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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

24
Nov22

A ver o Mundial (II)

Kaput!!


Pedro Azevedo

A revolta da bola quadrada prossegue em bom estilo no Mundial do Qatar e ontem a vítima foi a Alemanha. Mais do que derrotados, os germânicos foram derretidos pelas constantes acelerações nipónicas. Muito mérito para Moriyasu, o treinador japonês, que, primeiro, fez entrar mais um central de forma a adiantar os laterais e, depois, lançou o irrequieto Asano (olho para este jogador e vejo a falta que potencialmente Vitinha, o do Braga, pode vir a fazer à nossa Selecção) para dinamitar os panzers alemães. A reviravolta foi concluída em lance onde foi evidente que o cansaço físico dos teutónicos teve consequência a nivel da rapidez de raciocínio, produzindo-se assim um erro básico que custaria a derrota aos alemães.

 

Surpreendente, ou talvez não (fez uma óptima campanha de qualificação), foi a prestação do Canadá face à Bélgica. Com um impressionante primeiro tempo, período em que os belgas raramente conseguiram passar o seu meio campo, os canadianos tiveram inúmeras oportunidades de sentenciar o jogo. Todavia, em termos de finalização foi um Canada Dry, o que associado a uma única desatenção defensiva (por parte do nosso bem conhecido Steven Vitória, que em tudo o mais foi irrepreensível) lhes viria a ser fatal. Registe-se, porém, a estatística de 21 tentativas de golo contra apenas 9 dos belgas, números que em condições normais teriam sido mais do que suficientes para garantir a vitória canadiana. Além do mais, os norte-americanos não tiveram sorte com o árbitro, zambiano por sinal, ficando duas grandes penalidades por marcar a seu favor. Para lá dos já bem conhecidos Alphonse Davis (Bayern, falhou em penalty), Jonathan David (Lille) e Eustáquio, nos canadianos igualmente destacou-se o ala Buchanan, uma dor de cabeça constante para os belgas. Estes acabaram salvos pelo desacerto na decisão por parte do Canadá e por mais uma grande exibição de Courtois, um polvo na baliza. 

 

Marrocos esteve também em bom plano, merecendo amplamente o empate contra a vice-campeã mundial Croácia. A falta de um ponta de lança um pouco melhor do que El Nesyri terá custado a vitória aos magrebinos, apesar das boas intenções de Ziyech de assistir para golo. Com dois laterais muito rápidos e empreendedores (Hakimi e Mazraoui), um médio de inesgotável energia e elevado sentido posicional (Amrabat) e outro de enorme qualidade técnica (a revelação Amallah), os marroquinos deixaram água na boca. Nos croatas, Modric destacou-se como quase sempre.

 

O Espanha-Costa Rica não teve história. Os centro-americanos são provavelmente a equipa mais fraca da competição, pelo que não surpreendeu que a Espanha não tivesse encontrado oposição. Todavia, tenho a expectativa de os ver contra o Japão, uma equipa capaz de produzir as acelerações que poderão desorganizar o jogo cerebral dos "nuestros hermanos". 

 

Revelação: Marrocos, Japão, Canadá

 

Confirmação: Espanha

 

Desilusão: Alemanha, Bélgica

 

A rever: Croácia

 

Mais fraco: Costa Rica

 

Desequilibradores: Asano (Japão), Buchanan (Canadá)

 

Homens-golo: Ferran Torres, Batshuayi 

 

Revelação jogador: Amellah (Marrocos)

 

Jogo a seguir hoje: Portugal-Gana

stevenvitoria1.jpg

23
Nov22

A ver o Mundial (primeiras impressões)

