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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

12
Jul21

O Ovo de “Colombo” Mancini


Pedro Azevedo

Roberto Mancini, Gianluca Vialli e Attilio Lombardo estiveram em Wembley em 92 quando a Sampdoria perdeu a final da Champions para o Dream Team que Cruijff construiu em Barcelona. Agora, fazendo parte da estrutura que a Federação Italiana montou para a Squadra Azzurra, vingaram essa derrota no regresso ao mesmo palco (entretanto remodelado). Com uma equipa técnica onde ainda consta um outro ex-jogador da genovesa Sampdoria (Gianluca Salsano), Roberto Mancini foi o Cristóvão Colombo deste Euro, mostrando ao mundo que era possível a Itália ser competitiva sem que para isso tivesse de recorrer ao Catenaccio (curiosamente celebrizado por um chileno, Helenio Herrera). Esse Ovo de Colombo permitiu à Itália, nos últimos anos arredada dos grandes palcos, mostrar ao mundo um futebol positivo e alicerçado numa eficaz pressão alta, sem que tal redundassse em menor equilíbrio nas acções defensivas. Em contrapartida, a final não correu nada bem a Gareth Southgate. Em certa medida não lhe fez justiça, pois quem viu jogar "Calamity" Maguire no Man Utd certamente deu mérito ao duplo-pivot de meio campo com que o treinador inglês conseguiu assegurar a segurança das suas redes. Porém, neste último jogo revelou-se por demais receoso, inicialmente primando pela inacção ao não reagir atempadamente à pressão italiana - tinha muitos criativos no banco que poderiam ter colocado novos problemas aos italianos - , depois ao lançar tardiamente dois jovens que sem ritmo de jogo entraram somente para marcar os penáltis. Perante as hesitações de Southgate, os intrépidos "marinheiros" de Mancini acabaram por levar o troféu para a pátria de Garibaldi, vendo assim premiada a sua ousadia. Mais do que a vitória final ter sido justa - a Espanha foi superior aos italianos na meia-final - , foi justo ver vencer quem arriscou sair da sua zona de conforto. Uma nota final positiva que ainda mais abrilhantou um dos melhores europeus de sempre. 

12
Jul21

O mistério dos números primos (19)


Pedro Azevedo

Não sei se a vida é feita de coincidências ou se não existe essa coisa a que chamamos coincidência, o que é certo é que ontem ocorreu comigo um daqueles insólitos que me/nos fazem pensar. Eu passo a contar: convidado por um amigo de toda a vida, passei uma muita agradável tarde dividido entre uma imponente piscina e um suculento barbecue. Pelo meio conversas reais com gente real, que a vida é demasiado importante para se perder em inuendos, hesitações e meios termos. Como pano de fundo, vulgo "pièce de résistance", havia um Itália-Inglaterra, final do Campeonato da Europa. Ora, apesar de estar eternamente agradecido a Inglaterra e aos ingleses pela forma como me receberam quando lá trabalhei, o meu coração desta vez batia por Itália, pelo belo futebol. De tal forma que para o evento levei um polo azul comprado há mais de uma década atrás. Produzido por uma conhecida marca americana, tem Itália estampado na frente e o número 19 nas costas. Logo um amigo me inquiriu do porquê do número 19, algo que remeti para o critério da marca. Novas investidas no mesmo sentido vim a ter de outros convivas, às quais dei sempre a mesma resposta. O jogo começou e não voltei a dar relevância ao assunto. E, se eu não dei, os meus amigos também não. Até que acordo hoje e revejo que o golo italiano, o único golo italiano da noite, foi marcado por Leonardo Bonucci. Porém, com a emoção do jogo havia-me escapado um pormenor. Adivinham o número da sua camisola? O 19. Talvez nada aconteça por acaso...

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05
Jul21

Não há estrelas no céu da Dinamarca, mas...


