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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

07
Nov19

Tudo ao molho e fé em Deus - O fiel amigo da Noruega


Pedro Azevedo

Mal começou a transmissão televisiva, percebi que íamos ganhar. É que a equipa de arbitragem exibia um equipamento rosa, a cor nossa talismã. Dúvidas? Se bem me lembro, por seis vezes esta época jogámos sob o signo da rosa, por seis vezes vencemos. E como não ganhamos assim tantas vezes...

 

Como diria o grande Gabriel Alves, o jogo não foi bom nem mau, antes pelo contrário. Classificá-lo-ia como um solteiros contra casados em terras da Noruega, com os portugueses no final a mostrarem como se faz um bacalhau com (duas) batatinhas a murro, receita de fiél amigo e assim imune à azia leonina. Dentro do espírito da coisa, houve também fases verdadeiramente hilariantes como quando Doumbia (1ª parte) e Rosier (2ª parte) reflectiram filosoficamente sobre como um objecto tão leve pode ser um peso tão insustentável e nesse transe - momento de hipnose induzida pela posse de bola - acabaram por confundir a bola com os tornozelos dos adversários, ou quando o nº 15 norueguês pretendeu fuzilar Renan (ainda no 1º tempo), acto que configurou uma tentativa de homicídio qualificado. 

 

O Sporting apresentou-se num 3-4-3 de 3 centrais, com a excentricidade de Bruno Fernandes aparecer como ponta de lança. No entanto, defensivamente a equipa baixava para um 5-3-2, um sistema conhecido no Mar do Norte como a Táctica do Bacalhau. A primeira parte correu-nos bem. O Neto foi ao lado direito tirar um cruzamento com o aroma que o nosso "Mateus" Rosier ainda não descobriu e na sequência Coates, influenciado plos bons ares de Trondheim, cabeceou para golo na baliza certa. Pouco tempo depois, um norueguês pôe-se a fintar sem protecção nas costas, Doumbia roubou-lhe a bola e Bruno Fernandes gingou entre 2 adversários e marcou. 

 

O jogo parecia fácil e a forma como os noruegueses controlavam a bola fazia crer que as chuteiras dos seus jogadores haviam sido produzidas num dos seus inúmeros estaleiros navais. Mas os nossos jogadores encontram sempre forma de apimentar as coisas e, às tantas, o Rosenborg começou a descobrir a especiaria. Com Borja e Ilori sobre a esquerda, o espaço compreendido entre eles tinha bolori, pelo que os noruegueses foram explorando-o na esperança de desenvolverem um antibiótico contra as bactérias que os leões tinham espalhado pelo campo. Para além destes dois candidatos a "Calamity Jane", Eduardo também ajudava à festa, oferecendo bolas à entrada da área. Valeu então Renan, que por três ou quatro vezes evitou o pior. 

 

Simultaneamente, na narração da SportTV, um recente Director da Formação esboçava um arrazoado sobre a necessidade de entrar alguém desde que não fossem os jovens que anteriormente supervisionara, os quais considerou inexperientes. Sobravam assim o Felipe das Consoantes ou o Wendel. Estava eu a discorrer sobre a mentalidade inerente a tal pensamento quando Silas manda Camacho para a frente de batalha. Mal eu sabia que seguir-se-iam Rodrigo Fernandes (4 minutos) e Pedro Mendes (1 minuto), numa folia total de 22 minutos de uma fortíssima aposta na Academia. O resultado já não seria alterado.

 

Como rescaldo final, devo dizer que Renan voltou a ser providencial. Estou convencido que o único que lhe pode tirar a titularidade é Bruno Fernandes, a quem não me admiraria nada que Silas viesse a entregar numa próxima ocasião as redes leoninas. Aliás, deixo aqui a dica ao Placard para começar a contemplar nas suas apostas em que posição vai Bruno Fernandes actuar e qual o sistema que o Sporting usará. Creio que dificilmente haverá totalistas...

 

Tenor "Tudo ao molho...": Renan Ribeiro. Coates esteve quase lá, não fosse ter sido apanhado em contrapé naquela tentativa de fuzilamento do nosso guarda-redes. Bruno Fernandes e Neto fizeram um jogo competente.

