Não há insubstituíveis?
Pedro Azevedo
O Real Madrid prossegue no seu transtorno depressivo pós-Ronaldo, agora com uma humilhante derrota histórica (3-7) contra o rival Atlético de Madrid. Tal como já havia acontecido no passado, quando o Real deixou sair Di Stéfano (1963), também agora os merengues mostram não estar a saber lidar da melhor forma com o abandono do craque português.
E voltamos à eterna dúvida: é (ou não) Ronaldo insubstituível na actual conjuntura do Real? Eu, que gosto de desconstruir chavões, e sei que quem já nos deixou não vive num cemitério mas sim nas nossas mentes, sinto que sim. Se cada pessoa é única na sua singularidade, por que raio seria assim tão fácil substituí-la? Então tendo sido marcante... A verdade é que o Madrid está uma lástima e não tem ninguém que inspire os outros jogadores, dê o exemplo, os contagie positivamente. E tal como a "seta rúbia", que ganhou a prova máxima da UEFA por cinco vezes, Ronaldo (4 Champions pelo Real) era aquele homem que só com a sua presença em campo já fazia os colegas sentirem-se mais confiantes.
Entre o render de guarda de "Don Alfredo" e a chegada à capital espanhola de Cristiano passaram cerca de 50 anos. Querem dizer-me que numa sociedade em que o futuro é hoje, isso não é uma eternidade? Espero que alguém em Alvalade ponha os olhos no que se está a passar com o Real. É que por cá ainda temos um Bruno Fernandes. Insubstituível, está bom de ver.