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Castigo Máximo

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Castigo Máximo

11
Jun20

A cada novo Princípio de Peter, um castigo de Sísifo


Pedro Azevedo

Como é hoje em dia claro como a água, o Sporting colocou toda a responsabilidade do edifício do seu futebol em Ruben Amorim. Sem pôr minimamente em causa a competência do nóvel treinador leonino, não seria esse o meu modelo - todos sabem que advogo a existência de um Director Técnico, um COO com plenos poderes na gestão do futebol - e considero a decisão um erro. Repito, nada contra Amorim, a quem desejo as maiores felicidades (que serão também minhas), simplesmente na minha mente faz muito pouco sentido ser o treinador, alguém que pela inerência das suas funções estará sempre de passagem (o presidente é o primeiro a admiti-lo quando reconhece que terá em breve a cobiça de grandes clubes), o responsável pela ligação entre futebol profissional e Formação e gestão de carreira de jovens jogadores. Acresce que, se se confirmarem os bons augúrios de Frederico Varandas em relação ao treinador, este não permanecerá muito tempo entre nós, razão suficiente para perguntar o que se fará a partir desse momento com a Estrutura que o treinador deixará no clube e se ela resistirá à entrada de um novo treinador, com ideias possivelmente diferentes. 

 

A meu ver, um dos erros da gestão da política desportiva de Frederico Varandas é estar permanentemente a laborar no erro de promover o Princípio de Peter, submetendo os seus colaboradores a missões ou tarefas que os desfocam daquilo que são as suas competências naturais e para as quais não têm a preparação devida. Isso é particularmente notório desde a saída de José Peseiro, que motivou na altura a ascensão de Tiago Fernandes à equipa principal e consequente sua substituição nos sub-23 por Alexandre Santos, treinador proveniente do Estoril. Tal voltou a acontecer com a promoção de Leonel Pontes a treinador principal do clube, abandonando um trabalho 100% vitorioso que estava a realizar no escalão de sub-23, função essa à qual posteriormente viria a voltar mas já sem o "élan" anterior, marcado que ficou pela experiência pouco feliz nos séniores. Sem esquecer a contratação de treinadores que não revelaram o grau de maturação necessário e suficiente, ou a personalidade requerida, para comandar uma nau como a do Sporting. 

 

Com tudo isto, Frederico Varandas já teve 6 treinadores na equipa A e 4 na equipa de sub-23, o que em ano e meio em funções denota pouca estabilidade emocional e falta de convicções na gestão do dossier futebol por parte do presidente e faz com que estejamos sempre a recomeçar de novo, como se de um castigo de Sísifo se tratasse. Claro que o presidente tem procurado revestir cada nova mudança de um cariz estratégico, mas é notório para a maioria dos observadores não enviezados que tudo não tem passado de sucessivos balões de oxigénio com que Varandas vem procurando combater o ar cada vez mais rarefeito de Alvalade.   

 

Hoje ficámos a saber que Leonel Pontes deixará as suas funções. Tal acontece num momento em que existem legítimas expectativas positivas em relação ao trabalho de Ruben Amorim, fundamentalmente devido à aposta que tem estado a promover nos jovens. Ora, tendo esses jovens vindo a ser trabalhados por Pontes, a decisão de o dispensar não deixa de ser surpreendente. Mais, não querendo acreditar que as decisões no futebol do Sporting dependem de cumplicidades pessoais, será de admitir que Pontes e Amorim não compartilhavam das mesmas ideias no que diz respeito ao desenvolvimento dos jovens, ou que o trabalho que era feito nos sub-23 não estava em harmonia com o que Amorim pretende, o que parece algo a carecer de fundamentação à luz da pandemia que fez parar competições e treinos. Não deixa, no entanto, de ser mais uma decisão insólita do presidente, ainda mais atendendo a que na próxima temporada haverá mais uma equipa de última estação de formação, a B. Para além de que teremos mais uma indemnização a pagar a um treinador no horizonte, a juntar a um rol tão numeroso que se torna fastidioso acompanhar, sendo certo que o R&C de Março de 2020 indica um valor de quase 7 milhões de euros de indemnizações pagas nestes 9 meses de actividade, a que se devem juntar os 1,7 milhões de euros gastos no mesmo item em 18/19.

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