O triunfo da bola quadrada


Pedro Azevedo

Os primeiros dias do Qatar 2022 confirmaram o que eu havia antecipado aqui. Uma bola que passe a 1 cm do pé é uma bola perdida, e de um modo geral notam-se grandes dificuldades individuais na marcação e em receber no espaço. Adicionalmente, do ponto de vista colectivo, não se vê uma pressão efectiva no campo todo, pelo menos nada que minimamente se compare com o que estamos habituados nos principais campeonatos europeus. A equipa mais agressiva até agora foi a americana, mas rebentou no segundo tempo. A nível de jogadores, comprova-se que este Mundial favorece quem tem explosão com bola, pelo que Saka, Sterling, Rashford, Dembélé e Mbappé deram fortemente nas vistas. Nesse sentido, preocupa-me que Portugal, do meio campo para a frente, tenha apenas Matheus Nunes e Rafael Leão como jogadores capazes de quebrar linhas em velocidade de progressão. Sendo certo que a lesão de Jota foi uma infelicidade que se abateu sobre a nossa Selecção, já pouco compreensível foi não levar Gonçalo Guedes (substituto natural do auto-excluído Rafa) e Renato Sanches. A meu ver temos um lote indiscutível de grandes jogadores, porém muitos funcionam a diesel. Só que estamos no golfo, as condições de temperatura e de humidade são muitos especiais e, por isso, temo que este seja o Mundial dos motores de combustão, a gasolina. Assim sendo, não estou muito confiante na nossa prestação, mas oxalá esteja redondamente enganado. 

 

A grande surpresa até agora da competição foi a derrota da Argentina (estava há 36 jogos invicta) aos pés da Arábia Saudita, uma grande contrariedade para Messi no seu último Mundial e uma alegria esfusiante para uns sauditas que logo decretaram feriado nacional. O triunfo da bola quadrada, como diria o saudoso Carlos Pinhão. De destacar o grande golo de Al Dawsari, o melhor do certame até agora. Corajosos, os pupilos do aventureiro Renard, uma espécie de Corto Maltese do futebol mundial, mantiveram sempre as linhas muito juntas, reduzindo assim os espaços aos sul-americanos, ainda que para tal tivessem tido que correr o risco de dispor o bloco defensivo praticamente em cima do traço divisório do meio campo. Em bom plano esteve igualmente a Tunísia, que impôs um empate a uma das selecções que mais entusiasmara até aqui (qualificação para o Mundial e último Europeu), a Dinamarca, mostrando uma bela organização de jogo, frescura física e jogadores capazes de fazer a diferença, como Msakni (*), Jebali e Sliti, este último uma descoberta do português Rui Almeida quando treinou o parisiense Red Star. Na linha aliás do que já havia mostrado o Senegal, a quem apenas terá faltado Mané para dar sequência ao bom caudal de jogo dos africanos. 

 

Hoje ficou também a saber-se que Cristiano Ronaldo e o Manchester United terminaram a sua ligação. Ainda a propósito de CR7, e já que a competição se desenrola em terra onde o petróleo é rei, pode ser que aquele que alguns (não eu) já dão como fóssil venha a fazer uma gracinha. A sua explosão, ainda que já somente em espaços curtos, está lá, pelo que resta-nos aguardar. A ver vamos. (Continuo a pensar que este será o Mundial dos jogadores, aquele em que as acções individuais decisivas terão uma preponderância maior do que aquilo a que estamos habituados.)

 

Revelação: Arábia Saudita, Tunísia 

 

Confirmação: Inglaterra, França

 

Desilusão: Argentina 

 

Interessante: EUA, Dinamarca, México 

 

A rever: Equador, Senegal, Países Baixos, Polónia, Gales

 

Mais fracos: Qatar, Irão, Austrália 

 

Desequilibradores: Mbappé, Saka

 

Homens-golo: Taremi, Giroud

 

Jogo do dia: Marrocos-Croácia

 

(*) Como curiosidade, Msakni partilha o segundo lugar na lista de goleadores do campeonato do Qatar com o ex-portista Brahimi (5 golos). O melhor marcador é... Gelson Dala (8 golos em 7 jogos). 

 

mbappé.jpg

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