Pedro Azevedo

Dizem alguns que à Dinamarca falta uma estrela. Contraponho que em 92 o Michael Laudrup amuou com o seleccionador da altura (Richard Moller Nielsen) e não foi à Suécia, o que não impediu os veraneantes dinamarqueses de chegarem à final e aí baterem sem espinhas a todo-poderosa Alemanha. É certo porém que o génio Laudrup ou o furacão Elkjaer Larsen dariam outro "élan" aos nórdicos. Quem não se recorda do amasso que deram ao Uruguai de Francescoli no Mundial de 86? E o Elkjaer até fumava muito, não prescindindo do seu cigarrito no intervalo e final dos jogos como o demonstrou um dos filmes desse Mundial disputado no México. Ao todo eram dois maços por dia, diz a lenda, intoxicação que não se notava no campo tal era o vigor aí patenteado. Era um colosso. Tanto que ao lado de um outro colosso (Briegel) fez do modesto Verona campeão de Itália (85), um feito que pede meças a Maradona e ao seu sucesso em Nápoles. O homem era um ciclone: recebia de costas, virava-se vertiginosamente e lá ia ele imparável, sempre escolhendo o caminho mais curto na direcção da baliza. Grande equipa essa, montada por Sepp Piontek, que também contava com o Soren Lerby, o Frank Arnesen e o Morten Olsen (capitão), entre outros (dava-se ao luxo de ter Allan Simonsen no banco) que levaram os críticos a dar-lhe apodos como "Dinamáquina" ou "Danish Dynamite". Todavia, essa selecção nada ganhou, demonstrando uma grande ingenuidade e perdendo de forma inglória face à Espanha de Butragueño já na fase a eliminar. Ora, o que me faz acreditar na Dinamarca de 2021 é o facto de ser uma equipa muito mais preparada para todos os momentos do jogo, contando nomeadamente com uma solidez defensiva assente no guarda-redes Kasper Schmeichel e num experiente trio de defesas liderado por Kjaer. Onde antes havia rock&roll e um romantismo provavelmente herdado dos movimentos beatnick e hippie dos anos 60 e 70, cabelos compridos e um purismo focado no golo que levou o dinamite a explodir-lhes nas mãos, agora subsiste uma ideia de futebol positivo mas assente numa organização táctica muito superior que os leva a procurar desequilíbrios apenas em zonas do terreno específicas que não comprometam a transição defensiva. E se a estrela Eriksen caiu no primeiro embate, felizmente sem as consequências que se chegaram a antevir para a sua vida, a mudança de sistema táctico de um 3-4-1-2 para um 3-4-2-1 veio até a beneficiar a Dinamarca, uma equipa que quando solta o vendaval lá na frente é muito difícil de parar tal o número de jogadores que consegue colocar em zona de finalização. Mérito do engenho do seu treinador, Kasper Hjulmand, um homem que também se mostra sagaz nas adaptações que vai promovendo durante os jogos. Quarta-feira há mais. O palco será de luxo (Wembley), veremos se os Vikings conseguirão tomar a Inglaterra.

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04
Jul21

Com bons ovos se fazem Hamlets


Pedro Azevedo

A Dinamarca está a fazer história no Euro 2020. Tal como a própria competição, também os nórdicos chegaram tarde. Os seus dois primeiros jogos resultaram em outras tantas derrotas e ninguém dava uma coroa pelo seu futuro na prova. Todavia, uma leitura mais próxima da realidade permitiria antecipar que circunstâncias especiais haviam provocado essa falsa partida: o desfalecimento em campo de Christian Eriksen afectou muito a equipa no jogo com a Finlândia e só a pouca fortuna obstou a que terminassem a primeira parte do jogo contra a Bélgica com uma vantagem muito mais robusta no marcador. Pelo que não foi propriamente surpreendente a reacção dinamarquesa face aos russos, jogo onde os pupilos de Kasper Hjulmand confirmaram todo o seu valor. Na verdade, os Vikings possuem uma coluna vertebral sólida e destacam-se pela condição física que lhes permite constantes desmarcações que dão ao portador da bola diferentes opções de passe. Se cá atrás, o filho do nosso bem conhecido Schmeichel é garantia de defesas de grande aparato, a tripla de centrais formada por Christensen, Kjaer e Vestergaard dá segurança às acções defensivas e permite aos laterais/alas Larsen e Maehle, especialmente este último (revelação deste Euro, jogando de pé trocado), aventurarem-se no ataque. No centro do meio-campo, Hojberg (jogador do Tottenham) e Delaney (Borussia Dortmund) providenciam o equilíbrio entre as acções ofensivas e defensivas, deixando para os três da frente (Damsgaard, Dolberg e Braithwaite) o carrossel na direcção à baliza. Nesse trio, Damsgaard é o elemento que se destaca pela sua qualidade, sendo Dolberg um matador frio e com boa associação com a restante equipa. Para Braithwaite está reservado o papel de espalha-brasas: não tem grande qualidade de definição, mas corre muito e assim desgasta bastante os adversários e abre espaços por onde Dolberg geralmente penetra. Depois, ainda há Poulsen, um avançado muito rápido, Cornelius, ponta de lança possante e de boa técnica, com uma carreira interessante em Itália, o lateral Wass ou o médio Norgaard, tudo jogadores que mantém as rotações altas. Uma palavra ainda para Hjulmand, que no jogo com a República Checa mostrou sagacidade na forma como mexeu na equipa e evitou um czech-mate que a reacção no início do segundo tempo da equipa onde pontefica Schick (igualado com Ronaldo no topo da lista dos melhores marcadores) chegou a alimentar nos espectadores. 

