À espera do bigue-bangue
Pedro Azevedo
Na época passada foi oito, seis, interior direito, ala direito e até central pela direita. Esta temporada já actuou também como interior esquerdo, revelando uma polivalência incomum no alto rendimento. Sendo certo que é como 8 que Matheus Nunes mais encanta devido à técnica refinada que lhe permite ir tirando adversários do caminho e ao seu cavalgante transporte de bola, não é menos verdade que é na posição de interior (especialmente do lado direito) que mostra ter golo. E é entre esse agradar aos olhos ou saciar o estômago que Rúben Amorim terá que preparar a poção da qual o Sporting tire o máximo rendimento. Acreditando eu na enorme margem de progressão do jogador, visível até na qualidade dos passes frontais de ruptura com que esta época vem mostrando uma faceta até aí desconhecida no seu jogo, preferiria que continuasse a jogar como médio de transição. Pedindo-lhe apenas que exercite mais o remate. É que o resto está tudo lá, só falta mesmo criarem-se as condições ideais para que a energia que coloca no jogo provoque o bigue-bangue que lhe dê uma nova vida sob o ponto de vista estatístico.