Substituir o quê?
Pedro Azevedo
Não concordo nada com aquela máxima de que não há jogadores insubstituíveis. Como algumas outras dentro do mesmo tom é uma expressão oca, um "wishful thinking" com pouca adesão à realidade. A verdade é que, como em tantas outras profissões, a qualidade é sempre difícil de substituir, mais ainda quando falamos de qualidade extra, como manifestamente é o caso. Por isso, talvez faça muito pouco sentido trocar Matheus por um jogador de 10 M€ para a mesma posição. Pois, se o luso-brasileiro vale actualmente cerca de 50 M€ (o preço contratado), como poderia ele ser substituído por alguém que vale cinco vezes menos? Não, o melhor que temos a fazer é dar minutos aos miúdos, ao outro Mateus (Fernandes) e a Essugo, que assim poderão alternar com Morita e Ugarte (e ainda há Pote como solução de recurso e Bragança como opção para a segunda metade da época) , desenvolverem o seu potencial e valorizarem-se. Afinal, o nosso projecto não passa pela aposta na Formação? Guardemos assim as gorduras geradas por este negócio para o reforço de posições onde é possível substituir com mais qualidade. Como é o caso da posição de ponta de lança. O contrário será um "loose-loose", na medida em que nem substituiremos com a mesma qualidade, nem aproveitaremos o trabalho feita na base. Esse seria um meio-caminho, e meios-caminhos já se provaram não ser caminhos nenhuns. Pelo menos se o objectivo for chegar a um bom fim.