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Castigo Máximo

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14
Dez20

A "curta" carreira de Maradona


Pedro Azevedo

Desconstruindo o mito, a única carreira curta na vida de Diego Armando Maradona terá sido a do autocarro que diariamente o levava, ainda menino, da Villa Fiorito até à Villa General Mitre, estádio dos Argentinos Juniors. Senão vejamos: nascido em 60, aos 15 anos estreou-se na Primeira Divisão argentina - à época um dos melhores campeonatos do mundo como o comprova a década de ouro (de 70) dos argentinos na Copa dos Libertadores e as vitórias de Independiente e Boca Juniors sobre, respectivamente, Juventus e Borussia Moenchengladbach na Taça Intercontinental (campeonato do mundo de clubes) - por esse pequeno clube de Buenos Aires onde apontou 116 golos antes de completar 20 anos. Aos 17 foi o melhor marcador do Metropolitano (Torneo Apertura, 1ª fase do campeonato argentino), título que voltou a ganhar nos dois anos seguintes conjuntamente com o Nacional (Torneo Clausura, 2ª fase do campeonato argentino), num total de 5 troféus coleccionados de melhor marcador, facto insólito para um jogador que actuava a partir do meio-campo. Em 81 transferiu-se para o Boca Juniors, clube pelo qual batia o seu coração, sagrando-se logo campeão do Metropolitano pelos "xeneize". De 82 a 84 actuou pelo Barcelona. Afectado primeiro por uma hepatite, depois por uma lesão gravíssima sofrida aos pés de Andoni Goikoetxea, há quem diga que falhou nos "blaugrana". Pura ilusão se considerarmos que marcou 38 golos em 59 jogos e deu múltiplas assistências para outros golos. Além disso, se é certo que não foi campeão espanhol, também não deixa de ser verdade que nesse tempo os catalães não venciam a La Liga desde 74, época onde pontificavam Rinus Michels no banco e Johann Cruijff no relvado. Ainda assim, pese também o demorado tempo de inactividade, mesmo num período marcado pelo domínio alternado do Real Madrid e dos clubes bascos (Real Sociedad e Athletic Bilbao), Maradona e o Barça ganharam a Taça do Rei, a Taça da Liga e a Supertaça espanhola. Transferiu-se depois para o Nápoles, clube que venceu os dois únicos títulos de campeão italiano da sua história (87 e 90) sob a sua égide. Adicionalmente, venceu uma Coppa Italia (Taça de Itália, 87), a Supertaça italiana (90) e a Taça UEFA (89). Foi ainda o melhor marcador do campeonato italiano em 88, quase a completar 28 anos de idade. Participou em 4 Mundiais, falhando por pouco a estreia em 1978 ao ser cortado, conjuntamente com Bottaniz e Bravo, quando Menotti reduziu a lista de convocados de 25 para os 22 finais. Como compensação, sagrar-se-ia campeão mundial de sub-20 no ano seguinte. Campeão mundial em 86 (5 golos e 5 assistências) e finalista vencido em 90, prestes a completar 34 anos Maradona jogou o Mundial de 94 e marcou um grande golo à Grécia, acabando por abandonar prematuramente a competição na sequência de um controlo anti-doping positivo a efedrina, substância não responsável por acréscimo de rendimento desportivo e que não era proibida por exemplo no desporto americano. Pese os infelizes e graves problemas que teve com a droga dita "recreativa", que terão começado em Barcelona e adquirido carácter de dependência em Nápoles, ainda jogaria até 1998 no Boca, clube onde finalizaria a sua carreira. Mas já não era obviamente o mesmo jogador. Ainda assim, pode dizer-se que jogou 19 anos a altíssimo nível (início em 76), algo de que muito poucos futebolistas um dia se poderão orgulhar, terminando a carreira com 346 golos repartidos por 680 jogos oficiais, estatística impressionante para, volto a insistir, um médio.

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