Maradona e Cruijff
Pedro Azevedo
Se Maradona foi um Michelangelo, Cruijff emulou Da Vinci. Senão vejamos: com a bola, o argentino expressava o belo e o sublime; sem ela, bastas vezes representou o trágico. Já o holandês como que reinventou o futebol: se o Jardel compreendia os pássaros para voar sobre os centrais, Cruijff entendia o tempo e o espaço como ninguém. "El Pibe" e "El Flaco", dois renascentistas com abordagens diferentes ao futebol e no entanto com o sucesso como denominador comum. Tal como duas rectas paralelas que só se encontram no infinito, a eternidade encarregou-se de os juntar para sempre sob a supervisão do Mestre. O Céu ficou mais rico.