E se correr bem?
Pedro Azevedo
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Pedro Azevedo
Pedro Azevedo
Portugal foi até ao Grão-Ducado do Luxemburgo onde um dia Siegfried, o da Brunilda de Wagner, mandou edificar uma fortaleza que durante muito tempo chegou a dar ares de aguentar as investidas do tradicional caos organizado que o exército de Fernando Santos montou a partir de um cerco. É curioso falar aqui de Siegfried porque a sua história tem semelhanças evidentes com a de Aquiles, ainda que a fragilidade do nórdico proviesse do ombro e não do calcanhar ou tornozelo. Ora, o nosso Aquiles é o Félix. A julgar pelo jornal da Queimada ambos até terão sido banhados em rios sagrados: o Aquiles já se sabia que no Estige e o Félix dizem-nos que no Judeu, ali para os lados do Seixal. O mesmo periódico que antes de cada jogo de Portugal embala o Félix como o Aquiles que transporta o escudo nacional, o guerreiro épico que fará a diferença na peleja. Só que depois as profecias saem todas furadas - deve ser do efeito nas águas das descargas poluentes na Baía do Seixal que o PAN atribui à inércia da autarquia - e o Jotinha que se destaca no ataque é aquele que o Klopp, qual Wagner, foi um dia buscar a Wolverhampton para dar um novo impulso à "cavalgada das valquírias" do seu Liverpool. Ontem, por exemplo, a única semelhança entre o Aquiles e o Félix foi a vulnerabilidade do tornozelo. Só que enquanto o Aquiles, ferido mortalmente por uma flecha de Páris, só viria a perecer após se encher de uma glória homérica com a conquista de Troia (que não a da Península de Setúbal onde acontece outra "guerra" que Alcochete neste momento lidera), a lesão no tornozelo de Félix foi como um sacrifício que os santinhos afectos ao Fernando congeminaram para que o onze de Portugal tivesse a oportunidade de vencer a Batalha do Luxemburgo. Foi de tal modo que diz-se por aí que como pagamento da dívida aos santinhos e expiação do pecado perante os inquisidores o Ronaldo irá permanecer 3 dias e 3 noites na fortaleza. E no fim, qual Mestre Afonso Domingues, proferirá: "A braçadeira não caiu, a braçadeira não cairá". Desengane-se porém quem pense que morrerá de seguida, que o Cristiano tem mais vidas que um gato e ainda vão ter de levar com ele mais uns anitos. É tomarem Rennie, a poção mágica dos Invejosix, o povo sedentário ocupante da fracção mais ocidental da Península Ibérica que não se governa nem se deixa governar ou dá valor ao real mérito.
Pedro Azevedo
O Portugal-França de logo à noite (Estádio da Luz, 19h45) não será apenas mais um clássico latino. De facto, nas últimas décadas o futebol gaulês e o luso evoluiram tanto a nível de selecções que o jogo que se avizinha irá contrapor o actual campeão europeu ao campeão mundial em título. Sendo certo que o Mundo é maior que a Europa - algo que Joaquim Meirim um dia teve oportunidade de explicar enquanto procurava moralizar o guarda-redes suplente do Varzim ("és o maior da Europa") que almejava a titularidade no clube da Póvoa ("não jogas porque o Benje é o maior do Mundo) - , a verdade é que, para ser campeão europeu, Portugal teve de vencer a França, enquanto os franceses não precisaram de ganhar aos portugueses para se sagrarem campeões mundiais. Deste modo, o jogo de mais logo será como que um tira-teimas entre selecções que têm dominado o panorama futebolístico, pouco tempo depois de um primeiro diagnóstico realizado no Stade de France (Saint-Denis/Paris) se ter revelado inconclusivo. Não se pense porém que o único aliciante do jogo residirá aí, pois é bom não esquecer que estará em causa a qualificação para a final-four da Liga das Nações, competição que Portugal brilhantemente venceu em 2019 após derrotar na final a Holanda. Num jogo desta natureza é muito difícil atribuir favoritismo. Se é certo que Portugal venceu o Euro-2016 após bater os anfitriões gauleses na final com um golo de Éder no prolongamento, não é menos verdade que os lusos não ganham aos franceses em 90 minutos há 45 anos. É verdade!, a última vitória portuguesa conseguida no tempo regulamentar data de 1975. O jogo ocorreu em Colombes, os golos foram obtidos por Nené e Marinho. O treinador luso era José Maria Pedroto, e Samuel Fraguito destacou-se pela arte com que escondeu a bola dos gauleses. Doze jogos depois - oito derrotas e quatro empates - , Portugal irá entrar em campo para matar o borrego, que é como quem diz, depenar o galo. E se os gauleses têm razões para levantar a crista dada a presença de Griezmann, Pogba ou Martial, os portugueses não lhes ficarão atrás com o trio Bruno Fernandes, João Félix e Bernardo Silva. Para o póquer de ases ficar completo, nada como acrescentar-lhe as cartas principais de cada baralho futebolístico: Mbappé e Ronaldo. Em condições normais isto poderia ter a simbologia de um render de guarda, uma passagem de testemunho do veterano português para o jovem francês. Porém, Cristiano Ronaldo nada tem de normal no que de comum concerne. A sua ambição renova-se a cada instante e a sua sede de glória parece inesgotável. Assim sendo, acredito que Mbappé vai ter de continuar à espera da sua hora. Ah, e já agora, tenho o pressentimento que, cartas todas metidas em cima da mesa, um Joker (Jota) poderá fazer toda a diferença e em Dia dos Bandeirantes - também é Dia Mundial da Diabetes, o que, já se sabe, invoca a necessidade de muito equilíbrio - abrir novos caminhos para Portugal. Em todo o caso, Senhoras e Senhores, Mesdames et Messieurs, façam as vossas apostas, faites vos jeux!