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24
Out19

Tudo ao molho e fé em Deus - Hell's Kitchen


Pedro Azevedo

Vendo os programas despotivos nas TVs, há sempre inúmeras razões que justificam o não lançamento de jovens do Sporting. Assim, quando a equipa está mal, a sentença é que pode queimar-se o jovem, quando a equipa está bem não deve mexer-se em time que ganha e quando a equipa está assim-assim não se pode prejudicar as rotinas, pelo que, no fim do dia, não podendo ser cozido ou mexido, o jovem nunca pode estrelar. Deste modo, resta-lhe "ficar a assar", quando não a estufar, ou melhor, a estofar o banco de suplentes. Há ainda a forte possibilidade, a mais comum, de a sua ascensão à primeira equipa ir sendo cozinhada em lume brando num qualquer tacho em Alvalade. Por isso, bem pode chocar a nossa galinha dos ovos de ouro que haverá sempre argumentos para ir, certamente através de um intermediário, comprar ovos a um qualquer aviário. "Shocking, but true"! 

 

Esta noite, num jogo que estava bloqueado, Pedro Mendes entrou para o lugar de um apático Luíz Phellype. Um pouco nervoso, a verdade é que esteve no lance do golo da vitória, fixando e estorvando o defesa norueguês e permitindo o aparecimento desde trás de Bolasie. Aliás, o atacante da nossa Formação mexeu-se mais em 30 minutos do que o Felipe das Consoantes no dobro do tempo. Vitória do Sporting e feliz associação à causa rosa para estirpar o cancro de resultados. Já tinha acontecido com o Lask, agora também com o Rosenborg, o rosa dá-nos sorte. 

 

Pouco mais para contar num jogo em que Rosier foi capaz de levar as bancadas ao desespero durante o primeiro tempo, caindo sozinho, tropeçando na bola ou deixando livre o seu corredor para a penetração do único jogador tecnicista da equipa norueguesa, o nigeriano Adegbenro. Doumbia também pareceu jogar sobre brasas, sinónimo da falta de confiança que se abateu sobre a equipa. Já Wendel poderia estar dentro de um incêndio que ainda assim provavelmente não despertaria da sua sonolência. Os melhores foram os faquires Acuña e Mathieu - parecem imunes à temperatura - , Bruno Fernandes, embora abaixo do que já lhe vimos, e Bolasie, o homem cujo golo iluminou a noite leonina. Em plano aceitável, Renan e Vietto.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Yannick Bolasie

 

P.S. Bonita a homenagem a Jordão. Eterna saudade.

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04
Out19

Tudo ao molho e fé em Deus - 4º nível de engenheiro de sistemas


Pedro Azevedo

Enquanto não abre o curso que lhe dará a certificação da ANTF, o Silas foi tirar o 4º nível (mestrado) em engenharia de sistemas. Vai daí, trocou o 4-4-2 losango pelo 4-4-2 quadrado na estreia. Não contente, hoje começou num 3-4-3 que em posse era um 3-2-5 (o WM de Herbert Chapman no Arsenal e dos 5 Violinos) e após o intervalo mudou para um 4-3-3 que com bola chegou a ser um 2-3-5 (do tempo do Jorge Vieira, do Stromp e dos calções dos pés até ao pescoço). Cansados? Eu também. Até porque, enquanto os austríacos tiveram fôlego a coisa pôde resumir-se a um "Tudo ao molho e fé em Deus" atrás da bola, ou mesmo num "Deus nos acuda", tantas foram as LASKas que os rapazes de Linz abriram no nosso meio campo e defesa. 

 

Não tenhamos rodeios, com a certificação da ANTF o Silas teria levado uma goleada de proporções bíblicas e o Sporting sofrido uma tal enxurrada de golos que nem Noé e a sua arca ousariam desafiar a noite. O que valeu a Silas foi o curso de engenharia e a optimização de sistemas que conseguiu gerar, de forma a transformar um 2-14 em oportunidades de golo num 2-1 final. Astuto, o nosso treinador ainda pediu uma terceira oportunidade ao soar do gongo, a fim de não dar trunfos aos Zés Pereiras desta vida - quem os manda só conhecer um sistema (do futebol português)? - que agora terão de engolir a narrativa de que o Sporting do treinador sem nível foi a única equipa portuguesa a vencer nesta jornada europeia. 

