Não querer chocar de frente com a realidade
Pedro Azevedo
Diz-se por aí que Fábio Veríssimo alegou que os jogadores em disputa estavam de costas para si como justificação para o erro que o levou a mostrar o cartão amarelo a João Palhinha. Ora, sabendo-se que Veríssimo escreveu no relatório de jogo que avaliou a jogada em toda a sua extensão (significando não ter outros jogadores pela frente que lhe perturbassem a visibilidade), a pergunta que fica é por que não consultou o árbitro auxiliar, esse sim de frente para o lance (ângulo oposto ao seu, idêntico ao das imagens televisivas que após visionamento lhe permitiram alegadamente concluir não ter sido o ataque prometedor). Talvez porque, mal se apercebeu de que o jogador do Boavista caíra ao chão, logo tratou de meter o apito à boca e sacar o cartão do bolso, notando-se pelas imagens televisivas que, nesse transe ou afã, nem tempo teve para pedir a opinião do seu fiscal-de-linha que havia tido uma visão privilegiada da jogada. Se tiverem dúvidas, analisem as imagens e verão. Assim sendo, não vou alinhar em manobras de branqueamento de imagem sobre o actual estado da arbitragem em Portugal: há um culpado de Palhinha não poder defrontar o Benfica, e esse culpado chama-se Fábio Veríssimo.