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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

31
Jul21

De “underdog” a “under pressure”


Pedro Azevedo

Embora a "silly season" futebolística ainda esteja para durar - a janela de transferências continua aberta e isso é uma garantia de alarmantes parangonas da imprensa escrita e de programas de TV onde uns indivíduos já com idade para terem juízo peroram demorada e especulativamente sobre o sexo dos anjos enquanto não arranjam um tacho como directores desportivos de clubes que vão 10 anos à frente não se sabe em que modalidade ou habilidade - , para hoje está marcada a disputa da Supertaça. É uma especie de "rentrée", uma Festa do Pontal do futebol português, embora em bom rigor a nova época desportiva já se tenha iniciado com jogos a contar para a Taça da Liga. 

Ora, Sporting Clube de Portugal e Sporting Clube de Braga vão esta noite medir forças em Aveiro, não num mítico Mário Duarte que se enquadrava na perfeição num belíssimo jardim público mas sim num elefante branco ferrugento e símbolo do novo-riquismo tuga. Os analistas dão o Sporting, o nosso, o de Portugal, como favorito, e eu penso que esse poderá ser o maior obstáculo ou desafio que se deparará aos pupilos de Ruben Amorim. Vou passar a explicar: na época passada não éramos favoritos a nada. De tal forma que mesmo quando defrontámos um Braga totalmente incensado pela imprensa desportiva viam-nos como o "underdog". E de filhos de um deus menor em filhos de um deus menor lá fomos fazendo o nosso caminho, sempre sem nos levarem muito a sério, até que, dando finalmente por nós, juntámos a prova de regularidade que é o Campeonato Nacional à Taça da Liga, transformando a estrelinha atribuída a Ruben Amorim numa enorme constelação que uniu em júbilo os Sportinguistas. Caindo na realidade, a imprensa agora já nos leva a sério. E atribui-nos favoritismo. Ora, isso cria pressão, uma pressão boa e natural para quem vista a verde-e-branca, mas pressão. O que também aviva a curiosidade de saber-se como jogadores jovens vão abraçar esta nova responsabilidade tão cedo nas suas carreiras. Esse será um jogo dentro do próprio jogo em si, ao qual poderemos ajuntar o facto de finalmente voltarmos a ter público nos estádios. Teremos assim um novo teste a este Sporting. Amorim já disse que os leões estão mais fortes, os processos de jogo mais assimilados. Assim, queremos também que mentalmente isso se venha a verificar no relvado, de forma a que esta nova etapa coincida com a consolidação de um ciclo virtuoso do nosso Sporting. A partir das 20h45 uma nova história começará a escrever-se. 

29
Jul21

Décima medalha


Pedro Azevedo

Depois de Armando Marques (Tiro, Fosso Olímpico) e Carlos Lopes (Atletismo, 10.000m) em Montreal (1976), de novamente o campeoníssimo Lopes (Atletismo, Maratona) em Los Angeles (1984), do polaco Juskowiak (Futebol) em Barcelona (1992), do nigeriano Amunike (Futebol) em Atlanta (1996), de Francis Obikwelu (Atletismo, 100m), Rui Silva (Atletismo, 1.500m) e Ionea Têrlea (Atletismo, 400m barreiras) em Atenas (2004) e de Emanuel Silva (Canoagem, K2 1.000m) em Londres (2012), Jorge Fonseca (Judo, -100Kg) é o mais recente medalhado olímpico português com ligação contratual ao Sporting. Parabéns, Jorge Fonseca! 

jorgefonsecabronze1.jpg

26
Jul21

Tudo ao molho e fé em Deus

Esplendor na relva


Pedro Azevedo

Do Olimpo do mundo da bola onde só os grandes vivem, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano deverão ter escutado  embevecidos a musica que os jovens Leões de Portugal executaram no relvado do José Alvalade. Do outro lado estava só o semi-finalista da edição de 19/20 da Champions (que nessa caminhada eliminou a Juventus e o Manchester City), o Lyon, os Leões de França, mas o Sporting foi sempre francamente superior e na savana de Alvalade ficou até aquém de expressar no resultado final o avanço no seu processo de jogo. 