 

Para que este engenhoso plano resultasse, bastou colocar apenas 4 jogadores em campo na primeira parte, período que terminou com um 0-7 em oportunidades e um 0-1 no marcador, cortesia de Renan que defendeu o que podia, de Mathieu que consertou o que já se temia, de Bruno que gritou a quem não corria e de Acuña que mordeu as canelas a todos os que ao pé de si havia. Os restantes 7 eram hologramas destinados apenas a cansar os austríacos, sendo que Bolasie desnecessáriamente se cansou a si próprio de tantas vezes que tropeçou nos seus próprios pés, o que, diga-se, para um holograma não é nada fácil.

 

O segundo tempo corria de igual modo, até que por volta da hora de jogo Silas fez entrar o Eduardo. O brasileiro pode não jogar muito, mas é o amuleto preferido do nóvel treinador leonino, a variável exógena que certifica o sistema sem que se compreenda muito bem porquê. Deste modo, mal entrou, o Sporting marcou. E de forma tão fácil que o Felipe das Consoantes, após canto (de cisne, para o Linz) de Bruno, nem precisou de tirar os pés do chão para cabecear a bola, o que demonstra bem o jogo que Silas andou a esconder durante todo aquele tempo. Ainda atordoados estavam os austríacos, não compreendendo o que se estava a passar, e eis que marcámos o segundo, novamente com Bruno e Phellype na jogada, cabendo ao nosso capitão a finalização. Até ao fim foi um massacre, mas, ou o pelotão de fuzilamento austríaco não acertava na baliza, ou era Renan que dava o corpo às balas, pelo que no fim a vitória foi do Sporting.

 

O jogo ficará para sempre como um "case study", uma batalha de Vittorio Veneto à portuguesa. Mas há uma explicação não-paranormal para tudo o que se viu no campo. É que os de Linz, fiéis ao seu conterrâneo Kepler, se basearam num modelo heliocêntrico e gastada toda a energia acabaram num vazio (de pontos), enquanto os leões se centraram em Bruno, que é como quem diz na classe e nas redes... 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Renan Ribeiro (será que algum adepto ainda duvida que o homem já tem o 4º nível de guarda-redes?)

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19
Set19

Tudo ao molho e fé em Deus - O cisne negro


Pedro Azevedo

Há uns tempos atrás, em entrevista à SportingTV, o presidente chamou "cientistas da bola" a um grupo indeterminado de adeptos. Na medida em que um cientista é uma pessoa que sistematicamente procura o conhecimento, enquanto adepto acabei por tomar o "mimo" como um elogio. De seguida, imaginei um empírico. Um empírico só valoriza a experiência e como tal sofre do problema da indução. A indução consiste na generalização sobre as propriedades de uma classe com base em algumas observações. Se, por exemplo, um empírico só viu cisnes brancos na vida, imediatamente conclui que todos os cisnes são brancos. O problema é que existem cisnes negros (citando o Dr Pôncio, também se pode ter dado o caso de o empírico ter olhado para o cisne negro e não o ter visto). Um dos cisnes negros do futebol da Formação chama-se Pedro Mendes, um jogador que vem contrariar a tese (decreto?) de que os jovens da nossa Formação com idades compreendidas (actualmente) entre os 18 e os 24 anos não têm qualidade. Quando Leonel Pontes foi apresentado como treinador principal, o prazo para as inscrições na Liga já estava ultrapassado, o que implica que o jovem não possa jogar no campeonato e Taça da Liga. Enquanto o treinador não tem um prazo e sim uma tarefa, Pedro Mendes tinha um prazo que alguém que tinha a tarefa de o inscrever deixou caducar. Ainda assim, Leonel não permitiu que se esgotasse também o prazo na Liga Europa e sugeriu que fosse inscrito a tempo na competição. Hoje, em Eindhoven, Pontes deu a Pedro Mendes um prazo de 10 minutos e a tarefa de marcar golos. Ao fim de 1 minuto, o jovem já tinha cumprido a tarefa. Fossem todos assim no Sporting... 

 

Na antevisão do jogo tínhamos alertado para as motas do ataque holandês e a necesidade de não deixar espaço livre nas costas da nossa defesa. Conclusão: em duas situações em que o permitimos, durante a primeira parte, o PSV marcou. Mais uma vez Coates ficou mal na fotografia, estando desposicionado no primeiro golo e infeliz no segundo. Ainda assim melhorou face ao jogo com o Rio Ave, de bicicleta e não de triciclo. 

