De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.
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Mas havia razão para suspender o Palhinha? Esse é que é o ponto, não é verdade? Havendo um erro, o próprio árbitro admitiu-o(!!!), persiste-se no erro só porque sim? Ou pensa que à boa maneira portuguesa o que fica bem o jogador ser despenalizado (pelo TAD) já quando tal não lhe aproveita (após ser impedido de ir a jogo)? É que esse teria sido o resultado prático disto tudo caso jogador e clube não tivessem feito valer os seus direitos, caro ChakraIndigo. (Eu sei que foi só uma provocação, tenho-o como benfiquista mas correcto e equilibrado.)
Na verdade era mesmo apenas uma piada, nem sei se de bom ou mau gosto.
Como saberá melhor que eu, existem argumentos válidos para defender as duas teses. Na minha opinião , e a bem da equitativa aplicação das regras, as decisões dos árbitros não devem ser revertidas, excepto no momento em que ocorrem, através do VAR. Senão, este tipo de decisões pode sempre ser sujeito a criticas de oportunismo. Quais são as decisões dos árbitros que podem a partir de agora ser contestadas? Por absurdo, qualquer clube pode contestar qualquer acção disciplinar do árbitro, e esperar que uma suspensão da aplicação das respectivas sanções demore o tempo necessário para que as mesmas não sejam efectivas, prejudicando a regularidade e integridade da competição.
Imaginemos um Sporting-FCPorto, com 4 jogadores do FCP suspensos por atingirem o limite de cartões amarelos. O FCP apresenta uma contestação para esses cartões e joga com esses 4 jogadores, que por um acaso do destino marcam os 4 golos desse clube. Pois...
Na verdade, deixou-se nas mãos de um arbitro, a reversão de uma decisão que ele terá tomado em consciencia durante o jogo, e que até divide opiniões na critica.
Não me parece um bom principio, até tendo em conta a fraca capacidade técnica e de caracter dos árbitros em Portugal, e a falta de uma estrutura forte, independente e isenta na arbitragem.
Concordo consigo em como o precedente é perigoso, mas mais perigosa na minha opinião é a subversão da verdade desportiva. Não improvisemos, toda a crítica, com a excepção do ex-árbitro Marco Ferreira, deu como errada a decisão de Fábio Veríssimo, tão flagrante o erro foi. Ademais, a precipitação do árbitro foi notória, apitando logo e tirando o cartão do bolso, sem tempo sequer de se aconselhar com o árbitro auxiliar, o tal que estava no ângulo privilegiado que ele mais tarde constatou não ter estado na altura de decisão. Isto não se tratou só de um erro técnico e disciplinar, veio mostrar à evidência que o árbitro naquele momento perdeu a frieza e esqueceu-se de uma série de checkings que devem orientar a sua (boa) decisão. Agora pergunto eu: perante um erro tão clamoroso, que ademais teria implicações óbvias, no jogo seguinte, seria melhor em sede da verdade desportiva penalizar duplamente o jogador ou rectificar o erro? A mim parece-me óbvia a resposta. Mas aqui não vejo o dramatismo que o meu caro quer dar ao resultado desta pugna. E digo-lhe porquê: bastará ao CD ouvir o(s) arbitro(s) antes de um jogo seguinte, cumprindo assim com os preceitos democráticos e constitucionais, para que a verdade possa ser reposta. E como erros tão flagrantes - eu penso que nem falta foi - serão raros, creio não haver motivo para alarme social. Alarme seria um jogador discricionariamente por acção desastrada de um árbitro (chamemos-lhe assim como forma de não contribuir para o ruído) ser posto fora de um jogo importante, isso sim seria inadmissível e criador de vício no futebol português.
Eu compreendo o seu argumentário, nada contra, mas acho que não devemos ater-nos a um caso concreto. O argumento usado é que se trata de uma acção desastrada do arbitro, um erro flagrante, chamemos-lhe assim. Acontece que esses erros não se limitam à acção disciplinar, antes acontecem até com uma certa frequência em quase todos os jogos, com quase todas as equipas a terem razão de queixa - suponhamos um caso simples, para não complicar; um jogador vê justamente um 2º cartão amarelo, e é bem expulso. No entanto, toda a gente viu pela transmissão e suas milhentas repetições de todos os ângulos e a todas as velocidades que o 1º amarelo foi injustamente atribuído. Em razão dessa expulsão, a equipa que até estava a ganhar por 1-0, acaba por perder o jogo, perdendo o titulo por 1 golo na ultima jornada!
Abrir um precedente deste tipo afecta a integridade da competição.
Outro cenário, como diria o outro, "ao contrário" - um jogador tem 4 amarelos, e 2 jornadas depois vai-se jogar "o jogo do titulo". Esse jogador, força no ultimo minuto um cartão amarelo por atraso na reposição de bola em jogo, falhando um jogo "fácil" a seguir, e estando apto para o referido jogo. Será que esse gesto não é mais grave para a verdade desportiva e integridade da competição, por ser consciente, do que um erro flagrante que seja do arbitro?
Eu sei que reverter um erro aparente a favor da verdade desportiva é um um bom ideal, não sei é se tal precedente não vai abrir portas a manobras mais do que usuais no nosso tão atribulado futebol português.
Desde o pecado original do arbitro (esse sim foi o mal maior e nao o devemos esquecer), ao pecado do CD que poderia ter resolvido tudo a bem, ate' aqui...
Pelo acordao, o que consigo entender (e nao sou jurista) e' que o TAD absolveu o Palhinha, anulando o castigo e nao a infracao.
Pelo meu entender o Palhinha manteve os 5 cartoes amarelos pelo que iniciou uma nova serie.
Caro David, caberá agora ao CD clarificar a situação. Do que li do acórdão resulta que o TAD julgou improcedente a pretensão do jogador de ver anulada a sanção disciplinar por não ter sido ouvido, mas julgou procedente o recurso pelo demandante não ter cometido a infração disciplinar consoante aliás declarado pelo árbitro, o qual admitiu publicamente que a amostragem do amarelo foi um erro.
De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.