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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

11
Nov22

Os nossos convocados


Pedro Azevedo

Ao ver a convocatória do Engenheiro Fernando Santos para o Mundial alguma apreensão me assalta. Em primeiro lugar verifico não haver nenhum central esquerdino. Gonçalo Inácio poderia ter sido opção para essa posição, sendo a sua comprovada polivalência uma mais-valia numa prova tão curta. Relembro que durante a sua formação, e mesmo na equipa B, o Gonçalo foi utilizado muitas vezes como lateral esquerdo. Ora, atendendo ao histórico de lesões de Raphael Guerreiro e aos frequentes problemas musculares de Nuno Mendes, seria prudente ter um jogador que numa emergência pudesse fazer a posição. Mas o Gonçalo nem na época de ouro do Sporting (20/21), em que assumiu a indiscutível titularidade na defesa leonina, foi opção para o Engenheiro, o que nos deveria fazer pensar no que queremos para o cargo de seleccionador, que isto da mulher de César não lhe basta ser e o que parece é que lá para Carnide uma bem medida dúzia de jogos basta para ascender qualquer alma à equipa de todos os nós (não confundir com a Equipa de Todos Nós, brilhante epíteto que em boa fé o jornalista Ricardo Ornellas um dia criou para designar a nossa Selecção). 

 

Depois, no meio campo escasseiam jogadores que consigam imprimir uma mudança de velocidade, um pormenor que pode fazer toda a diferença numa competição que vai ser disputada em condições climatéricas muito exigentes e onde se antevê um grande desgaste dos jogadores. A maioria dos convocados são jogadores a diesel, com João Mário e William como expoentes máximos dessa realidade. De combustão apenas o Matheus Nunes, sem esquecer a intensidade sobre a bola do Palhinha e a rotatividade de Otávio, de Vitinha e de Bruno Fernandes. Parece-me que um jogador com as características de Renato Sanches daria um outro tipo de soluções, na medida em que abanaria com o jogo dada a sua explosão. Na frente, o Bernardo Silva deve ser deslocado para a ala direita, presumivelmente sendo alocado o lado esquerdo ao Rafael Leão, o único jogador equipado com uma caixa de ritmos, ficando Ronaldo como ponta de lança. Nesse sentido, estou em crer que a perda de Jota reflectir-se-á numa menor espontaneidade na hora de atacar a baliza adversária, o que não deixará de se lamentar. Pedro Gonçalves é uma ausência notada, ele que mesmo quando em super forma durante todo o ano só à última da hora foi chamado à Selecção para depois ser olimpicamente abandonado no banco de suplentes durante o último Europeu. Aliás, eu penso que o seu menor momento de forma tem muito a ver com a condicionante psicológica, sendo que o constante ignorar das suas boas prestações por parte do seleccionador nacional não terá contribuído em nada para lhe elevar o moral. De qualquer forma, não há muitos jogadores com a inteligência de Pote, a sua leitura do que é necessário fazer no espaço entre-linhas e a facilidade em acertar na caixa de baliza, pormenores que evidentemente foram marginalizados na escolha de Fernando Santos. Também penso que nos falta um outro tipo de ponta de lança para quando a opção for colocar Ronaldo a partir da ala. Surpreendentemente, o Seleccionador nunca deu uma oportunidade a Beto, actual quarto melhor marcador de uma campeonato do Big 5 (Serie A) a par de craques como "Kvaradona" (Nápoles), Immobile (Lazio) ou Vlahovic (Juventus). O que Beto tem, e outros não têm, é velocidade na condução de bola em transição e óptimo jogo de cabeça, características díspares que se adaptariam a diferentes contextos dos jogos. Vitinha, do Braga, é outro jogador que nem testado foi, o que não se compreende. A sua energia inesgotável poderia vir a ser muito útil no Qatar, ele que é assim como um panzer, um jogador à alemã e que erode as defesas. Tivemos em tempos um médio com características muito próprias dos teutónicos (Maniche) e não parece que esse contraste nos tenha feito nada mal. É incrível como este Seleccionador foi capaz de chamar quase uma equipa inteira do Wolverhampton e nunca deu uma oportunidade a Beto ou Vitinha no espaço da Selecção. Curiosamente, riscou agora o Gonçalo Guedes, recentemente adquirido pelos Wolves, que seria o jogador mais semelhante ao indisponível Rafa e um daqueles capazes de pôr velocidade no jogo. Opções, certamente, de quem tem muito tempo para pensar, quando a sua atenção não está focada em elisão fiscal (chamemos-lhe assim), claro, o que não é assim muito católico atendendo ao nosso modelo e condicionantes sociais.

 

PS: Entretanto, Coates e Ugarte foram confirmados nos 26 do Uruguai e Morita foi seleccionado pelo Japão. Adicionalmente, Fatawu é forte possibilidade no Ghana. Não descurando ainda a remota probabilidade de Porro vir a ser chamado por Espanha, eles são os nossos convocados para o Mundial do Qatar. 

10
Nov22

Vem aí o Mundial


Pedro Azevedo

Vem aí o tão controverso quanto incontornável Mundial do Qatar. Independentemente de todos os aspectos negativos que rodeiam esta competição desde que ficou conhecido que a FIFA atribuiu a sua organização a este país do médio-oriente, um mundial de futebol é sempre o nirvana dos adeptos do desporto-rei. Por isso, é com expectativa que estes aguardam o início da prova. Haverá novidades importantes do ponto de vista táctico? Que países surpreenderão? Terá chegado o tempo das seleções africanas? À partida, atendendo às condições climatéricas, este mundial poderá ser um hino aos craques da bola. Pelo menos levando em linha de conta o que ocorreu em Espanha (82) e especialmente no México (86), competições onde os jogos foram disputados sob um calor tórrido, condicionante atmosférica que impediu marcações tão cerradas como seriam aquelas que se poderiam encontrar noutras latitudes. Privilegiando assim a emergência do génio de um Diego Armando Maradona, mas também o futebol sambado de Zico e de Sócrates ou o perfume que Platini deixava quando deslizava suavemente pelo terreno. Se aconteceu antes, bem pode ocorrer de novo. Pelo que não deixo de fora a possibilidade de este ainda vir a ser o Mundial de Messi, Neymar ou, até mesmo, Cristiano Ronaldo, os velhos guerreiros que querem deixar uma última impressão antes do render da guarda. Mas também poderá ser o Mundial dos jovens lobos, que potencialmente imortalizará Mbappé, Havertz, Foden, Mount ou Pedri, entre outros. De Portugal aguardo com entusiasmo a forma como o futebol de Bruno Fernandes e de Bernardo Silva se adaptará às condições existentes. E penso que haver quem queime linhas como Matheus (mais) ou Sanches (menos) pode vir a ser um factor determinante. Por isso, pese embora duvide muito que o Engenheiro Santos alguma vez venha a optar por esse caminho, eu não abdicaria nunca do duo Palhinha/Matheus no centro do campo, deixando depois espaço para que os criativos em zonas mais avançadas do terreno façam o resto. De entre estes, a grande incógnita para mim é o Rafael Leão. Irá ele ao encontro do patamar que o seu enorme talento há muito augura ou passará sem glória por uma competição cujas condições parecem ter sido criadas para favorecer jogadores como ele? Dentro de algumas semanas teremos a resposta. (Assim tenha ele cabeça, que é coisa que no passado recente lhe falhou flagrantemente.)

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