 

As coisas nem começaram especialmente bem: Paulinho fez-me evocar saudosamente o Mário Jardel (no ar era um médico legista, cada sua cabeçada cumprida com a formalidade de uma certidão de óbito) - actualmente de férias no nosso país - quando não conseguiu que um seu cabeceamento (excelente centro de Esgaio) se enquadrasse com a baliza, e na resposta o Lyon marcou em jogada que Feddal não acompanhou devidamente. Mas os nossos leões não desistiram e logo voltaram a ficar por cima. Tudo começou na arte e magia contida nos pés de Jovane Cabral, a tal suposta arma secreta que é na verdade o segredo menos bem escondido do futebol nacional. O homem é um craque, e quando com confiança pinta a manta. Na ocasião fez-se notar pela primeira vez no encontro através de um soberbo passe de trivela a isolar Pote na meia direita. Este, altruísta, quis dar a Paulinho, mas o passe saiu sem chama. O que se sucedeu foi um momento digno dos apanhados, com um defesa francês a chocar contra o seu próprio guarda-redes e a bola a ficar ao alcance de Paulinho para uma finalização fácil. O mesmo ponta de lança poderia ter voltado a marcar depois de uma assistência açucarada do pasteleiro Matheus Nunes, mas Anthony Lopes e o poste congeminaram para negar o golo ao avançado natural de Barcelos. Foi galo!

 

Não tardaria a vantagem leonina no desafio: o nosso jovem Beckenbauer (Gonçalo Inácio) meteu o GPS e encontrou o Pote de Ouro ainda antes do arco-iris que se formou à entrada do meio campo gaulês. Isolado, o Pote só teve de correr na direcção do guarda-redes, finalizando com um daqueles passes à baliza que tanto convocam a arte de Deco (Art Deco) ao seu jogo. Com o reatamento veio o massacre. O Sporting investia com tudo e só a deficiente pontaria leonina ou a inspiração de Lopes iam evitando a goleada. Fulgurante, Jovane teve uma brilhante arrancada na esquerda finalizada com um não menos cintilante passe para o segundo poste que foi ingloriamente desperdiçado. E depois veio o golo da tranquilidade, uma jogada tantas vezes repetida na época passada que continua a resultar: Nuno Mendes, sobre a esquerda, variou o centro de jogo para a direita, Pote reendereçou a bola para o centro e Paulinho desviou para as redes desertas. Aturdidos, os gauleses só queriam que o jogo acabasse e o quarto golo apenas não chegou por uma questão de uns poucos centímetros a mais no tamanho da bota de Tiago Tomás. 

 

Com as substituições e a saida do gigante Adamastor (Palhinha) do terreno de jogo, a partida perdeu algum ritmo e o Lyon conseguiu finalmente jogar no nosso meio campo. Tempo então para o reencontro do nosso velho conhecido Slimani com o golo em Alvalade. Comme il faut(!), ainda que na baliza errada. Foi o último suspiro de um jogo que merecia ter tido público. Os nossos leões e o Slimani certamente não teriam enjeitado os justos aplausos provenientes das bancadas. Agora segue-se a Supertaça. É já a 31, em Aveiro (depois de um confronto de leões, teremos uma disputa entre Sportings). Aí leões!!! (Lá em cima, no Olimpo, os Violinos sorriem.)

 

Rugido de Leão: Pote. Jovane e Paulinho seriam excelentes opções. Este trio promete...

 

P.S. Uma curiosidade: 10 dos 17 jogadores utilizados ontem à noite são canhotos. Com tanta predominância da esquerda é caso para se dizer que o marxismo-leoninismo do futebol do Sporting segue a todo o vapor. Agora é só esperar que não seja ninguém apagado da fotografia oficial (o que não será fácil dada a conjuntura económico-financeira). 