Pedro Azevedo
Participaram neste inquérito 19 Leitores. Foram nomeados 15 atletas, 12 dos quais com ligação ao Sporting Clube de Portugal. Os nomeados foram Cristiano Ronaldo, Carlos Lopes, Rosa Mota, Livramento, Nelson Évora, Joaquim Agostinho, Fernando Peyroteo, Naide Gomes, Eusébio, Fernanda Ribeiro, Pedro Miguel Moura, Bessone Basto, Jesus Correia, Luis Figo e Manuel Faria. :A luta foi renhidíssima tanto para o primeiro lugar (diferença de 1 ponto ao fecho de 6ª feira, empate antes do último votante) como para o último lugar do pódio. Eis os resultados finais ("top ten"):
10º lugar: Nelson Évora (5 pontos)
9º lugar: Fernanda Ribeiro (7 pontos)
8º lugar: Luis Figo (7 pontos)
7º lugar: Eusébio (8 pontos)
6º lugar: Fernando Peyroteo (12 pontos)
5º lugar: António Livramento (19 pontos)
4º lugar: Rosa Mota (35 pontos)
3º lugar: Joaquim Agostinho (36 pontos)
2º lugar: Cristiano Ronaldo (81 pontos)
1º lugar: Carlos Lopes (85 pontos)
Carlos Lopes, o melhor desportista português de sempre para os Leitores do blogue "Castigo Máximo"!
Pedro Azevedo
Esforço, dedicação, devoção e glória. Sempre o primeiro a chegar aos treinos e dos últimos a sair após uma recuperadora sessão de crioterapia, encontra nova motivação após cada recorde quebrado, a cada título individual ou colectivo conquistado. Campeão europeu e vencedor da Liga das Nações da UEFA por Portugal, 5 Champions por Real (4) e Manchester United (1), 5 Bolas de Ouro de melhor jogador do mundo. Parabéns Cristiano Ronaldo! Haverá alguém nos relvados que corporize melhor o lema do nosso Sporting Clube de Portugal? Infelizmente, hoje em dia não o podemos ver de leão ao peito. Mas, quem sabe se um dia não o voltaremos a ver de verde-e-branco a marcar golos como estes que deixo aqui em galeria...
1º golo pelo Sporting
1º golo pelo Manchester United
1º golo pelo Real Madrid
1º golo pela Juventus
1º golo por Portugal
Golo de bicicleta
Golos de calcanhar
Incríveis golos de cabeça
Melhores golos de livre
AND COUNTING!!!
Pedro Azevedo
Portugal tem hoje não apenas um, mas 2 jokers. Para além de Cristiano Ronaldo, agora há Bernardo Silva. Ambos são insubstituíveis, constatação que até os paralelepípedos da minha rua sabem ser verdadeira. Na fase de grupos da Liga das Nações, quando não houve Ronaldo, emergiu Bernardo. Com ele ultrapassámos Itália e Polónia e apurámo-nos para as meias finais. Depois, Ronaldo regressou e deixou a sua marca (um "hat-trick") nos helvéticos, classificando-nos para a final. A qualificação para o Euro também foi marcada pelos dois. Foram as assistências de Bernardo e os golos de Ronaldo que nos catapultaram para a fase final.
