O reforço
Pedro Azevedo
Os nossos rivais perderam alguns dos seus melhores jogadores e nós reforçámos o plantel, disse a nossa Direcção. Confuso, tive o cuidado de ir consultar o Dicionário Priberam. E não é que vem lá dito que reforçar é tornar mais forte ou resistente, mais intenso, mais numeroso? Atente-se ao pormenor de "numeroso". Na verdade a Direcção não nos enganou. Isto é, pode precisar de internamento urgente numa ala de oftalmologia, mas 9 derrotas em 23 jogos depois não nos podemos queixar de números baixos. Além disso, não podemos olvidar que desde Janeiro contratámos 14 jogadores, o que é um número significativo. Intenso também é um termo apropriado. Eu, por exemplo, fico sempre "in" tenso quando vejo Ilori, Rosier, Borja, Eduardo ou Jesé em campo. E quanto a resistente nem há dúvidas: não há plantel como este, sempre resiliente face aos erros constantes de sócios e adeptos. O Bruno, Acuña, Mathieu e Coates é que parece destoarem bastante, razão mais do que suficiente para os tentarmos rifar o mais breve possível.
Temos, por isso, que dizer que a Direcção fez um bom trabalho no que diz respeito ao reforço do plantel. Estou em crer até que apenas 7.5 biliões de habitantes do planeta Terra seriam capazes de fazer melhor. Ah!, e também uma sequoia centenária que há aqui em Santos e que já viu muita coisa a passar-se à flor da relva. Fora isso, mais ninguém. Como tal, os meus parabéns à Estrutura do futebol, ao finíssimo Scouting responsável pelo fim dos "olheiros" e das (nossas) olheiras e ao Alto (enorme?) Rendimento. E, já sabem, se algo porventura correr ligeiramente abaixo das altíssimas expectativas criadas no início da temporada - afinal, o que são dois digitos de diferença quando pouco mais de um terço do campeonato está disputado? - , tal dever-se-á à Formação, esses malandros que andam há anos a sugar-nos o porquinho mealheiro e a inibir-nos de contratar cirurgicamente.
P.S. Na segunda-feira, se tudo correr como o esperado, estaremos num magnífico terceiro lugar. Tomem lá(!), seus criticos...