Adaptações
Pedro Azevedo
Sempre que se adapta um jogador a uma posição que não lhe é natural não só se corre o risco dessa desadequação desequilibrar a equipa como também se está a transmitir aos substitutos naturais para essa posição que não contam. É, por isso, uma opção a evitar, porque mesmo que resulte há sempre algo que tem a ver com a coesão de um grupo que se perde. Ademais, adaptar um ala a lateral é diferente de encaixá-lo como central. Um ala tem rotinas de corredor, actua predominantemente em espaços exteriores, enquanto um central tem outra cultura de preenchimento dos espaços interiores. Além disso, se para o actual sistema de Rúben Amorim (3-4-3), a posição de ala se confunde com a convencional posição de lateral (típica do 4-3-3), ter um central com 1,72m parece mirífico perante as exigências do futebol actual. Acresce que o jogador em questão já havia comprometido o ano passado nos Açores, o que não recomendaria uma nova experiência nessa posição. Bem sei que o Sporting e os Sportinguistas muito devem a Rúben Amorim e isso não deve ser posto em causa. Mas é preciso evitar que a continuação deste tipo de erros tão óbvios que adquirem uma forma ululante venha a comprometer no futuro uma avaliação globalmente muito positiva, diria até brilhante, do seu trabalho.