Sobre a demissão dos Órgãos Sociais
Pedro Azevedo
Não sou de todo dado a exercícios de trapezismo e entendo que o equilíbrio na análise advém acima de tudo do conhecimento e rigor no tratamento da informação disponível e não de tacticismos. Tem sido através deste princípio - e não por dar "uma no cravo e outra na ferradura" - que aqui tenho formulado as críticas que entendo como justas a estes Órgãos Sociais e, especificamente, à Direcção do clube e Administração da SAD, separando sempre os actos escrutináveis de gestão do profissional do respeito que qualquer pessoa me merece, não promovendo nem alimentando ataques "ad-hominem". A maior parte daquilo que escrevo é quantitativo e como tal objectivo. Já a parte restante, sendo qualitativa, poderá ser considerada como subjectiva, porém os resultados práticos observados infelizmente só têm vindo a confirmar a justiça das críticas sempre fundamentadas antecipadamente feitas. Nesse sentido, por priorizar o não querer ser cúmplice de um caminho de desesperança que obviamente não me parece nada bom em detrimento da solidariedade que de outra forma me moveria em relação aos correntes Órgãos Sociais e ao cumprimento dos mandatos, após inúmeras tentativas falhadas devido ao autismo de quem dirige de antecipadamente evitar um curso de acontecimentos altamente nefasto para o clube e para os Sportinguistas e face à impossibilidade de discutir internamente entre Sportinguistas e na obediência dos Estatutos estes pontos de vista (adiamentos sucessivos do Congresso, da primeira vez bem antes da Covid com a "justificação" de que o momento não era oportuno para debate), tenho vindo publicamente a assumir que o prazo destes altos representantes do Sporting Clube de Portugal se esgotou, razão pela qual deveriam apresentar a demissão. Fazendo-o publicamente, não me refugiando em manobras de bastidores, em prévias benções papais ou cálculos oportunisticos. Sempre com independência e equidistante de facções, porque na minha concepção só existem Sportinguistas e não grupos, grupelhos e grupóides que são formas não úteis de expressão de um todo de "leoninidade". Ainda assim poderá haver quem não goste. Eu, que gosto de assumir o que penso e nunca me escondo nem ando a tergiversar, estou de consciência tranquila. No Sporting não podem haver inimigos e quem gosta do clube tem a obrigação de o debater e defender. Da forma como eu entendo, somos todos do Sporting e todos queremos o melhor para o clube. Simplesmente, haverá naturalmente visões diferentes, mas no fim do dia o que dará gratificação a todos será ver o Sporting num ciclo virtuoso, algo que importa cumprir e não pode ser mais adiado. Viva o Sporting Clube de Portugal, os Sportinguistas e o Sportinguismo.
Pedro Azevedo
(Sócio 5602-0)