 

O Sporting entrou com um meio campo em losango, forma geométrica essa que já se sabe está fora de moda desde os loucos anos 80 (as camisolas de "Les Diables Rouges"). Doumbia jogava no vértice recuado, Bruno no vértice ofensivo e Wendel e Miguel Luís entre eles. Nada rotinada no sistema e com um novo jogador no miolo, a equipa não revelava eficácia nem ofensiva nem defensivamente, apanhando-se a perder por dois golos de diferença em duas rápidas transições ofensivas holandesas. Do meio campo para a frente as coisas também não estavam melhores, com Vietto como "capacete azul" da ONU, privilegiadamente observando o jogo de perto sem ter de pagar o bilhete. Perante este quadro de miséria, restavam os de sempre: Acuña, Bolasie e Bruno Fernandes (Mathieu, o mais rápido dos nossos defesas, desta vez não foi convocado). Da sua acção, aliás, resultaria o nosso único golo do primeiro tempo: o argentino serviu com precisão o congolês e este ganhou a penalidade que Bruno converteu sem paradinha. 

 

A etapa complementar iniciou-se com um golo sofrido pela formação de infantis do Sporting. Um canto rasteiro, inadmissível a este nível. Sem ponta de lança, com Vietto e Miguel Luís em sub-rendimento, Leonel Pontes pecou por demorar a agir a partir do banco. Assim, a equipa viveu essencialmente dos rasgos de Bruno Fernandes, o qual semeou o pânico no último reduto holandês por três vezes, enviando uma bola ao poste e disparando dois remates dificilmente defendidos por Zoet, estes dois últimos com Jovane já em campo (saiu Vietto). Até que Pedro Mendes entrou e marcou instantaneamente, provando que merecia a oportunidade de ser titular no próximo jogo contra o líder da Primeira Liga. Só que não está inscrito. Bruno está inscrito, mas não irá a jogo depois de ter sido expulso no Bessa, cortesia do critério disciplinar de Jorge Sousa. Até dá vontade de dar um pontapé numa porta, não é? Futebol? Fácil, fácil... 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Bruno Fernandes. Para além de Bruno, gostei de Acuña, Bolasie, Pedro Mendes (grande golo), Renan e Jovane Cabral. Os outros estiveram em plano negativo. 

 

P.S. Uma palavra de mérito a Leonel Pontes por ter compreendido que não poderia desperdiçar o momento de forma de Pedro Mendes e por ter tido a coragem de o lançar. São estes detalhes que evitam a desmotivação de toda uma geração de jovens, dão sentido ao futebol de Formação do Sporting e encaminham o clube na direcção da sustentabilidade. Ainda assim, gostaria de ter visto a equipa desde o início com um ponta de lança. 

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18
Set19

Ambição na Europa


Pedro Azevedo

Com a viagem a Eindhoven, inicia-se um novo ciclo europeu. Algo que tem caracterizado a última década leonina é a falta de ambição nas provas uefeiras. A única vez que estivemos perto de celebrar foi com Moet&Xandão (o Polga moía-me a paciência...), decorria o ano de 2012. Mas se os santos da casa parecem não fazer milagres no clube, San Mamés também não se mostrou disponível e o Sporting acabou eliminado pelo Atlético de Bilbau nas meias-finais da Liga Europa. 

 

A participação nas provas da UEFA é essencial na valorização da marca Sporting e é também uma montra para exibir os nossos melhores jogadores, cuja cotação se ressente da falta de visibilidade nos grandes palcos. Oxalá saibamos compreender isto e ter uma participação condigna com os pergaminhos do Sporting Clube de Portugal e com o desígnio - "tão grande como os maiores da Europa" - ditado pelo nosso fundador. A começar já em Eindhoven.