Esta apreciação não visa desvalorizar o trabalho de ninguém. Todos deram tudo, simplesmente Bernardo está hoje para Ronaldo como Garrincha estava para Pelé no escrete do início dos anos 60. Valha a verdade que Bernardo demorou a impor-se. Durante algum tempo as coisas simplesmente não lhe saíam no espaço da selecção. Sem ele ganhámos o último Euro e com ele deixámos o Mundial nos oitavos de final. Por ironia, esse jogo com o Uruguai foi o grito de Ipiranga de Bernardo, o seu primeiro jogo de categoria por Portugal.
Nós, Sportinguistas, aguardamos algo do género com Bruno Fernandes: a um começo tímido também deve suceder a súbita explosão. A imensa classe que presidiu à extraordinária execução técnica aquando do primeiro golo ao Luxemburgo é um sinal de que esse processo estará em curso. E aí, meus amigos e fieis Leitores, se Bruno fizer saír o génio da lâmpada e o juntar à estirpe de Bernardo e Ronaldo seremos imbatíveis no próximo Europeu. Assim o melhor Bruno de quinas ao peito chegue a tempo ao desafio com a (sua/nossa) história.
Pedro Azevedo
... mas como este não há nenhum! Ou não tivesse sido produzido pelo Melhor do Mundo. "Made in" Sporting, é bom não esquecer...
#unidospelaformacao
Pedro Azevedo
Fénix, ok? Fénix, não Félix...
Quando o país soube que Cristiano Ronaldo se tinha juntado à equipa de João Félix, outrora designada por "Equipa de todos nós", logo se levantaram dúvidas se estaria à altura de tão grande responsabilidade. Para complicar ainda mais a coisa, o engenheiro deu uma de Paulo Bento e montou um meio-campo em losango que basicamente consistia em ter quase todos os jogadores fora da sua posição natural, pelo que todas as fichas estavam apostadas no imponente físico de Félix, a emparelhar na frente com Ronaldo, assim a jeito de uma alegoria da caserna (cartilhada) transformada numa hipérbole.
Jogando Ruben Neves mais recuado, William foi desviado para a meia esquerda, Bruno Fernandes para a meia direita e Bernardo para o vértice mais ofensivo, táctica que ainda teve o senão de deixar Félix inoperante, sem espaço para recuar e receber a bola de frente para a baliza, o que teria sido possível se Portugal tem optado, por exemplo, por um 4-4-2 clássico. Mas, se a selecção não fosse a Turma do Félix, com Ronaldo no eixo do ataque, Guedes poderia ter entrado de início para a esquerda, Bernardo teria actuado pela direita, Bruno Fernandes seria o "10" e Neves e William jogariam mais atrás, num 4-3-3 provavelmente ideal para as características dos atletas que temos.
Assim, a coisa foi sofrível e só salva pelo irrequietismo de Bernardo e o génio daquele senhor (Cristiano) que veio visitar a Turma do Félix e a fez renascer como a fénix. Mas aí Bruno Fernandes ainda não se juntara a Félix... no banco de suplentes.
Na primeira parte, Ronaldo inaugurou o marcador com um "tomahawk", pôs um helvético a rodar a 45 rotações por minuto (ou não fosse a suiça Thorens uma referência mundial em gira-discos) e assistiu Félix para uma oportunidade perdida. Na etapa complementar, começou por tocar para Bernardo no lance da penalidade a favor que se transformou numa penalidade contra, ironia mais própria de um VAR aberto a altas horas da madrugada e que devolveu ao marcador uma expressão mais consentânea com a famosa neutralidade helvética. De seguida, servido por Bernardo, rematou raso e sem possibilidade de defesa. Por fim, a cereja em cima do bolo: bola recuperada no eixo central por Bruno, passe deste para Guedes, solicitação para Ronaldo na meia esquerda e grande jogada individual do madeirense, com uma chicuelina que tirou dois adversários da frente e abriu um buraco digno de um queijo suiço. Emmental, meu caro Watson(!), Ronaldo é o melhor jogador do mundo. Infelizmente, parece que é só o segundo melhor jogador português...
P.S. Para além de Ronaldo e de Bernardo, gostei de Ruben Dias. William e Bruno Fernandes, apesar de jogarem fora da sua posição natural, estiveram bem a espaços. Guedes entrou muito bem, dando outra dinâmica ao ataque.
Tenor "Tudo ao molho...": Cristiano Ronaldo (hat-trick, 88 golos na Selecção)
Pedro Azevedo
... Ou como a derrota de um extraordinário e emblemático jogador da nossa Formação (Cristiano Ronaldo) é também uma vitória da aposta nas camadas jovens de um clube (Ajax) e um exemplo a seguir.