 

Há que contar com estes dinamarqueses. Não escondo que torço por eles e pela sua ideia de jogo. Dez golos nos últimos 3 jogos são um excelente cartão de visita, pelo que aguardo com expectativa o embate face aos pupilos de Southgate. E creio que terão de ser os ingleses a a procurarem adaptar-se aos Vikings. Caso contrário, tal como no Século IX, eles arrombarão e tomarão de assalto a Inglaterra. 

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29
Jun21

Os deuses do futebol devem estar loucos


Pedro Azevedo

O dia de ontem no Euro 2020 reconciliou-nos com o futebol. Emoção a rodos, incerteza no(s) resultado(s) e muitos e bonitos golos, esses foram os ingredientes para uma tarde/noite memorável para os amantes do ludopédio. As favoritas Espanha e França delapidaram uma vantagem de dois golos e viram-se obrigadas a ir a prolongamento. Porém, no final, o destino de "nuestros hermanos" e gauleses foi diferente. Assim, se os espanhóis ficam a dever à inspiração de Unai Simon (defesa "impossível") e do improvável Morata (na bancada alguns adeptos ostentavam um cartaz que dizia "nós também não a metemos lá dentro") a vitória, aos gauleses de nada valeu a enorme exibição de Paul Pogba e foram eliminados por uns suiços que experimentaram uma montanha russa de emoções durante o jogo, primeiro desperdiçando a oportunidade (penálti) de ganharem uma vantagem de dois golos no marcador para em dois minutos se verem a perder, depois recuperando de uma desvantagem de duas bolas em cima do gongo e vencendo nas grandes penalidades. 

 

Entretanto, do Grupo da Morte não resiste ninguém nos quartos-de-final. Hoje foi a Alemanha a ir para casa. "Auf wiedersehen" Low, os germânicos voltarão no Qatar com Hans-Dieter Flick aos comandos. Num Euro onde a frescura física dos jogadores tem prevalecido sobre a qualidade técnica, haverá 4 "outsiders" nos quartos-de-final: Dinamarca, República Checa, Suiça e o vencedor do Suécia-Ucrânia. Num Euro onde os deuses andam loucos, cuidado com os vikings (Dinamarca e Suécia). Inspirados por Odin, eles querem imortalizar-se em Valhala. Lembram-se de 92?

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28
Jun21

Tudo ao molho e fé no Euro21 (ou 20)

Sorte e Hazard...


Pedro Azevedo

A sorte e o azar fazem parte do jogo, mas quando a preparação encontra a oportunidade certa estamos mais perto de ser felizes. Há 5 anos atrás, no prolongamento do jogo dos oitavos-de-final contra a Croácia, Rui Patrício viu a bola beijar o poste direito da sua baliza. No contra-ataque que lhe sucedeu, Ricardo Quaresma marcou o golo que nos qualificou para o mata-mata seguinte. Ninguém acentuou a tónica na sorte lusa ou no azar croata, a imprensa essencialmente assinalou que Portugal ia em crescendo, sendo que a aposta de Fernando Santos em Adrien (secou Modric) para acompanhar William e João Mário - criando-se assim uma coluna vertebral com centro nevrálgico no Sporting - foi dada como determinante para a difícil vitória obtida. A mesma sensação de progressão de Portugal como equipa, já sentida anteriormente aquando do jogo com a França, ficou bem patente ontem em Sevilha. É por isso duro aceitar que tenhamos ficado pelo caminho nestas circunstâncias. Todavia, olhando mais friamente para o processo, é seguro dizer-se que ficámos a meio caminho de uma renovação que nos poderia ter levado ao triunfo. Não deixando de realçar aqui e dar crédito ao facto de a nível do meio-campo ter havido um atempado ajuste - nenhum dos 3 jogadores ontem titulares havia entrado de início nos dois primeiros jogos deste Europeu - , parece-me que a insistência de Fernando Santos num Bernardo Silva em má forma em detrimento de Pote (melhor marcador do nosso campeonato e jogador com passe, golo e inteligência na exploração do espaço entrelinhas) ou mesmo André Silva (circustância em que Ronaldo partiria marcadamente a partir de uma ala, o que defensivamente nos colocaria adicionais problemas perante uma selecção com alas todo-o-terreno) tirou acutilância ao nosso ataque e nem sequer deu uma protecção defensiva adicional à nossa Selecção (Bernardo chegou visivelmente atrasado ao encontro com Thorgan Hazard aquando do golo belga). Assim, não se pode dizer que a vitória belga tenha acontecido por acaso. Pelo contrário, se um jogo é feito de pequenos erros, o atraso de Bernardo na abordagem ao lance provocou o desequilíbrio que na sua origem vir-se-ia a revelar fatal para as nossas aspirações. Não se trata de crucificar Bernardo, até porque a abordagem de Patrício ao lance foi defeituosa (teria bastado um passo em frente ou para a sua esquerda para defender uma bola que entrou sensivelmente a meio da baliza), mas vistas à lupa as coisas são como são. 

