Além de Alvalade
O regresso de um velho nobre
Pedro Azevedo
Estreio esta nova rúbrica para Vos falar de uma história de encantar que está a ocorrer em França. E o protagonista não é o novo-rico Paris Saint Germain mas sim o velho nobre Stade de Reims, finalista da Taça dos Campeões Europeus em 1956 e 1959 (3-4 e 0-2, respectivamente, sempre contra o Real Madrid) e seis vezes vencedor do campeonato gaulês entre 1949 e 1962. Pelo clube fundado por Melchior de Polignac, um marquês que financiou a construção do edifício-sede, outrora passaram grandes jogadores como Jean Vincent, Roger Piantoni ou Just Fontaine (recordista de golos numa fase final de um campeonato do mundo, Suécia 58). Mas o jogador mais emblemático da história do clube ainda é Raymond Kopa, que jogou as duas referidas finais europeias, curiosamente uma por cada clube (Reims em 56, Real em 59). Desde os anos 60 afastado dos grandes títulos, o Reims tem protagonizado esta temporada um ressurgimento espectacular. Depois de um início titubeante em que o espectro de despromoção esteve mesmo em cima da mesa, o clube decidiu trocar o espanhol Oscar Garcia por um inexperiente belga, Will Still, de 30 anos, que nunca havia sido treinador principal na sua ainda curta carreira. E a realidade é que, 16 jogos depois, o Reims continua invicto para o campeonato, fruto de 8 vitórias e 8 empates, prolongando uma série de 18 jogos sem perder iniciada ainda pelo antigo treinador (2 empates antes de Still ter pegado na equipa), forma recente que lhe daria o terceiro lugar, a apenas 1 ponto do Marselha e a 3 do PSG, se considerassemos só a última quinzena de jogos disputados já com Still ao leme. Uma história para continuar a seguir com interesse, não só pelo regresso do Stade Reims à ribalta como também pela ascensão meteórica do Nagelsmann belga que o dirige no campo.