Os deuses do futebol devem estar loucos
Pedro Azevedo
O dia de ontem no Euro 2020 reconciliou-nos com o futebol. Emoção a rodos, incerteza no(s) resultado(s) e muitos e bonitos golos, esses foram os ingredientes para uma tarde/noite memorável para os amantes do ludopédio. As favoritas Espanha e França delapidaram uma vantagem de dois golos e viram-se obrigadas a ir a prolongamento. Porém, no final, o destino de "nuestros hermanos" e gauleses foi diferente. Assim, se os espanhóis ficam a dever à inspiração de Unai Simon (defesa "impossível") e do improvável Morata (na bancada alguns adeptos ostentavam um cartaz que dizia "nós também não a metemos lá dentro") a vitória, aos gauleses de nada valeu a enorme exibição de Paul Pogba e foram eliminados por uns suiços que experimentaram uma montanha russa de emoções durante o jogo, primeiro desperdiçando a oportunidade (penálti) de ganharem uma vantagem de dois golos no marcador para em dois minutos se verem a perder, depois recuperando de uma desvantagem de duas bolas em cima do gongo e vencendo nas grandes penalidades.
Entretanto, do Grupo da Morte não resiste ninguém nos quartos-de-final. Hoje foi a Alemanha a ir para casa. "Auf wiedersehen" Low, os germânicos voltarão no Qatar com Hans-Dieter Flick aos comandos. Num Euro onde a frescura física dos jogadores tem prevalecido sobre a qualidade técnica, haverá 4 "outsiders" nos quartos-de-final: Dinamarca, República Checa, Suiça e o vencedor do Suécia-Ucrânia. Num Euro onde os deuses andam loucos, cuidado com os vikings (Dinamarca e Suécia). Inspirados por Odin, eles querem imortalizar-se em Valhala. Lembram-se de 92?