 

O principal problema das fases finais das grandes competições mundiais de selecções é o cansaço acumulado que se verifica por saturação de jogos nos melhores jogadores. Por isso, o histórico destes campeonatos é marcado pelo aparecimento de revelações e não tanto pela afirmação dos grandes craques. A frescura torna-se um elemento essencial e não será despeciendo pensar que um dos últimos grandes jogadores que brilharam numa fase final de uma grande competição, Van Basten, beneficiou de ter vindo de uma lesão que lhe poupou grande parte do desgaste da época no AC Milan. Como tal, torna-se fundamental aproveitar o momento de forma de cada jogador e não valorizar excessivamente o seu estatuto. Nesse sentido, Fernando Santos foi procurando adaptar-se progressivamente a esse contexto, mas fica a sensação de que poderia ter feito mais alguma coisa. Ainda assim, a Equipa de Todos Nós perde um jogo que poderia facilmente ter ganho, assim a eficácia tivesse sido razoável. Diogo Jota, por duas vezes, Raphael Guerreiro, Rúben Dias ou André Silva desperdiçaram 5 boas oportunidades e Courtois negou-nos o golo em 3 ocasiões, pelo que Portugal sai do Euro deixando uma boa imagem. Simplesmente, ontem Nª Senhora de Fátima meteu folga. Concomitantemente, Ronaldo, que até fez um muito bom Europeu, não teve oportunidades para marcar, as bolas para golo caíram nos pés e cabeça de outrém, sendo que esse até foi provavelmente o nosso grande azar. Ou Hazard, se quiserem.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Renato Sanches. Criou a primeira grande oportunidade do jogo logo aos 6 minutos, após arrancada perpendicular aos centrais belgas que permitiu a Jota uma situação privilegiada para alvejar a baliza de Courtois. Noutra ocasião, passou De Bruyne e Witsel num misto de força e velocidade e abriu exemplarmente na direita, criando um desequilíbrio a que faltou a continuidade dos outros jogadores. No segundo tempo voltaria a levar Portugal para a frente. Já muito cansado, acabaria rendido a pouco mais de 10 minutos do fim. Deu tudo o que tinha.

 

P.S. Optei por um "Tudo ao molho..." mais analítico. O meu sentido de humor ainda não se reencontrou após as "moules" com batata frita que me custaram a engolir ontem.

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27
Jun21

Santos, deus e os diabos


Pedro Azevedo

Isidoro, o Hispalense, bispo de Sevilha, que viveu na transição da Antiguidade Tardia para o início da Idade Média, escreveu um dia o Livro das Sentenças, publicação onde perorou sobre a receita para combater o mal encarnado no diabo. Hoje, no La Cartuja, majestoso palco andaluz deste jogo a contar para os oitavos-de-final, (Fernando) Santos procurará replicar Isidoro na busca de um antídoto para maniatar os "diables rouges" que vêm da Bélgica. Entre agentes do "bem" e do "mal", anjos e demónios, destaca-se o deus Cristiano, o português que aos 36 anos apresenta números sobrenaturais neste Europeu. Sendo certo que a influência de Ronaldo é indiscutível, será ao nosso meio-campo que teremos de pedir protecção neste conflito. É fundamental parar De Bruyne e não baixar linhas que permitam a Lukaku e Eden Hazard encontrar mais facilmente espaços curtos na nossa área. Assim, é provável que o Engenheiro venha a montar uma teia onde Moutinho tenha a dupla função de esconder a bola e condicionar a acção do mago belga, Renato seja o dinamitador que pulveriza a linha média e expõe os centrais da Bélgica e Palhinha alargue a zona de influência atribuível a um médio defensivo e saia em pressão sobre a bola. Todavia, para que o condicionamento dos belgas seja efectivo, fundamental será contar com a cooperação dos alas. Ao contrário do ocorrido contra a Alemanha, terá de haver solidariedade destes para com os laterais. Desse modo, talvez não fosse má ideia lançar Pedro Gonçalves, um jogador com intensidade defensiva e dotado de uma inteligência que, na posse de bola, lhe permite explorar os espaços entrelinhas ou encontrar o tempo ideal dos passes de ruptura, além de ter qualidade na finalização. Enfim, os dados estão lançados, a partir das 20h00 começaremos a vislumbrar qual será a sentença.

