Calendas gregas
Pedro Azevedo
O futebol português é uma brincadeira em que um clube é punido por uma alegada reiterada infracção à lei cometida há 2 anos atrás, da queixa inicial que deu origem ao processo disciplinar permitem-se prescrições e a decisão (tomada hoje) só deverá produzir (ou não) efeitos daqui a dois anos, devido ao carácter suspensivo do(s) recurso(s). Num país decente, este estado de coisas da justiça desportiva, que lhe retira qualquer eficácia, deveria gerar indignação. Em Portugal, para bem da nossa sanidade mental, só pode despertar o bom humor, a (única) arma dos impotentes face ao status-quo vigente.
Serve o presente para ilustrar a minha ideia de sempre: o Sporting tem de olhar para si próprio, manter-se dentro da legalidade e da ética, ter uma cultura de excelência, focar-se naquilo que depende de si e da competência dos seus profissionais, proteger estes o mais possível e cuidar de não falhar em todo este processo (sem se pôr na dependência da acrimónia de terceiros), até porque uma mudança de paradigma no futebol português nunca se conseguirá com os actuais protagonistas e a falta de intervenção do governo.