sporting lyon.png

25
Jul21

Violinos e outras histórias


Pedro Azevedo

A nostalgia inerente à memória da música sublime dos Violinos  enquadrará  hoje a recepção dos Leões de Portugal aos Leões de França. Quando Sporting e Olympique Lyonnais (Lyon) se começarem a defrontar a partir das 20h00, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano serão apenas uma recordação, mas já em relação ao sistema de jogo poderão haver reminiscências desse passado de glória dos Violinos sob a batuta de Cândido de Oliveira ou Robert Kelly. Sendo certo que o Sporting de Ruben Amorim adoptou primordialmente o 3-4-3 (3-4-2-1), o WM (3-2-5) dos Violinos (Cândido, amiúde, recuava Travassos para organizar o jogo a partir da linha média, transformando o sistema num 3-3-4) chegou a ser usado em emergência, como aquando da recepção ao Gil Vicente. Aí Jovane, Tiago Tomás, Sporar, Pote e Nuno Santos acabaram por fazer a diferença. Fazer a diferença, algo indispensável a quem sirva o Sporting Clube de Portugal. O ano passado equipa e Estrutura estiveram a nível desportivo à altura desses pergaminhos. Que este ano tudo volte a correr pelo melhor e, se possível, que comece já hoje, com o nosso Onze a homenagear em campo aqueles que Tavares da Silva baptizou como "Os 5 Violunos". Aí Leões (de Portugal)!!! (Como diria o saudoso António Silva.)

 

P.S. Nos anos 50, a Hungria de Puskas viria a abdicar do WM por via da introdução do 4-2-4. Hidegkuti era o seu Travassos, o homem que baralhava as marcações. O recuo de um dos médios para a linha defensiva fazia o resto. 

15
Jul21

Tiago Ferreira e Gonçalo Esteves em destaque


Pedro Azevedo

O jogo de preparação com o Portimonense valeu sobretudo pela revelação de dois jovens muito promissores. Falo-vos de Tiago Ferreira, filho do ex-setubalense Mamede e dotado de um pé esquerdo que parece ter uma tenaz na ponta, e de Gonçalo Esteves, o irmão do portista Tomás Esteves que não se limita a dar profundidade no corredor e foi visto por diversas vezes a bolinar (45º) na direcção do meio campo adversário. Confesso-vos que fiquei com água na boca...

tiago ferreira.jpg

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12
Jul21

O Ovo de “Colombo” Mancini


Pedro Azevedo

Roberto Mancini, Gianluca Vialli e Attilio Lombardo estiveram em Wembley em 92 quando a Sampdoria perdeu a final da Champions para o Dream Team que Cruijff construiu em Barcelona. Agora, fazendo parte da estrutura que a Federação Italiana montou para a Squadra Azzurra, vingaram essa derrota no regresso ao mesmo palco (entretanto remodelado). Com uma equipa técnica onde ainda consta um outro ex-jogador da genovesa Sampdoria (Gianluca Salsano), Roberto Mancini foi o Cristóvão Colombo deste Euro, mostrando ao mundo que era possível a Itália ser competitiva sem que para isso tivesse de recorrer ao Catenaccio (curiosamente celebrizado por um chileno, Helenio Herrera). Esse Ovo de Colombo permitiu à Itália, nos últimos anos arredada dos grandes palcos, mostrar ao mundo um futebol positivo e alicerçado numa eficaz pressão alta, sem que tal redundassse em menor equilíbrio nas acções defensivas. Em contrapartida, a final não correu nada bem a Gareth Southgate. Em certa medida não lhe fez justiça, pois quem viu jogar "Calamity" Maguire no Man Utd certamente deu mérito ao duplo-pivot de meio campo com que o treinador inglês conseguiu assegurar a segurança das suas redes. Porém, neste último jogo revelou-se por demais receoso, inicialmente primando pela inacção ao não reagir atempadamente à pressão italiana - tinha muitos criativos no banco que poderiam ter colocado novos problemas aos italianos - , depois ao lançar tardiamente dois jovens que sem ritmo de jogo entraram somente para marcar os penáltis. Perante as hesitações de Southgate, os intrépidos "marinheiros" de Mancini acabaram por levar o troféu para a pátria de Garibaldi, vendo assim premiada a sua ousadia. Mais do que a vitória final ter sido justa - a Espanha foi superior aos italianos na meia-final - , foi justo ver vencer quem arriscou sair da sua zona de conforto. Uma nota final positiva que ainda mais abrilhantou um dos melhores europeus de sempre. 