 

P.S. Contrariando o shakespeareano "algo vai mal no Reino da Dinamarca", os dinamarqueses vendem saúde e jogam um futebol de grande vocação ofensiva. Vinte e nove anos após a inesperada vitória no Euro que pôs em causa os planos da pólvora da preparação das equipas - devido à desagregação da qualificada Jugoslávia, os jogadores nórdicos foram recrutados à última hora em "resorts" onde passavam tranquilamente férias - e trinta e sete anos depois da célebre "Danish Dynamite" - "we are red, we are white, we are danish dynamite" dos extraordinários Elkjaer Larsen e Michael Laudrup, a Dinamarca volta a maravilhar o mundo do futebol. Há que contar com os Vikings (a Suécia também anda por lá). 

24
Jun21

Tudo ao molho e fé no Euro21 (ou 20)

Olimpíadas da Matemática


Pedro Azevedo

Entrámos em campo no terceiro lugar do grupo. Entretanto, paralelamente, disputava-se o Alemanha-Hungria, de cujo resultado, em caso de derrota nossa, dependeria a qualificação lusa. À meia-hora estávamos em primeiro, ao intervalo em segundo. Quarenta e sete minutos de jogo e éramos quarto, logo eliminados, mas à hora de jogo voltávamos a ser o segundo. Para trás ficavam 13 angustiantes minutos em que já nos víamos a observar o Euro dos outros. Por 1 minuto (entre os 66 e os 67 minutos) descemos a terceiro, para depois regressarmos a segundo. Até que a partir dos 84 minutos nos fixámos no terceiro, assim regressando à casa de partida e carimbando o passaporte para Sevilha, cidade que o nosso Ferro Rodrigues pretende ver invadida de portugueses, quiçá nas suas variantes alpha, delta e quejandos. Ufa, estou exausto(!), foram tantas as contas que fiz durante o jogo que estou desconfiado que este grande certame internacional afinal é a Olimpíada da Matemática, torneio em que os portugueses são sempre à partida os grandes favoritos. 

 

A verdade é que depois do Euro 2016 a nossa Selecção desenvolveu uma imunidade de grupo às críticas. O seu líder, Fernando Santos, vai gozando com o que a malta diz até ao momento das grandes decisões, instante a partir do qual põe a teimosia de lado e lança os melhores para dentro do campo. A coisa produz efeito imediato, podendo dizer-se que é remédio Santo(s), desatando a Selecção a jogar futebol e a ultrapassar os incautos adversários como se não houvesse amanhã. Os próximos que nos sairão na rifa serão uns belgas, os primeiros no ranking dos profissionais chocolateiros. E da FIFA, dizem-me. Têm o gigante Courtois e o duende Hazard, o colosso Lukaku e o genial De Bruyne. Mas não têm o Cristiano Ronaldo, o Velho, que alguns dizem estar acabado. Acabado de igualar o recorde mundial de mais golos marcados ao serviço de uma selecção. Acabado de ultrapassar o recorde de mais golos marcados em fases finais de europeus. Acabado de bater o recorde de mais golos marcados no somatório das fases finais de europeus e mundiais. Acabado de terminar a fase de grupos deste Europeu como o melhor marcador destacado (5 golos) da competição. Enfim, acabadíssimo. E depois há um veloz Pepe a viver a jovialidade dos seus 38 anos, um Patrício que realizou a melhor defesa deste Euro, um Renato que é um touro e um ousado Palhinha que até se estreou neste Euro num túnel onde arrancou a crista ao galaroz do Pogba. E ainda resiste o Moutinho, mestre na arte de esconder a bola e de a passar a um só toque, um dos melhores do mundo na modalidade do futebol sem balizas, variante que foi rei no Portugal dos anos 70. Sem me esquecer do Bruno do Sporting e do Manchester que ainda não apareceu na Selecção, dos milhões do Felix que sebastianicamente um dia ainda se capitalizarão dentro do campo, ou do André Silva da Bundesliga, entre outros.

 

Dizem-me que o problema é a Bélgica jogar num 3-4-3. É que a amostra contra a Alemanha não foi nada auspiciosa e teme-se que a coisa se repita. Se calhar, o melhor será o Fernando Santos inspirar-se no Rúben Amorim e aproveitar o cochecimento que os jogadores do Sporting têm desse sistema. Por exemplo, recuar o Palhinha para a linha dos centrais, entregar ao Nuno Mendes a ala esquerda e estrear o Pote com o Jota como enganches do Ronaldo. A verdade é que a defesa dos belgas não me parece por aí além, pelo que saber explorar o espaço entrelinhas compreendido entre médios e centrais poderá ser a chave para a vitória lusa. 

