Dala dala dala dala dala dala dou, papagaio voa
Pedro Azevedo
"Preso por um fio que se desenrola
velho papagaio de papel e cola
Quando lança ao ar parece que tem mola
sempre a pedir para subir
Voa papagaio esquece a minha idade
puxa pelo fio da minha vontade
Faz por encontrar os rumos da verdade
que eu farei por te seguir
Dala dala dala dala dala dala dou, papagaio voa
Dala dala dala dala dala dala dou, papagaio voa
Dala dala dala dala dala dala dou, papagaio voa" - adaptação livre de Da li dou, dos Gemini
Gelson Dala foi emprestado ao Antuérpia, de Lazlo Boloni, por uma temporada. Segundo a imprensa, existe no contrato com os belgas uma cláusula de opção de compra de montante não revelado.
Não entendo este tipo de decisões. A forma como se menospreza um jogador proveniente da áfrica portuguesa e se dá todas as oportunidades a um Diaby (que Keizer em entrevista anteviu poder substituir Bruno Fernandes) originário do áfrica francesa demonstra um certo provincianismo. A idade, salário, capacidade técnica, ligação de jogo e relação com o golo são tudo aspectos que favoreceriam a permanência de Gelson Dala em detrimento da do maliano. Acontece ter sido o angolano cedido (e entretanto chegou o "sonho" Vietto). Mais uma decisão, à semelhança do ocorrido com Demiral, que se pode tornar irreversível. Para além disso, os dados disponíveis da transferência uma vez mais apontam para falta de transparência, na medida em que teremos de esperar por um Report do Mercado de Verão (haverá?) ou pelo Relatório e Contas (continuará a ser trimestral ou adoptaremos o requisito semestral definido pela CMVM?) para saber mais. (No pior dos cenários só lá para Fevereiro de 2020 teremos informação detalhada sobre esta operação.)
O meu maior receio é que estejamos a tornar inviável o futuro. A alienação de vários jogadores provenientes da nossa Formação (Dala completou-a connosco), associada à compra recorrente de atletas (11 desde Janeiro deste ano), impedirá o regresso da rúbrica "amortizações" a um valor sustentável e dificultará os necessários cortes no Custo com Pessoal. (A massa salarial que pesa reside em jogadores que não estamos a conseguir colocar.) O défice operacional (e de tesouraria) continuará a produzir erosão, como tal seremos forçados a ir vendendo, um a um, os nossos principais jogadores. Não havendo sempre disponível um Bruno Fernandes para cobrir o "gap", com elevada probabilidade mais receitas futuras da NOS serão antecipadas. Um dia, o mandato desta Direcção chegará ao fim. Nesse momento haverá eleições. Qual será a herança que então se receberá? Que opções terá uma futura Direcção para além de uma indesejada (por mim) venda da SAD? Matéria para reflexão...