12
Jul21

O mistério dos números primos (19)


Pedro Azevedo

Não sei se a vida é feita de coincidências ou se não existe essa coisa a que chamamos coincidência, o que é certo é que ontem ocorreu comigo um daqueles insólitos que me/nos fazem pensar. Eu passo a contar: convidado por um amigo de toda a vida, passei uma muita agradável tarde dividido entre uma imponente piscina e um suculento barbecue. Pelo meio conversas reais com gente real, que a vida é demasiado importante para se perder em inuendos, hesitações e meios termos. Como pano de fundo, vulgo "pièce de résistance", havia um Itália-Inglaterra, final do Campeonato da Europa. Ora, apesar de estar eternamente agradecido a Inglaterra e aos ingleses pela forma como me receberam quando lá trabalhei, o meu coração desta vez batia por Itália, pelo belo futebol. De tal forma que para o evento levei um polo azul comprado há mais de uma década atrás. Produzido por uma conhecida marca americana, tem Itália estampado na frente e o número 19 nas costas. Logo um amigo me inquiriu do porquê do número 19, algo que remeti para o critério da marca. Novas investidas no mesmo sentido vim a ter de outros convivas, às quais dei sempre a mesma resposta. O jogo começou e não voltei a dar relevância ao assunto. E, se eu não dei, os meus amigos também não. Até que acordo hoje e revejo que o golo italiano, o único golo italiano da noite, foi marcado por Leonardo Bonucci. Porém, com a emoção do jogo havia-me escapado um pormenor. Adivinham o número da sua camisola? O 19. Talvez nada aconteça por acaso...

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10
Jul21

U de Ugarte


Pedro Azevedo

A confirmar-se a contratação de Ugarte, o uruguaio será apenas o segundo jogador da história leonina conhecido por um nome começado pelo letra "U". O primeiro foi Uchoa, um brasileiro que fez história no Grémio de Porto Alegre e por cá passou na temporada de 82/83. Lateral. nao foi muito utilizado, Ainda assim marcou um golo soberbo ao Rio Ave, num remate fora da área. Eu estive lá (Alvalade) e vi. 

07
Jul21

Cinco pontos (pintos?) para o País de GALOS


Pedro Azevedo

Comunicado (real) retirado do Facebook:

 

Não nos prejudiquem!
O Rei dos Frangos não é “esse rei dos frangos”!
Mais uma vez, a nossa empresa Churrasqueiras Rei dos Frangos, Lda, com sede em Leiria e com 19 churrasqueiras take-away em Portugal, vem a público defender o seu bom nome e vincar que EM NADA tem a ver com o circo metafórico “do rei dos frangos”, nem com nenhuma das pessoas envolvidas nesse grupo de peças que se vêem noticiando desde 2019.
Para quem quiser perceber um pouco melhor a diferença entre a realidade e notícias feitas descuidadamente, explicamos, ponto a ponto:
1) nenhuma das nossas lojas nem a nossa sede foi alvo de buscas por qualquer núcleo de investigação ou instituição de segurança pública. EM NADA estamos relacionados com o Sr. Luís Filipe Vieira ou com qualquer uma das empresas que dá origem às diversas peças jornalísticas.
2) a nossa empresa chama-se Churrasqueiras Rei dos Frangos, Lda. e tem direitos sobre a marca comercial “Rei dos Frangos”. Este é o nome utilizado nas nossas lojas para denominar o nosso serviço e os nossos produtos. Queremos e devemos lutar pelo bom nome desta marca e desta empresa que existe desde 1989.
3) um dos gerente da empresa Churrasqueiras Rei dos Frangos, Lda. chama-se João Carlos Paiva Santos. EM NADA o nosso gerente está relacionado com o Sr. Luís Filipe Vieira nem com qualquer uma das empresas que dá origem aos negócios noticiados.
4) o Grupo Valouro SGPS, SA. tem como administrador o Sr. José António dos Santos, o tal apelidado de “rei dos frangos” por parte dos órgãos de comunicação. Entre João e José vai todo um nome diferente, que deveria servir para inúmeras peças jornalísticas o conseguirem discernir, mas inúmeras vezes deixaram de o fazer.
5) Não existe nem existiu qualquer relação empresarial entre a nossa empresa e o Sr. José António dos Santos além da natural interação comercial entre fornecedor e comprador: a Avibom, uma das empresas do Grupo Valouro, vende matéria-prima à Churrasqueiras Rei dos Frangos, concretamente, frango. Porque é de assar frango que nós percebemos, de acções e SADs… nem tanto.
*
Perceba-se, desde já, a diferença de tratamento entre o indivíduo Luís Filipe Vieira, sempre tratado pelo nome, e o indivíduo José António dos Santos, que nunca é tratado pelo nome nem pelas empresas que gere, mas por uma metáfora bem mais curta e elegante, o “rei dos frangos”. E é aqui que, infelizmente, somos chamados “à baila”.
Nos dias que correm, nenhum jornal sequer se dá ao trabalho de falar em Valouro GSPS ou qualquer outra empresa devidamente detida e/ou administrada pelo senhor que é descrito como amigo do senhor Luís Filipe Vieira. Hoje, temos clientes, fornecedores e amigos a perguntar, a ligar e a comentar consecutivamente, sem já conseguirem distinguir uma metáfora demasiadamente disseminada, estupefactos sobre o que (não) está a acontecer.
Em nada queremos limitar o direito à opinião nem à liberdade de imprensa. Por várias vezes, desde 2020, alertámos diversos elementos da imprensa sobre o enorme dano à reputação da empresa e dos graves mal-entendidos que estariam a gerar às diversas pessoas que aqui trabalham todos os dias.
 