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18
Set19

Velocidade furiosa


Pedro Azevedo

Desfalcado de Jeremy Mathieu, o seu central mais rápido, o Sporting vai defrontar um PSV que faz da velocidade do seu trio atacante a sua maior arma. É que Donyell Malen (20 anos), Bruma (24) e Steve Bergwijn (21) são três puros-sangue apontados às redes adversárias. Malen, o ponta de lança, costuma recuar no terreno para organizar jogadas de ataque, momento em que o novato Mohammed Ihattaren, um jovem (17 anos) médio descendente de marroquinos, aproveita para procurar a profundidade e o espaço entre os defesas contrários. Essencial será os nossos laterais fecharem bem por dentro e os médios não permitirem espaço entrelinhas. Provavelmente, jogaremos com um bloco mais baixo do que o habitual, tentando assim não deixar espaços nas costas. O inconveniente poderá ser ter a equipa muito recuada aquando da transição ofensiva e assim não aproveitarmos a maior debilidade dos holandeses: o imenso espaço que deixam livre entre as linhas defensiva e média. Recorreremos a um jogo mais directo, a pedir sacrifício aos nossos 3 da frente? Bolasie já mostrou não regatear esforço e Pedro Mendes faz do dinamismo uma das suas principais armas. Se conseguirem ganhar bolas entre os defesas do PSV, então depois Vietto poderá ser o homem capaz de meter para dentro e explorar o tal espaço livre em alternância com Bruno. Como irá Leonel Pontes resolver este dilema?

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17
Set19

Pedro Mendes convocado para a Liga Europa


Pedro Azevedo

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Pedro Mendes "in" (boa notícia), Mathieu (gestão física?) e Luíz Phellype "out". Destaque ainda para a chamada do jovem Hugo Cunha (18 anos), que será certamente o 3º guarda-redes. Diogo Sousa, que ficou em Lisboa, deverá jogar na 5ª feira no Estádio do Mar (16H00), em partida a contar para a Liga Revelação.

 

Esclarecimento "Castigo Máximo": ontem circulou nas redes sociais o rumor perfeitamente absurdo de que o Sporting teria de pagar €2 milhões ao jogador Pedro Mendes (ou ao seu empresário) caso este jogasse pela equipa principal, servindo isso de ‘explicação’ para a não utilização do referido atleta no Bessa ou sua não-inscrição na Liga. Absurdo, sim, porque consultando o R&C de 2018/19 e vendo a rúbrica "passivos contingentes", o que lá consta é um valor a pagar numa futura transferência (já agora emendem a gralha que já vem do R&C de 2017/18 - "futura transferência futura"), valor esse que não deverá ser elevado pois caso contrário teria de ser revelado, à semelhança do que foi discriminado em relação a Vietto e Rafael Camacho).   

 

Última hora: Jesé, impedido com uma gastroenterite, foi substituído na convocatória pelo jovem Jovane Cabral.

12
Mai19

Final da Liga Europeia


Pedro Azevedo

Faltam poucas horas para mais uma final europeia do Sporting, um confronto que se prevê emotivo até ao fim. Nos momentos decisivos, a categoria individual dos jogadores geralmente faz a diferença. Nesse capítulo, o FC Porto levará vantagem: Hélder Nunes e Gonçalo Alves aliam virtuosismo técnico com consistência e nunca se escondem nestes momentos. É certo que o Sporting também tem os seus trunfos: Pedro Gil e Ferran Font são homens capazes de tirar um coelho da cartola. Ligeiramente menos consistentes que os seus rivais, vamos precisar deles ao seu mais alto nível. Por outro lado, costuma dizer-se que uma boa defesa ganha os encontros. Aqui, o Sporting estará na dianteira: André Girão, Platero, Magalhães ou Romero são homens confiáveis quando se trata de defender o forte. Com tanto equilíbrio de forças, o Pavilhão João Rocha poderá ser o factor decisivo. A cumplicidade entre bancadas e jogadores tem levado a equipa do Sporting a virar alguns resultados. Logo, ao fim da tarde, espera-se um vulcão de apoio aos nossos. Força Sporting! 

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11
Mai19

Sporting na final da Liga Europa (hóquei)


Pedro Azevedo

O Sporting está na final da Liga Europa de hóquei em patins, ao bater hoje o Benfica por 5-4, num jogo em que dominou desde o início, mas que acabou por complicar ao permitir aos "encarnados" recuperarem de uma desvantagem de 1-4 para a igualdade em pouco mais de 3 minutos. Gonzalo Romero acabou por ser providencial, marcando o golo da vitória quando já faltavam menos de dois minutos para o final da partida. Os restantes golos foram apontados por Platero (2), Gil e Magalhães. Amanhã, na decisão, os leões defrontarão o FC Porto, que na outra meia-final venceu o Barcelona nas grandes penalidades. 

