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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

28
Fev23

Tudo ao molho e fé em Deus

O dia em que o Trincão finalmente trincou


Pedro Azevedo

Em vésperas de uma recepção ao Arsenal, nada como começarmos a ambientar-nos ao ritmo dos ingleses com uma arbitragem digna de terras de Sua Majestade. Como protagonista, Manuel "Butcher" Mota, um talhante que paradoxalmente corta muito pouco, excepção feita a umas entremeadas de bola e jogador que aviou com demasiada frequência. 

 

Ontem em Alvalade fomos anfitriões do Estoril Praia, cuja equipa é uma espécie de misto remendado de antigas reservas do Benfica e do Sporting. Por isso equipa de amarelo, o que pelo sistema de cores de Maxwell resulta da combinação do vermelho com o verde. Na preparação do jogo, o Amorim tomou nota de que o Estoril é o clube da linha, logo sugerindo aos seus jogadores para que a atacar procurassem o jogo interior. Por isso encostou o Edwards e o Trincão às alas, como isco (ou dissuasão), mandando o Bellerin e o Nuno Santos para posições mais de dentro. E resultou, com o espanhol a imitar o compatriota Porro nos movimentos à bolina e a entrar obliquamente à area canarinha. Daí surgiu o nosso primeiro golo, o que para o GAP - Grupo de Amigos do Paulinho - pode ser descrito assim: aproveitando os magnos conhecimentos de geometria euclidiana e as lições de trigonometria apreendidas com mestres como Hisparco de Niceia e Ptolomeu, Paulinho fez inteligentemente a bola tabelar num defensor estorilista para que chegasse na medida certa aos pés de Bellerin. Mais uma prova de associativismo do nosso ponta de lança, ele que já antes, isolado, solicitado por Edwards, havia permitido que Dani Figueira também se associasse ao lance e defendesse. Há "casamentos" assim, e este de Rúben Amorim com o nosso ponta de lança faz lembrar aquela sentença de Oscar Wilde de que o casamento é o triunfo da imaginação sobre a inteligência... 

 

Num jogo que foi de sentido único, com o Sporting sempre a atacar de uma forma equilibrada, com os seus jogadores bem posicionados para a perda da bola e não dando azo a que os estorilistas procurassem uma cava de casino, não se estranhou que os leões chegassem ao segundo golo. Insólito, sim, foi o seu marcador: Trincão. E que golo foi, com o ex-Barcelona a serpentear por entre vários pórticos, que nem um Stenmark ou Girardelli no esqui alpino, até pontapear para o fundo das redes. (A alusão à neve foi para refrescar da primeira visão que tive, que foi o Trincão, que nem fáquir, a caminhar em acelerado sobre as brasas até finalmente vencer o desafio.) Agora é acreditar que a sua forma não Tomba, porque de um Trincão consistente está o Sporting bem precisado. 

 

Uma palavra final para o Chermiti, com um agradecimento por nos mostrar a diferença que existe entre um ponta de lança e um avençado centro, salientando-se aqui que cada recibo verde do Paulinho está caro para burro. E ainda há que acrescentar o IVA, VAT catar!

 

Tenor "Tudo ao molho...": Trincão

trincão.jpg

31
Mar19

Tudo ao molho e fé em Deus - O oculto


Pedro Azevedo

O Jorge Jesus é que tinha razão: o futebol é uma ciência cuja compreensão não é para todos. Por exemplo, para um comum mortal, o "tackle" de Ristovski - chegou à bola bem antes do adversário e não poderia ter cortado as pernas no processo, nem sido mais resistente ao movimento de deslizamento - é um lance absolutamente normal, mas para o perito de arbitragem da SportTV, ex-árbitro mediano (para ser simpático) e "especialista" em física com doutoramento em inércia do movimento, Sérgio Piscarreta, é um vermelho inequívoco. O mesmo senhor que consegue ver, numa entrada de Jefferson ao pé de Bruno Fernandes, "pernas encolhidas", razão para só ser mostrado o cartão amarelo, e que acha que Manuel Mota "geriu muito bem" o jogo ao desrespeitar as regras (digo eu) quando Niltinho agrediu ao pontapé o mesmo Bruno Fernandes. Realmente, JJ estava certo, o futebol, o português bem entendido, é uma ciência. Oculta, diria eu, cujo conhecimento só está ao alcance de certas pessoas, iluminadas por certo. Há que ser humilde e entender tudo isto no âmbito do esoterismo, caso contrário ainda poderíamos ser levados a pensar que o Estaline era um menino no que respeita a reescrever a história quando comparado a Piscarreta&friends.

