O regresso do "Pés de Veludo"
Pedro Azevedo
Saúdo o regresso de João Mário, aquele tipo de jogador capaz de entrar de caras no onze titular que configura o género de contratação/empréstimo que sempre preconizei. Enquanto as compras em quantidade vêm sempre a repercutir-se como um custo e um loose-loose no binómio económico/desportivo, uma aposta em qualidade deste género (empréstimo) é à partida uma garantia de rendimento desportivo. Nesse sentido, o João é um claro "upgrade" para esta equipa do Sporting, um campeão europeu formado nas nossas escolas que retorna numa idade (27 anos) em que os jogadores atingem o pico da sua carreira em termos físicos, técnicos, tácticos e de maturidade. Acresce que o João com a sua versatilidade táctica pode ocupar diferentes posições no terreno, desde actuar como um dos dois médios do sistema de Ruben Amorim até partir de qualquer uma das alas (talvez mais a direita, na medida em que já temos Jovane, Pote - caso não jogue como médio - ou mesmo Nuno Santos sobre a esquerda), o que me parece muito interessante para a equipa. Além destes predicados, João Mário é também um jogador cuja contratação não fractura a massa associativa do Sporting, pormenor que me parece da maior importância à luz do que tem vindo a ser o ambiente maniqueísta e niilista presente no clube. Em todas a entrevistas que concedeu após a sua saída de Alvalade, o João soube sempre colocar o Sporting acima de pessoas e do seu interesse próprio, nunca tendo aproveitado conjunturas específicas para dizer algo que o beneficiasse perante nomenclaturas (aquilo que os brasileiros denominam de "puxa-saco") ainda que pudesse dividir os adeptos, traço de carácter que me caiu particularmente bem. Por tudo isto, vejo com muito bons olhos o regresso do nosso "Pés de Veludo". Seja muito bem-vindo, João Mário!