque de letra. Esta última (a letra) seria uma boa alternativa para quem não tem números. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Pedro Porro

 

P.S. Desconheço a existência de uma Paulinha, mas talvez a Mariana Cabral nos pudesse emprestar uma Brenda Perez ou, mais apropriadamente pela posição no terreno, uma Diana Silva. É que as miúdas marcam golos que se fartam e esmeram-se particularmente quando do outro lado estão equipas de vestem de encarnado. 

porro6.jpg

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