 

A equipa leonina mais uma vez apresentou-se em campo em inferioridade numérica. Apesar disso, adiantou-se no marcador quando Bruno Fernandes encontrou Ristovski sózinho na área e este assistiu o Filipe das Consoantes para o seu primeiro golo de leão rampante. Uma espécie de Kramer contra Kramer, mas na versão Filipe contra Filipe. (Houve também Mota árbitro e Mota treinador, mas nada os movia um contra o outro.) O Sporting dominava e criava boas oportunidades em remates à entrada da área, mas a incapacidade de Wendel em enquadrar um pontapé com a baliza (ele e outros com a mira descalibrada devem estar a precisar de mais umas folgas...) ia adiando a tranquilidade no marcador. Outras jogadas promissoras seriam interrompidas pelo árbitro, num claro benefício do infractor que deverá ser enquadrado numa qualquer teoria do senhor Piscarreta que deve ter escapado à UEFA e à FIFA aquando da elaboração dos regulamentos ou recomendações dos respectivos comités de arbitragem. (Depois queixem-se de que não há árbitros portugueses nas fases finais das grandes competições internacionais de selecções.)  

 

O segundo tempo seguia no mesmo tom, com os leões agora a beneficiarem da paridade numérica em campo, após novo amarelo a Jefferson por outro entrada dura. Até que o Gallo cantou e despertou os de Chaves: o passe do Bruno flaviense encontrou a desmarcação de André Luis, Coates ficou para trás e Renan acabou batido sem apelo nem agravo. Estava decorrida uma hora de jogo. Eis então que Marcel Keizer decide ter um momento de génio ao fazer entrar Doumbia, passando o Sporting a jogar com 11. É que o treinador leonino recentemente assegurou-nos que com ele jogam sempre os melhores, mas eu já ficaria contente se ele garantisse que entramos sempre com 11...

 

A entrada do marfinense praticamente coincidiu com uma paragem de 7 minutos para assistência ao guardião flaviense. Quando este finalmente foi substituido, o jovem Cabral também foi a jogo, naquela substituição clássica em que Borja - mais uns malabarismos inconsequentes - sai e recua Acuña. O Sporting intensificou a pressão e, na sequência de um canto, o argentino vislumbrou Bruno Fernandes, de braços abertos, a pedir a bola desmarcado à entrada da área. A bola chegou ao maiato e este, de primeira, fez um golo de bandeira. Com vantagem no marcador e mais um homem em campo, o Sporting começou a controlar o jogo, termo futebolístico que consiste em jogar para trás e para o lado, semelhante ao encanar a perna à rã, expressão provavelmente mais apropriada a quem escreve num espaço SAPO. Depois aconteceu o tal lance de Ristovski, a bola viajou até Raphinha, este encarou um último defesa e foi derrubado. O árbitro sancionou a falta e expulsou um flaviense. Seriam 11 contra 9, mas o vídeo-árbitro Vasco Santos alertou Manuel Mota para a tal suposta infracção inicial do macedónio. Eis então que Mota volta atrás na sua decisão, retira o vermelho ao jogador do Chaves e expulsa Ristovski. Sobre isto, só me oferece dizer que dúvido que depois deste episódio mais alguém vá comprar uns bifes ao talho de Manuel Mota: é que o homem não sabe o que é um corte limpo...

 

Em poucos segundos, um 11 contra 9 transformava-se num 10 contra 10: a emoção do futebol português não merece ser exportada para o mundo? Pobre Ristovski, há uns meses atrás teve galo ao ser expulso, agora foi de carrinho (ou de Mota?). 

Faltavam dois minutos para o final do tempo regulamentar, mas Manuel Mota deu mais 11 minutos de compensação. O Sporting tentava esconder a bola e os flavienses, na ânsia de a recuperarem, batiam em tudo o que mexia à sua frente. A reacção do árbitro, segundo Piscarreta, era a de gerir o jogo, a dos comentadores da SportTV uma coisa em forma de assim, ou nim, ou coisa nenhuma. Até que, numa das poucas vezes em que conseguiu manter a integridade dos seus tornozelos, Bruno Fernandes fez um passe frontal para Jovane e este, com um toque subtil, deixou Luíz Phellype na cara de Ricardo, o guardião que entrara para o lugar de António Filipe. O brasileiro não perdoou e coroou a sua estreia a marcar com um bis. E assim saímos de Chaves com os 3 pontos e à espera da despenalização de Ristovski para o jogo de quarta-feira. Só espero que o Conselho de Disciplina não reúna na quinta...

 

"This sh*t is a joke". Oh, yeah!

 

Tenor "Tudo ao molho": Bruno Fernandes (destaques para Mathieu, Acuña e Phellype). 

bisluizphellype.jpg

(Imagem: A Bola)

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