Como nota final, até explicamos mais: os nossos gerentes até são simpatizantes do Sporting!
Pode ser uma imagem de fogo
06
Jul21

O Vinagre e a confraria dos azeites


Pedro Azevedo

Enquanto uns vão para a Mealhada dar conta de que estão com os azeites, com outro tempêro o Sporting (a fazer fé nos jornais) mandou vir de Famalicão o Vinagre. Do meu ponto de vista, em termos desportivos, trata-se de uma excelente contratação, vis-a-vis a iminente saída de Nuno Mendes e a nóvel exigência competitiva de quem irá disputar a Champions. Como também o seria Ugarte, um jovem uruguaio que alia boa visão de jogo com o transporte de bola requerido a um box-to-box. 

rubenvinagre2.jpg

05
Jul21

Não há estrelas no céu da Dinamarca, mas...


Pedro Azevedo

Dizem alguns que à Dinamarca falta uma estrela. Contraponho que em 92 o Michael Laudrup amuou com o seleccionador da altura (Richard Moller Nielsen) e não foi à Suécia, o que não impediu os veraneantes dinamarqueses de chegarem à final e aí baterem sem espinhas a todo-poderosa Alemanha. É certo porém que o génio Laudrup ou o furacão Elkjaer Larsen dariam outro "élan" aos nórdicos. Quem não se recorda do amasso que deram ao Uruguai de Francescoli no Mundial de 86? E o Elkjaer até fumava muito, não prescindindo do seu cigarrito no intervalo e final dos jogos como o demonstrou um dos filmes desse Mundial disputado no México. Ao todo eram dois maços por dia, diz a lenda, intoxicação que não se notava no campo tal era o vigor aí patenteado. Era um colosso. Tanto que ao lado de um outro colosso (Briegel) fez do modesto Verona campeão de Itália (85), um feito que pede meças a Maradona e ao seu sucesso em Nápoles. O homem era um ciclone: recebia de costas, virava-se vertiginosamente e lá ia ele imparável, sempre escolhendo o caminho mais curto na direcção da baliza. Grande equipa essa, montada por Sepp Piontek, que também contava com o Soren Lerby, o Frank Arnesen e o Morten Olsen (capitão), entre outros (dava-se ao luxo de ter Allan Simonsen no banco) que levaram os críticos a dar-lhe apodos como "Dinamáquina" ou "Danish Dynamite". Todavia, essa selecção nada ganhou, demonstrando uma grande ingenuidade e perdendo de forma inglória face à Espanha de Butragueño já na fase a eliminar. Ora, o que me faz acreditar na Dinamarca de 2021 é o facto de ser uma equipa muito mais preparada para todos os momentos do jogo, contando nomeadamente com uma solidez defensiva assente no guarda-redes Kasper Schmeichel e num experiente trio de defesas liderado por Kjaer. Onde antes havia rock&roll e um romantismo provavelmente herdado dos movimentos beatnick e hippie dos anos 60 e 70, cabelos compridos e um purismo focado no golo que levou o dinamite a explodir-lhes nas mãos, agora subsiste uma ideia de futebol positivo mas assente numa organização táctica muito superior que os leva a procurar desequilíbrios apenas em zonas do terreno específicas que não comprometam a transição defensiva. E se a estrela Eriksen caiu no primeiro embate, felizmente sem as consequências que se chegaram a antevir para a sua vida, a mudança de sistema táctico de um 3-4-1-2 para um 3-4-2-1 veio até a beneficiar a Dinamarca, uma equipa que quando solta o vendaval lá na frente é muito difícil de parar tal o número de jogadores que consegue colocar em zona de finalização. Mérito do engenho do seu treinador, Kasper Hjulmand, um homem que também se mostra sagaz nas adaptações que vai promovendo durante os jogos. Quarta-feira há mais. O palco será de luxo (Wembley), veremos se os Vikings conseguirão tomar a Inglaterra.