07
Abr19

Final Four da Liga Europeia


Pedro Azevedo

Ao bater os italianos do Amatori Wasken Lodi por 8-2, em partida realizada ontem no Pavilhão João Rocha, o Sporting confirmou assim o triunfo na primeira mão (5-3) e qualificou-se confortavelmente para a Final Four da Liga Europeia, onde irá defrontar nas semi-finais o Benfica. A outra meia-final oporá os portugueses do FC Porto aos espanhóis do Barcelona. Ferran Font (2), Henrique Magalhães (2), Toni Pérez, Pedro Gil, Raul Marin e Gonzalo Romero marcaram os golos leoninos. 

21
Fev19

Tudo ao molho e fé em Deus - Bruno só


Pedro Azevedo

No Estadio de La Ceramica só Bruno Fernandes "partiu um prato". Também, pouco mais se poderia esperar quando a equipa do meio-campo para a frente foi principalmente ele, Wendel e pouco mais. 

 

Entrando razoavelmente no jogo, o Sporting foi dominado desde o meio da primeira parte até ao intervalo. Valeu a atenção da nossa defesa, apesar dos calafrios causados por Ilori, um homem cujas acções me fazem recordar os primeiros filmes de Brian de Palma e a colecção completa de John Carpenter. Na verdade, por vezes dou por mim a pensar naquele voyeur do "Testemunha de um crime", impotente para virar o curso aos acontecimentos e à espera de uma fatalidade de cada vez que ele caminha displicentemente com a bola...

Por essa altura, a televisão mostrava grandes planos de jogadores de ambas as equipas. Os espanhóis estavam fresquinhos, os nossos pareciam saídos da sauna. Eis então que, contra a corrente do jogo, Bruno Fernandes mostrou a sua multifuncionalidade. Tal como um canivete suiço, o capitão, com pinças, recuperou a bola, cortou as vazas a um Funes Mori que logo sobrevoou, célere e resistente chegou primeiro à bola que o último espanhol e limou a jogada com um remate colocado sem defesa para o guarda-redes do Villareal. O Sporting adiantava-se no marcador na melhor altura possível (em cima do intervalo), cortesia do seu melhor jogador. Mas a vantagem era relativamente imerecida. Havia vários jogadores em sub-rendimento: Gudelj demorava uma eternidade a ultrapassar a zona de pressão espanhola, Jefferson uma nulidade completa, Ristovski pouco afoito, Bas Dost a tabelar sempre mal e Diaby inconsequente. 

 

O tempo complementar iniciou-se com uma combinação promissora entre Bruno e Wendel, ingloriamente perdida por má recepção do brasileiro. O submarino amarelo não conseguia emergir e o Sporting mantinha com facilidade os espanhóis longe da sua área. Eis então que chegou o momento do jogo: Jefferson, que já tinha um amarelo e havia acabado de fazer uma falta, disputou de pé uma bola dividida com um jogador do Villareal que foi de carrinho e acabou por lhe marcar o corpo com os pitons. Impossível determinar se houve intenção ou não, mas o árbitro enviou o nosso jogador para o banho. Irónicamente, o brasileiro - um morto-vivo em termos de utilização que de vez em quando regressa das trevas para nos assombrar, assim ao jeito de um Walking Dead deste triste folhetim leonino em exibição em sessões contínuas em Alvalade - substituía Acuña, um homem sempre acusado de ser intempestivo. A jogar com 10, o Sporting jamais voltou a controlar o jogo. Acresce que a entrada de Cazorla no nosso adversário veio piorar o cenário. O ex-Arsenal começou a pautar todo o jogo do Villareal e a encontrar espaços entre central e lateral. Numa dessas jogadas, os espanhóis chegaram ao empate.

 

Em inferioridade na eliminatória, os leões arriscaram tudo, entrando Phellype e Raphinha para os lugares de Ristovski e de Diaby. Só que Bruno Fernandes foi obrigado a recuar muito para organizar o jogo, afastando-se da zona onde poderia ser decisivo. Com a equipa toda estendida no campo, os contra-ataques villarealenses proliferaram, valendo a atenção e reflexos de Salin num par de ocasiões, defesas que foram mantendo o Sporting no jogo. Até que em cima do apito final do árbitro, Bruno Fernandes encontrou Bas Dost isolado na pequena área, mas o holandês abusou da canela na bola e esta saiu para fora. Um pastel de nada...Em jeito de balanço, não se pode dizer que o resultado tenha sido injusto. O Villareal foi melhor no conjunto das duas mãos, mas a passagem esteve ali à mão (pé) de semear...

