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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

28
Nov22

O bi-bota


Pedro Azevedo

Falar de Fernando Gomes é invocar alguém que foi um campeão no futebol e na vida. Nos relvados fez parte da equipa do FC Porto que inverteu um ciclo negativo de 19 anos e finalmente venceu o campeonato nacional. Tomou-lhe o gosto e no ano seguinte voltou a ganhar o máximo título português. Era ainda o tempo de Américo de Sá como presidente. Pinto da Costa, no banco, era o director para o futebol. José Maria Pedroto, o sagaz Zé do Boné, a sua grande referência, o treinador. Com Pinto da Costa e Pedroto protagonizou a grande cisão, treinando à parte durante um verão quente que viria a culminar na vitória de Américo de Sá e no retorno dos jogadores ao clube (Oliveira foi para Penafiel, o capitão Rodolfo havia ficado desde o primeiro momento nas Antas). Mas o reencontro estava para breve. No entretanto,  Pedroto foi treinar para Guimarães, Pinto da Costa iniciou uma breve travessia no deserto e Gomes foi vendido ao Sporting de Gijón. Das Astúrias regressaria como trunfo eleitoral de Pinto da Costa (como Pedroto) quando este disputou e ganhou a presidência a Américo de Sá. Já capitão da equipa, iniciou aí um novo ciclo, com mais 3 campeonatos nacionais, duas Taças de Portugal e três Supertaças. Em Portugal, porque na Europa conquistou uma supertaça europeia e os títulos de campeão da Europa e do Mundo, individualmente ganhando ainda 6 Bolas de Prata e duas Botas de Ouro que consagraram o melhor marcador europeu. Por fim, após um desaguisado que envolveu Octávio, Gomes viu o seu contrato com o Porto terminar. Veio então para o Sporting, onde acabou a sua carreira de futebolista ainda num bom plano.   

 

Se no campo sempre se destacou pela inteligência com que antecipava os lances, na vida evidenciou-se pelo seu forte carácter. Tal foi, aliás, notório na sua passagem pelo Sporting, clube que honrou e respeitou com elevado profissionalismo, sempre elogiando e agradecendo o carinho dos seus adeptos, nunca deixando porém de salientar que o seu coração morava nas Antas, amor incondicional a um clube aí já caído em desuso para a maioria dos seus colegas de profissão. Terminada a sua carreira de futebolista, acreditou-se que um dia regressaria ao seu FC Porto como dirigente. Todavia, vitima do calculismo e da pequena política, esse retorno foi sendo sucessivamente adiado. Até que Pinto da Costa finalmente o chamou e Gomes pôde marcar o seu último golo, vendo uma equipa da formação do seu clube do coração sagrar-se campeã europeia. 

 

Homem com H grande, a sua voz de barítono cativava quando se fazia ouvir. Porem, seria através da gestão dos silêncios, na forma como soube sofrer em recato as injustiças da vida (incluindo as desportivas), que mais viria a tocar este adepto do Sporting. Foi um senhor. E como senhor que foi, aqui lhe deixo a minha mais sincera homenagem. Ganhou o céu um anjo, e como anjo certamente goleará por toda a eternidade. (Com a vantagem de se dizer que os anjos não têm costas, assim não podendo ser apunhalados por trás.)

fernando gomes.jpg

29
Dez18

Mitos da bola (1) - Bernabé Ferreyra


Pedro Azevedo

- "Então você é que é A Fera?" -, inquiriu-o um dia Carlos Gardel.

- "Não, maestro, o senhor é que é A Fera quando canta." -, respondeu ele.

 

Modesto, Barnabé Ferreyra, de cognome "La Fiera", "Morteiro de Rufino" ou "Rompe redes", foi um jogador argentino dos anos 30, ainda hoje recordado pela potência do seu remate. O seu pontapé de canhão tornou-se lendário ao serviço do River Plate, facto para o qual muito contribuíram episódios como o ocorrido com Fernando Bello, guarda-redes do Independiente, que ao defender um penalty seu partiu os dois pulsos, desmaiando de seguida. Noutra ocasião, no Superclássico contra o Boca Juniors, marcou o golo decisivo na recarga a um tiro tão potente que ao acertar no estômago do guardião "xeneize" (Arico Suárez) o deixou ko. Era tal a sua fama que antes e depois de cada jogo seu, e durante o intervalo, os altifalantes do estádio dos "Milionários" ecoavam um tango composto em homenagem a este artilheiro implacável.

Bernabé Ferreyra marcou 232 golos em 228 jogos, para o campeonato argentino, pelo Tigre e River Plate (187 golos em 185 jogos), sendo até hoje um dos 3 únicos sul-americanos, conjuntamente com o peruano Valeriano López e o brasileiro Arthur Friedenreich, a conseguir uma média superior a 1 golo por jogo. Um Peyroteo do futebol argentino, embora longe da média estratosférica do insuperável ídolo leonino.

bernabé ferreyra.jpg

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