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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

17
Fev21

Identidade e adaptação


Pedro Azevedo

Há essencialmente 3 equipas na Primeira Liga que vêm mantendo a sua identidade jogo após jogo. Curiosamente, ou talvez não, estão todas bem classificadas e a fazerem campeonatos acima das expectativas iniciais. Falo-vos obviamente do Sporting (1º), Braga (3º) e Paços de Ferreira (5º), equipas cujo desempenho tem muito o dedo dos seus treinadores. Outras vão mudando de sistema, procurando dessa forma ajustar-se ao adversário. É o caso do Benfica, que montou um Plano B no Dragão (entradas conjuntas de Nuno Tavares e de Grimaldo criaram indefinição nos portistas sobre quem era o lateral esquerdo) e um Plano B' (linha de 5 defesas, a atacar a 3 com Vertonghen encostado à esquerda, Grimaldo e Cervi no mesmo corredor) em Alvalade. Mais do que os resultados obtidos nesses 2 jogos, não me parece que os encarnados tenham beneficiado de alguma forma com essas duas semanas de trabalho que descaracterizaram o que vinham laborando até aí. Quinze dias de adaptação a adversários acabaram por resultar em menos duas semanas de afinação de rotinas, sem que antecipadamente fosse sequer prudente esperar (bem visível no jogo de Alvalade) que o escasso tempo de trabalho a treinar um sistema alternativo lhe permitisse estar ao nível de um rival que tem rotinas acumuladas de jogar sempre da mesma forma. Coincidentemente, desde o jogo do Dragão a equipa registou empates caseiros com Nacional e Guimarães e igual divisão de pontos na visita a Moreira de Cónegos, ou seja, perdeu mais pontos nesses jogos que nos confrontos com Porto e Sporting. Para não falar da derrota na Taça da Liga contra o Braga. Em sentido oposto, o Paços de Ferreira de Pepa joga sempre da mesma forma. Tal torna-o um alvo mais ou menos fácil para o Sporting, cujo sistema encaixa bem no dos pacenses, mas garante-lhe o mais importante: habituação, rotinas e ritmo de jogo que lhe permitem ser predominante no "campeonato dos pequenos". Além disso, a ausência de grandes mudanças estruturais não baralha os seus jogadores, que estão focados num sistema em que se sentem confortáveis e dele não abdicam em função de ocasionais 3 pontos. 

 

Outros casos há, como o Braga, onde desde o início a equipa vai alternando defesa a 3 com a 4, muitas vezes durante os próprios jogos. Treinando assim desde a pré-época, a equipa sabe perfeitamente como alterar posicionamentos aquando da mudança táctica. Já o Sporting tem um sistema mais rígido. Não se pense porém que por um sistema ser rígido não possam existir nuances e dinâmicas específicas. É o que ocorre no Sporting de Ruben Amorim quando Pote desce para pegar na batuta e a equipa ganha 3 médios no centro, ou o médio mais volante descola claramente do médio de contenção, ou Nuno Santos encosta mais à ala. Noutra situação, quando Matheus entrou contra o Braga (campeonato) como interior, o Sporting ganhou nessa posição um jogador com preocupações mais defensivas do que o habitual, com especial atenção ao fecho do nosso corredor direito aquando da perda da posse (e ainda viria marcar um golo nesse jogo). Há ainda um Plano B, que no papel se assemelha ao tradicional 3-4-2-1, mas que dadas as características dos jogadores na verdade é mais o revisitar do WM de Herbert Chapman (3-2-5). Tal pôde ser observado pela primeira e única vez até hoje aquando da recepção ao Gil Vicente, quando Nuno Santos e Tiago Tomás se encostaram nos corredores (saiu o central pela esquerda, Nuno Mendes passou para dentro e Porro foi substituído) e Pote, Jovane e Sporar fizeram as duas posições de interiores e a de ponta de lança. 

 

A classificação do campeonato parece dar razão a quem se mantém fiél às suas convicções. O que não quer dizer que um adversário que se adapte não seja potencialmente até mais perigoso para Sporting, Braga ou Paços de Ferreira. Foi aliás o caso recente do Gil Vicente, que sob o comando de Ricardo Soares é mais mutante do que era com Rio Almeida. O problema é que a seguir sofreu uma goleada em Portimão (4-1).

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