Gestão de Passivos
Pedro Azevedo
Continuo a não perceber a razão pela qual Idrissa Doumbia não assume definitivamente a posição "6" na equipa do Sporting. Mesmo parecendo com algum peso a mais face àquilo que lhe vi na Bélgica, o marfinense é um jogador intenso e que leva a bola para a frente. Graças à sua habilidade, ultrapassa facilmente a zona de pressão contrária em posse e dá outro ritmo ao jogo leonino. No entanto, Keizer segue apostando em Gudelj. O sérvio é tipo limpa pára-brisas, só funciona para trás e para os lados, o que congestiona a saída de bola do Sporting. Para além disso, o golo obtido pelo Portimonense em Alvalade expôs à saciedade algumas das suas piores características: lento, permitiu-se perder a bola em sítio proibido, falhou a tentativa de a recuperar rapidamente, ou de fazer falta e matar o lance e, finalmente, não acompanhou a movimentação do jogador que estava a marcar, permitindo-lhe seguir isolado para a baliza. Foram simplesmente demasiadas falhas num só momento de jogo para passarem despercebidas a um comum adepto, pelo que não é de estranhar a impressão generalizada de que Gudelj não merece neste momento a titularidade.
O futebol do Sporting não pode laborar neste tipo de equívocos sob pena de não ser sustentável, tanto do ponto de vista desportivo como económico. Sim, porque a passividade de Gudelj no campo vem acompanhada de um empréstimo bem oneroso para os cofres do clube, o que certamente contribuirá para o aumento do Passivo no Balanço da SAD, ao mesmo tempo que fica sem jogar um jovem promissor que pode vir a constituir uma importante mais-valia futura para o clube, para além dele se esperar um rendimento desportivo mais condizente com os pergaminhos de uma instituição como é o Sporting Clube de Portugal.