 

Enfim, no Domingo logo saberemos. Para já fica o registo de um empate com sabor a vitória contra o campeão do mundo, tónico certamente motivador. Esperança também no nosso Ronaldo, tão fresquinho que desafia os controladores aéreos e continua a invadir o espaço onde é suposto só circularem os aviões, e no progressivo desenvolvimento da equipa em competição tão típico de Fernando Santos. Definitivamente, há que contar connosco. Num torneio de nómadas, disputado em 11 cidades europeias, o nosso treinador até já anunciou a intenção de deixar as malas em Budapeste. Soou-me a presságio e a um regresso ao passado (2016). Querem ver que...?

 

Tenor "Tudo ao molho...": Renato Sanches

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19
Jun21

Tudo ao molho e fé no Euro21 (ou 20)

Teimosia fatal


Pedro Azevedo

Quando um meio-campo luso meiguinho defronta uma "Mannschaft" agressiva o resultado só pode ser um. Sem intensidade, sem meter o pé, Portugal permitiu que os alemães conduzissem a bola perpendicularmente até às imediações da nossa área e depois escolhessem confortavelmente a melhor opção de passe de ruptura ou atraíssem a nossa equipa para um flanco para depois bascularem rapidamente para o outro. Não sei se Fernando Santos terá anotado a matrícula do camião que nos passou por cima, mas as minhas fontes dão-me conta que os capacetes azuis enviados pela ONU a Munique, William e Danilo, ainda estarão a esta hora a elaborar um relatório dando conta que observaram sempre as movimentações dos alemães à distância. Além de não serem intensos, o par de jarras (sem flor) que Portugal apresentou à frente da defesa mostrou flagrantemente um assustador défice de velocidade aquando da transição defensiva, expondo ainda mais a nossa defesa. Curiosamente, a ver o jogo do banco esteve Palhinha, o Exterminador Implacável, o homem que nunca deixa crescer a relva em seu redor. Como se o desacerto dos médios (Bruno incluído) já não fosse suficiente, assistiu-se a uma exibição desastrada dos laterais Nelson Semedo e Raphael Guerreiro, dois náufragos sempre longe das margens, atraídos que foram sempre para o centro pelo redemoinho de ataques germânicos que aí se concentravam. Para piorar, Rúben Dias e o próprio Guerreiro marcaram os golos que permitiram aos alemães dar a volta ao resultado ainda no primeiro tempo. Para trás já ficara o golo inaugural português, obtido contra a corrente e após um corte efectuado ainda na nossa área por Cristiano Ronaldo que  permitiu uma transição rápida iniciada por Bernardo, continuada com distinção por Jota (excelente amortecimento de peito e altruístico passe para golo) e concluída pelo próprio Ronaldo, o qual entretanto disparara de costa a costa em grande velocidade. 

 

Fernando Santos fez entrar Renato no reatamento. Porém, em vez de substituir um dos duplos-pivô, o Engenheiro tirou Bernardo do terreno. No meio, Portugal continuou a dar bar aberto aos alemães e estes não se fizeram rogados e com gosto anteciparam a Oktoberfest em Munique e marcaram-nos mais 2 golos. Por aí já Rafa estava em campo, desta vez sem carambolas a melhorarem a sua exibição e com culpas no quarto golo alemão da tarde. Com Moutinho em jogo e Renato na zona central (saiu William), Portugal conseguiu reduzir quando Ronaldo retribuiu a assistência de Jota. Renato ainda chutaria com violência ao poste direito da baliza de Neuer, mas esse acabaria por ser o canto do cisne português.

 

A Alemanha mostrou ser uma Selecção a ter em conta, mas a insistência de Fernando Santos numa dupla de médios completamente fora de forma, sem ritmo ou velocidade, descendentes do "laissez faire, laissez passer" de Adam Smith e do liberalismo, ajudou muitíssimo ao resultado final. Foi pena, até porque a linha defensiva germânica mostrou uma falta de velocidade que poderia ter sido mais bem aproveitada se Portugal tivesse conseguido ter mais vezes a bola. Adicionalmente, a perda de Cancelo e a lesão de Nuno Mendes estão a constrangir o desempenho geral defensivo. É certo que Pepe e Rúben Dias são muito bons, mas nem eles conseguem operar milagres a toda a hora. Entretanto, os nossos jogadores Pote e Palhinha, que terminaram a época em muito melhor forma que vários dos actuais titulares (o suplente do Bétis incluído), continuam a desfrutar do sol que neste momento brilha intensamente no centro da Europa, pelo que a única lesão de que poderão padecer será um escaldão.  

 

Do mal o menos, num duelo para homens de barba rija pelo melhor marcador, o nosso homem da Gillette (Ronaldo) igualou (Patrick) Schick como lâminas mais bem afiadas no ataque. 

