Princípio inalienável (2)
Pedro Azevedo
A compra de jogadores em parceria tem 2 problemas: geralmente quem paga o ordenado somos nós, na venda só ganhamos na proporção da % dos direitos económicos que estão na nossa posse.
Quando se tem um défice estrutural na SAD de cerca de 60 milhões de euros anuais (cerca 43 milhões de euros negativos nos 9 meses até 31 de Março de 2019) antes da venda de jogadores, talvez não fosse mal pensado reflectir sobre isto...
Há um velho ditado português que diz que quem não tem dinheiro, não tem vícios. A ideia do oásis e o financiamento fácil tiveram as consequências na sociedade portuguesa (e no mundo) conhecidas de todos após 2008. Por conseguinte, criemos primeiro as condições para sermos sustentáveis. E essas condicões criam-se comprando apenas qualidade e complementando com a Formação. Nesse sentido, Bruno Fernandes ou Acuña (10 milhões de euros cada) foram baratos e Petrovic (aquisição de baixo custo e ordenado anual superior a 2 milhões de euros, segundo a auditoria que se tornou pública), pese embora o apreço que lhe ganhei pelo sacrifício em campo na final da Taça da Liga, foi caro.
PS: os nossos Gastos Gerais administrativos, no Sporting denominado de "Gastos e perdas operacionais sem transações com jogadores" ( soma dos Custos com Pessoal com fornecimentos e serviços externos e outros pequenos itens) continuam acima dos 100 milhões de euros anuais (estavam em cerca de 80 milhões de euros nos nove meses terminados em 31 de Março de 2019), situação que já vinha do tempo de Bruno de Carvalho. Sem Champions, é preocupante assistir ao crescimento dos FSEs e à subida das amortizações, esta última consequência directa da compra de jogadores e da não aposta na Formação. Aguarda-se que pelo menos se consiga emagrecer a rubrica de Custos com Pessoal.