 

Tenor "Tudo ao molho...": Bruno Fernandes, por uma milha. Já parece obsessivo, mas é a triste realidade. Esta equipa é assustadoramente "Bruno Fernandes e mais 10". Wendel foi o 2º melhor. Salin, Sebastián Coates (1 erro) e Borja (2 erros), por esta ordem, também mereceram nota positiva. Nada a dizer em termos de entrega ao jogo por parte da generalidade da equipa, simplesmente a qualidade extra para este nível não esteve lá. 

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15
Fev19

Tudo ao molho e fé em Deus - O amor em tempos de cólera


Pedro Azevedo

Pode ser lido como uma brisa de ar fresco na ambiente poluído do futebol português, ou o amor como mote em tempos de cólera, a verdade é que em dia de São Valentim, e com vários casais de namorados nas bancadas, o Sporting recebeu o Villareal em Alvalade.

 

O resultado não foi bom e julgo que é reflexo de uma falta de convicção generalizada que se nota no clube a todos os níveis, especialmente no que concerne à política desportiva, envolvendo Direcção, treinador, jogadores e adeptos. Mas ser destrutivo, ainda mais em cima de uma derrota, não é algo que me esteja no sangue, pelo que vou antes falar daquilo que me perpassou a alma enquanto via o jogo. 

 

Vivemos tempos de cólera. Os sportinguistas não andam contentes, procuram compensações. Os acontecimentos da última Primavera/Verão, as mudanças sucessivas de liderança a nível directivo e técnico, a sistemática tergiversão na forma como se vê a Formação, a ilusão de umas noites de Outono que deu lugar ao Inverno do nosso descontentamento, a distância para os primeiros classificados no campeonato nacional, tudo isso vem deixando os sportinguistas à beira de um ataque de nervos. Adicionalmente, creio que se perdeu o "timing" de transformar uma crise numa oportunidade e de se reconstruir o edifício do futebol. Em vez disso, na janela de Inverno chegaram 10 jogadores, só um deles regressado de um empréstimo, a mostrar à saciedade que a mudança deixou tudo na mesma. Mas esta derrota em dia de São Valentim tem de se revestir de um carácter alegórico para todos nós. Porque o nosso amor pelo clube tem de vencer. Não é Varandas, Keizer, ou mesmo os capitães de equipa que nos fazem ser do Sporting e andamos há tempo de mais a confundir as coisas. Eu não misturo quem conjunturalmente nos representa com a perenidade que desejo para o clube. No passado recente como hoje. Por isso, e se for caso disso apesar de A, B ou C, eu estarei sempre com o clube e erguerei com orgulho o facho que partilho com os meus filhos e que um dia eles comungarão com os seus. E espero (e desejo) que todos os que mais directamente têm responsabilidades no clube o façam também. Que ponham sempre o clube em primeiro lugar, à frente das suas ambições pessoais e acima das vaidades de cada um. E lutarei até que o meu clube consiga impor uma Cultura corporativa que vinque os seus valores e não se torne um constante receptáculo de maus costumes, más práticas e péssima educação trazidos de fora para dentro. Para isso, é necessário que se saiba o que se quer e como fazê-lo. E, caso não se saiba, recorrer a quem possa ajudar. Adicionalmente, urge saber transmitir aos associados o que se pretende fazer, de que forma e, o mais importante, por que é que esse tem de ser o caminho, este último o elo emocional, "a causa" que liga as pessoas à instituição. Sem isto...

 