Hoje foram 11 contra 7 (com favor). Se já 11 contra 11 no fim ganharia a Alemanha (velha máxima do futebol postulada por Lineker), creio que deveremos estar agradecidos de não termos saído de Munique com um resultado de proporções bíblicas. Está na hora de mudar. Scolari (em 2004) e o próprio Fernando Santos (2016) fizeram-no no passado, tenhamos então fé que ainda será possível inverter o rumo dos acontecimentos. A poderosa França está aí à nossa espera e a inação não será prudente, mas sim radical. Porém, é justo dizer-se que não foram só as escolhas individuais que se revelaram determinantes na forma como o jogo nos fugiu. Nesse sentido, o plano de jogo falhou. A equipa afundou constantemente, deu (propositadamente ou não) a iniciativa aos alemães e nunca encaixou o nosso 4-3-3 no 3-4-3 teutónico. Há que, no entanto, não esquecer que Portugal é o campeão da Europa e o vencedor da Taça das Nações. E tal tem muito o dedo de Fernando Santos, o treinador que hoje aqui criticamos, que conseguiu criar um grupo solidário, resiliente  e com uma mentalidade vencedora, valores que nos conduziram à superação no passado. Serão suficientes no actual contexto? O futuro próximo o dirá. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Ronaldo (e ainda há quem ponha em causa o homem...). Diogo Jota, Renato Sanches, Pepe e João Moutinho merecem uma menção honrosa.

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16
Jun21

Tudo ao molho e fé no Euro21 (ou 20)

A Filosofia do Ketchup


Pedro Azevedo

"Os golos são como o Ketchup" - Cristiano Ronaldo 

 

O grande filósofo Cristiano Ronaldo disse um dia que "Os golos são como o Ketchup e quando aparecem vêm todos de uma vez". Lembrei-me disso ontem quando o Renato Sanches sacudiu a garrafa do Ketchup (lâmpada?) e o génio Ronaldo concedeu os 3 desejos, deixando altruisticamente para o Raphael Guerreiro a tarefa de concretizar o primeiro. Foi, no entanto, necessário esperar 84 minutos para que Portugal fizesse baloiçar as redes magiares, tempo exemplarmente gasto pelos lusos com o intuito de contrariar o postulado do Princípio da Impenetrabilidade da Matéria - "Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo". Para tal, Fernando Santos elaborou uma experiência científica com Danilo e William como cobaias, provando que, em matéria de princípios, até os Princípios da Física não resistem ao futebol português. 

 

Portugal apresentou-se com Rui Patrício como guardião das nossas esperanças e calafrios (ai, ai...). Como o respeitinho é muito bonito, o Jogador do Ano da Premier League (Rúben Dias) foi deslocado para o lado esquerdo da zona central da defesa portuguesa a fim de que o veterano Pepe pudesse jogar de cadeirinha pela direita. Nas laterais o Nelson Sem Medo e o Raphael Guerreiro, dois apelidos à altura da batalha que tínhamos pela frente perante 60 000 húngaros. À frente destes aparecia um pivô duplo, com o Bruno Fernandes a ter mais liberdade para criar. Depois, no ataque tínhamos o Bernardo, o Jota e o inevitável Ronaldo. 

 

Só para contrariar os Velhos do Restelo que dizem que Ronaldo é prejudicial à Selecção porque toda a equipa joga para ele e isso retira imprevisibilidade, o irreverente do Jota começou logo o jogo a ignorar o nosso capitão, desmarcado na esquerda, e a chutar à baliza. O Gulácsi é que não esteve pelos ajustes e contrariou as suas intenções. O Jota não via ninguém, queria marcar um golo de qualquer maneira e, pouco depois, antecipou-se ao Bruno Fernandes e voltou a acertar no guarda-redes magiar. Depois, o Ronaldo isolou o Bernardo na direita, mas este lamentou não ter dois pés esquerdos e o lance perdeu-se mais uma vez. Antes do intervalo o Ronaldo ainda podia ter marcado, não fora ter ficado surpreendido por o Jota finalmente não se ter atirado que nem um glutão à bola. 