(Getty Images)
(Lapresse)
Pedro Azevedo
Relativamente a elementos provenientes da Formação leonina, encontrou-se a seguinte situação anómala:
1) Melhor marcador da Champions com 128 golos (o segundo tem 108);
2) Melhor marcador da fase a eliminar da Champions com 67 golos;
3) 5 Ligas dos Campeões;
4) 4 Campeonatos do Mundo de clubes;
5) 2 Supertaças europeias;
6) 3 campeonatos ingleses;
7) 2 campeonatos espanhóis;
8) 1 Taça de Inglaterra;
9) 2 Taças do Rei. em Espanha
10) 2 Taças da Liga inglesa;
11) 5 Supertaças nacionais: 1 em Portugal, 1 em Inglaterra, 2 em Espanha, 1 em Itália;
12) 1 Campeonato da Europa de selecções;
13) 5 Bolas de Ouro;
14) 4 Botas de Ouro.
Conclui-se que os números apresentados por Ronaldo não estão razoavelmente alinhados com as práticas de mercado, nem existe uma explicação suficientemente convincente que sustente esse racional. Ou existe?
VIVA O SPORTING!!!
P.S. atendendo ao conteúdo do documento que anda a circular livremente pelas redes sociais e jornais deste país (refiro-me à exibição exaustiva dos ordenados de funcionários/atletas e prestações de serviços, por exemplo), os sócios serem informados das condições da securitização dos créditos da NOS seria uma coisa de somenos...
Pedro Azevedo
Vivemos um período dourado de Cristianismo que, com o tempo, a todos tem fidelizado. Temo que, quando acabar, o mundo do futebol vá tornar-se Messiânico.
Pedro Azevedo
"Eu estou aqui!" - há momentos tão esotéricos, sobrenaturais até, que fogem à compreensão dos mortais por romperem com as leis naturais que regem os fenómenos ordinários. Mas quando isso acontece não de uma forma isolada, mas sim uma e outra vez e assim repetidamente, então há que admitir que o homem por trás de tão invulgares realizações não é deste mundo. Cristiano Ronaldo, à beira de completar 700 golos de carreira, é hoje um deus do futebol mundial, o homem que ultrapassou a barreira do profano para criar todo um novo entendimento do que pode ser o jogo. Para o mundo do ludopédio, se Maradona foi "d10s", ele é o "CRIADOR 7CENTISTA"...
Pedro Azevedo
A "besta negra" do Atlético de Madrid voltou à acção. São já 25 golos em 31 jogos contra os "colchoneros". Não parece haver barreiras para Cristiano Ronaldo. Ontem mais um tri. Vida difícil para Florentino Perez, fácil, fácil para Andrea Agnelli. Uma lenda!
Pedro Azevedo
Cristiano (ou será CrisTRIano?) Ronaldo! Não há palavras...
Pedro Azevedo
"Quando se combina ignorância com dinheiro emprestado, as consequências podem ser desastrosas" - Warren Buffett
No Sporting não são as metáforas que explicam a realidade, a própria realidade é metafórica. Se não vejamos: existe um fosso entre os adeptos e a equipa de futebol, a (boa) formação está em crise, gasta-se (mal) dinheiro como se se fosse morrer amanhã.
O tempo não pára e o clube tem de recuperar o tempo perdido e avançar. Por isso, há que ganhar velocidade, simplicidade e confiança nos processos. Para que tal aconteça, precisamos de pensar o clube de uma outra forma e ter convicções. É que as mentes são como os pára-quedas: só funcionam se estiverem abertas...
P.S. De lastimar o facto de Cristiano Ronaldo ter vivido no Lar do Jogador, situado ali por baixo da Bancada Nova do velhinho José Alvalade. Ter tido que dividir o quarto, não ter podido conviver com a linha de mobiliário Philippe Starck ou com os colchões Emma, ter jogado e treinado naquele campo pelado situado ali à frente da Porta 10A e ao lado do pavilhão antigo. Não fora esses factos que certamente lhe mataram a ambição e estaríamos a falar de um dos melhores do mundo de sempre. O mesmo com o Futre, coitado, que teve de aproveitar a ondulação do rio para, sozinho no "deck" do barco que fazia a travessia para o Montijo, treinar os movimentos de braços de Chalana.
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Caro Manuel Cunha, o seu texto bate num bom ponto:...
Eu tinha um tio, benfiquista doente e antisporting...
Já agora, eu se fosse ao Bruno Fernandes, excelent...
Eusébio tem o seu lugar na história e temos de lhe...
Caro Pedro, eles nunca irão aceitar que Ronaldo é ...