Morreu Vítor Oliveira
Pedro Azevedo
Culminando uma semana aziaga para o mundo da bola, o treinador Vítor Oliveira deixou-nos hoje aos 67 anos.
Vítor Manuel Oliveira nasceu em Matosinhos e nos "bebés" de Óscar Marques começou a jogar futebol. Depois do Leixões, representou ainda Paredes, Famalicão, Sporting de Espinho, Sporting de Braga e Portimonense. Em Espinho trabalhou com Manuel José, então jogador-treinador dos tigres da costa-verde, técnico que viria a substituir no Portimonense quando este rumou ao Sporting. Iniciava então (85-86) uma carreira regular como treinador principal (havia sido jogador-treinador no Famalicão) que o levou a percorrer o país do Minho ao Algarve. Estranhamente, nunca teve uma oportunidade num grande. Não esmoreceu e viria a destacar-se pelo brilhantismo com que subiria diversos clubes à primeira divisão nacional, especialidade que, ano após ano, lhe valeria os maiores encómios na nossa imprensa desportiva. Paços de Ferreira (duas vezes), Académica, União de Leiria, Belenenses, Leixões, Arouca, Moreirense, União da Madeira, Desporivo de Chaves e Portimonense foram os clubes que beneficiaram dos seus préstimos para atingirem o patamar máximo do futebol português, tendo 5 dessas subidas sido realizadas de forma consecutiva. Tal aliás valer-lhe-ia 6 títulos de campeão nacional da 2ª divisão. Na temporada passada, no Gil Vicente, com uma equipa toda renovada e um baixo orçamento, deu uma vez mais alarde da sua competência, terminando a Primeira Liga num honroso 10º lugar. Competência seria aliás um nexo comum a toda a sua carreira. O outro foi a forte personalidade com que sempre esteve no futebol e na vida. Morreu hoje na sequência de uma caminhada junto à Praia de Angeiras, ali bem perto de Leça da Palmeira (Matosinhos). Perdendo um decano que ainda sabia dar muitas lições aos mais jovens, o futebol português fica evidentemente mais pobre. Obrigado Vítor Oliveira. Paz à sua alma!