É preciso reflectir. E o tempo é agora. O clube continua herméticamente fechado durante os mandatos presidenciais. As portas entreabrem-se em época eleitoral, na caça ao voto, para logo se semicerrarem até se fecharem definitivamente. Não é bom conselheiro pensarmos que tudo sabemos. Há que ser humilde e saber ouvir. Para um adepto, de que adiantará antecipar um acidente se não o conseguir evitar? Isso só se traduzirá em frustração e desconsolo, e com isso mais gente irá abandonar o barco, mais tempo de cicatrização de feridas vai ser perdido. O tempo no Sporting está sempre contra quem lá está. É assim em clube que não ganha. Por isso é que digo que se perdeu uma oportunidade de testar algo diferente. De que vale gastarmos dinheiro em pesquisa e desenvolvimento, se depois não testarmos um medicamento (e mais tarde o vendermos)? Pois é exactamente isso que está a acontecer à nossa Formação. Que vai definhando, desmotivando, quando todos sabemos que é a única forma de sermos sustentáveis económicamente, logo financeiramente também. Simplesmente, o populismo e a fuga para a frente são mais fortes e acabamos por preferir morrer sem glória do que ousar vencer de outra forma e, na pior das hipóteses, cair de pé. Por isso digo que falta convicção. Há anos! E também bom senso, como o atesta a polémica da exclusão do título europeu de Goalball do nosso palmarés. Provavelmente, um acto perpetrado por quem menorizou a modalidade, quando na verdade o resultado da sua acção (e posteriores explicações), dir-se-ia, potencialmente discriminatória enxovalha o clube. Tudo feito num jeito meio envergonhado, sem convicção e que, no caso, se acabou por traduzir numa falta de respeito pelo esforço dos atletas em causa, pelo desporto adaptado em geral e pelos portadores de deficiência. Em contra-ciclo com a sociedade e o seu movimento em favor da integração e equiparação. 

 

O meu desejo e maior sonho é que esta derrota traga resultados positivos no futuro. Que dela se tirem ilações, determinados procedimentos se corrijam e outra mobilização seja requerida. Há gente nesta Direcção com boas ideias e muita capacidade profissional. Para que consigam desenvolver as suas competências dentro do Mundo Sporting é fundamental que a política desportiva entre nos eixos. Igualmente, a Comunicação deve aproximar os sócios, não afastá-los por via do desconhecimento do que se passa. Há aqui demasiados equívocos e paradoxos na nossa actuação perante os sócios e adeptos do clube, que são também o alvo preferencial do consumo dos nossos produtos e serviços. 

 

Quanto ao jogo, vou ser curto: um futebol sem chama, onde não se viu ligação entre os jogadores nem o típico 1/2 toques do período inicial de Keizer. Creio que tal resultou da falta de condição física de vários jogadores e reflectiu-se tanto na menor disponibilidade nos movimentos de aproximação à bola como na pior qualidade do passe. Assim, em 90 minutos, tivemos apenas duas oportunidades de golo: um remate de Dost após boa jogada individual de Raphinha e um tiro de Coates ao poste na sequência de um canto marcado por Bruno Fernandes. Muito pouco. Admito, como atenuante, que a condição física seja uma condicionante ao futebol que Keizer quer implementar, mas também vejo o treinador um pouco à deriva. Houve uma tentativa de mexer nos conceitos de jogo que apresentou inicialmente, em função de uma suposta melhoria da transição defensiva, que penso não ter corrido bem. O nosso jogo é reflexo dessa encruzilhada em que Keizer se meteu. Ele próprio hoje é diferente do Keizer original, mostrando, também ele, a tal falta de convicção.

De igual modo, os jogadores parecem hoje menos convictos da qualidade dos princípios de jogo. Como se simultaneamente quisessem acelerar e travar. O jogo aventureiro transformou-se num jogo de medo e as recentes declarações de Bruno Fernandes, meio codificadas, de que a equipa se deixou de preocupar com ela própria para agir em função de outrém, deixou-me a pensar se os jogadores também não sentiram a mudança no paradigma de jogo. 

 

Vou terminar, pedindo desculpa a todos os Leitores por hoje a habitual ironia ou mordacidade não se ter revelado. É que sendo o futebol a coisa mais importante das coisas verdadeiramente não importantes, há momentos que nos tiram a vontade de brincar. (O humor e a sátira hão-de voltar, fica a promessa.)

 

Tenor "Tudo ao molho...": Seba Coates

sportingvillareal.jpg

14
Fev19

Não deixar o Submarino Amarelo emergir


Pedro Azevedo

"In the town where I was born
Lived a man who sailed to sea
And he told us of his life
In the land of submarines
So we sailed up to the sun
Till we found a sea of green
And we lived beneath the waves
In our yellow submarine..." - Yellow Submarine, Beatles

 

Dificilmente se encontraria uma alegoria mais condizente com a realidade que pretendemos para logo à noite em Alvalade, na recepção ao Villareal. Por isso, faço votos para que o "Submarino Amarelo" permaneça debaixo das ondas (de choque) que o mar verde (de 40.000 leões) não deixará de criar.

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