 

No segundo tempo o Bruno desatou a rematar à baliza. O Gulácsi provou ser o melhor dos húngaros e negou-lhe um golo certo. Entretanto, O Engenheiro mandou o Rafa lá para dentro para ver se intimidava os húngaros com a barba (ou se dava água pela barba aos magiares, vá lá saber-se...). Mas foi a partir do momento em que o Renato Sanches entrou que Portugal conseguiu abanar o jogo. É certo que o nosso primeiro golo foi às três tabelas, mas depois o Bulo foi por ali acima até servir o Rafa para este cavar um penálti que decidiu o jogo. Quem o transformou foi o Ronaldo, mandando o Platini para canto como melhor marcador de fases finais de europeus. Animado com mais um recorde, o Cristiano engendrou e iniciou uma tabelinha com o Rafa, finalizando com uma finta ao excelente guarda-redes húngaro e provando que ainda não perdeu de todo a habilidade de extremo. E lá ficou o Ali Daei à distância de um "hat-trick"... Assim, com 3 golos em 8 minutos, o jogo chegava ao fim. O jogo jogado, porque o jogo falado teve o "Motorista Santos" como protagonista. Com os hilariantes e habituais tiques de pescoço, provável consequência de algumas caîbras originadas pelas tensas travagens que muitas vezes impõe nas partidas, mas com a naturalidade de quem soube reconhecer que o apodo sugerido pelo técnico italiano dos magiares até se revelou apropriado, tal a forma como Fernando Santos soube com maestria contornar o longo autocarro que a Hungria colocou à sua frente. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Cristiano Ronaldo

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18
Nov19

Trio de ataque


Pedro Azevedo

Portugal tem hoje não apenas um, mas 2 jokers. Para além de Cristiano Ronaldo, agora há Bernardo Silva. Ambos são insubstituíveis, constatação que até os paralelepípedos da minha rua sabem ser verdadeira. Na fase de grupos da Liga das Nações, quando não houve Ronaldo, emergiu Bernardo. Com ele ultrapassámos Itália e Polónia e apurámo-nos para as meias finais. Depois, Ronaldo regressou e deixou a sua marca (um "hat-trick") nos helvéticos, classificando-nos para a final. A qualificação para o Euro também foi marcada pelos dois. Foram as assistências de Bernardo e os golos de Ronaldo que nos catapultaram para a fase final. 

 

Esta apreciação não visa desvalorizar o trabalho de ninguém. Todos deram tudo, simplesmente Bernardo está hoje para Ronaldo como Garrincha estava para Pelé no escrete do início dos anos 60. Valha a verdade que Bernardo demorou a impor-se. Durante algum tempo as coisas simplesmente não lhe saíam no espaço da selecção. Sem ele ganhámos o último Euro e com ele deixámos o Mundial nos oitavos de final. Por ironia, esse jogo com o Uruguai foi o grito de Ipiranga de Bernardo, o seu primeiro jogo de categoria por Portugal. 

 

Nós, Sportinguistas, aguardamos algo do género com Bruno Fernandes: a um começo tímido também deve suceder a súbita explosão. A imensa classe que presidiu à extraordinária execução técnica aquando do primeiro golo ao Luxemburgo é um sinal de que esse processo estará em curso. E aí, meus amigos e fieis Leitores, se Bruno fizer saír o génio da lâmpada e o juntar à estirpe de Bernardo e Ronaldo seremos imbatíveis no próximo Europeu. Assim o melhor Bruno de quinas ao peito chegue a tempo ao desafio com a (sua/nossa) história.  

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17
Nov19

Tudo ao molho e fé em Deus - Benilux semeou e Bruno colheu


Pedro Azevedo

Naquilo que se pode designar como "A lógica da batata" (N.A.: título alternativo), Portugal teve de depender de um batatal no Luxemburgo para entrar no Euro. Enfim, anda um país uma vida inteira a cultivar batatas e depois, devido ao impacto de uma Política Agrícola Comum (PAC) que seduziu a UEFA - o organismo máximo do futebol europeu parece confundir cultura (desportiva) com agricultura - , tem de as ir colher à Benelux... E ainda dizem que o futebol não se mistura com a política...

 

Milhares de emigrantes portugueses receberam a selecção nacional, mas a melhor recepção foi a de Bruno Fernandes: o jogador do SPORTING colou no pé um passe de Bernardo "Beni" Silva que foi um lux(o) e rematou de pronto para abrir o marcador. O golo disfarçou uma safra fraquinha durante a primeira parte da jornada, período em que os luxemburgueses se mostraram mais perigosos essencialmente porque a sementeira portuguesa se concentrava no meio e desprezava a largura do terreno. 

 

No segundo tempo Portugal melhorou. Ainda assim o espectro de um golo do Luxemburgo não deixou de nos atormentar. Até que, já nos minutos finais, Bernardo voltou a aparecer, desta vez a encontrar Jota sozinho na pequena área. O remate do jogador do Wolves saiu embrulhado, mas de um tipo de embrulho com que se acondicionam os presentes. O destinatário foi Ronaldo, que não resistiu a cantar o 99 Red Balloons (hoje Portugal jogou excepcionalmente de branco) da Nena, certamente por influência da proximidade alemã ao local do jogo.  

 

Com esta vitória, Portugal mantém o pleno de qualificações para europeus e mundiais neste milénio (agora 11 em 11).

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