A Keizer o que é de Keizer, a Varandas o que é de Varandas
Pedro Azevedo
Quem definiu a política de contratações? Quem já gastou cerca de 36 milhões de euros (sem contar com as comissões do Mercado de Verão) desde Janeiro? Onze contratações depois, por que é que a categoria dos jogadores não melhorou? Quem decretou que a Formação não tinha qualidade? Quem emprestou ou vendeu quase todos os jovens promissores entre os 18 e os 24 anos? Quem escolheu Keizer? Quem viu no treinador holandês um fiél seguidor dos princípios da escola do Ajax? O que se passa com Battaglia? O que se passa com Dost? O Sporting não é a Christie`s ou a Sotheby`s, então qual a razão porque parecemos uns leiloeiros no mercado internacional? O que quis Keizer dizer com "perguntem ao Director" (sobre Matheus Pereira)? Quem foi responsável pela vinda do "sonho" de uma noite de Verão (Vietto), tragicomédia de inspiração shakespeariana que o treinador já deu a entender não encaixar no seu sistema?
Posto isto, é certo que Keizer aposta pouco nos jovens, é muito rígido nas substituições, tem uma comunicação básica e fraca, um plano de jogo que consiste em meter a bola em Bruno Fernandes, et caetera e tal. Mas a verdade é que o seu início foi auspicioso. Isso até ter começado a aculturizar-se à realidade portuguesa e, quiçá, à tão famosa Estrutura leonina.
Olhando para as mais recentes declarações de Keizer, a que se podem adicionar diversos "soundbites" do presidente Varandas, eu só posso esperar que estes dois protagonistas reflictam no caminho a seguir e ponham as razões do Sporting acima das suas próprias razões. O tempo, inexorável, não pára. É preciso reagir, compreender que o que se nos afigura fácil muitas vezes encerra segredos e mistérios dificilmente decifráveis que exigem especial sensibilidade, e dar a volta por cima. É isto possível? (Ou vamos continuar a brincar "às casinhas"?)