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04
Jul21

Com bons ovos se fazem Hamlets


Pedro Azevedo

A Dinamarca está a fazer história no Euro 2020. Tal como a própria competição, também os nórdicos chegaram tarde. Os seus dois primeiros jogos resultaram em outras tantas derrotas e ninguém dava uma coroa pelo seu futuro na prova. Todavia, uma leitura mais próxima da realidade permitiria antecipar que circunstâncias especiais haviam provocado essa falsa partida: o desfalecimento em campo de Christian Eriksen afectou muito a equipa no jogo com a Finlândia e só a pouca fortuna obstou a que terminassem a primeira parte do jogo contra a Bélgica com uma vantagem muito mais robusta no marcador. Pelo que não foi propriamente surpreendente a reacção dinamarquesa face aos russos, jogo onde os pupilos de Kasper Hjulmand confirmaram todo o seu valor. Na verdade, os Vikings possuem uma coluna vertebral sólida e destacam-se pela condição física que lhes permite constantes desmarcações que dão ao portador da bola diferentes opções de passe. Se cá atrás, o filho do nosso bem conhecido Schmeichel é garantia de defesas de grande aparato, a tripla de centrais formada por Christensen, Kjaer e Vestergaard dá segurança às acções defensivas e permite aos laterais/alas Larsen e Maehle, especialmente este último (revelação deste Euro, jogando de pé trocado), aventurarem-se no ataque. No centro do meio-campo, Hojberg (jogador do Tottenham) e Delaney (Borussia Dortmund) providenciam o equilíbrio entre as acções ofensivas e defensivas, deixando para os três da frente (Damsgaard, Dolberg e Braithwaite) o carrossel na direcção à baliza. Nesse trio, Damsgaard é o elemento que se destaca pela sua qualidade, sendo Dolberg um matador frio e com boa associação com a restante equipa. Para Braithwaite está reservado o papel de espalha-brasas: não tem grande qualidade de definição, mas corre muito e assim desgasta bastante os adversários e abre espaços por onde Dolberg geralmente penetra. Depois, ainda há Poulsen, um avançado muito rápido, Cornelius, ponta de lança possante e de boa técnica, com uma carreira interessante em Itália, o lateral Wass ou o médio Norgaard, tudo jogadores que mantém as rotações altas. Uma palavra ainda para Hjulmand, que no jogo com a República Checa mostrou sagacidade na forma como mexeu na equipa e evitou um czech-mate que a reacção no início do segundo tempo da equipa onde pontefica Schick (igualado com Ronaldo no topo da lista dos melhores marcadores) chegou a alimentar nos espectadores. 

 

Há que contar com estes dinamarqueses. Não escondo que torço por eles e pela sua ideia de jogo. Dez golos nos últimos 3 jogos são um excelente cartão de visita, pelo que aguardo com expectativa o embate face aos pupilos de Southgate. E creio que terão de ser os ingleses a a procurarem adaptar-se aos Vikings. Caso contrário, tal como no Século IX, eles arrombarão e tomarão de assalto a Inglaterra. 

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