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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

31
Mar21

Wonderful tonight


Pedro Azevedo

Maravilhoso jogo de Portugal este fim de tarde com a Suiça, na última jornada do Grupo D do Campeonato da Europa de sub-21. Uma vitória por 3-0 e uma exibição quase imaculada. Pedro Gonçalves é a conclusão prática da tese de René Descartes - cogito, ergo sum - no futebol, o homem fez prova da formulação do filósofo francês em cada acção no campo (até parado). Deve ter um quociente de inteligência semelhante ao Einstein, vê coisas que outros nem imaginam. Deu 3 bolas de golo ao TT, mas este não antecipou devidamente duas delas (a outra foi defendida pelo guarda-redes), ninguém provavelmente o conseguiria. Daniel Bragança é uma máquina, a caixa de ritmos da equipa, o passe-vite que vai esmifrando os miolos aos adversários que ficam esmagados perante tanta classe. Uma cabine telefónica para ele é um latifúndio. Precisa de melhorar apenas na acção de cobertura defensiva: deu de borla um livre ao adversário à entrada da nossa área e isso na alta competição por vezes paga-se caro. O Vitinha e o Fábio Vieira são também excelentes, tal como o Trincão. O TT esteve sempre em movimento e com acelerações de fazer prender a respiração - quem tem o azar de o apanhar pela frente deve julgar-se na montanha russa - , deve porém aprimorar o timing de entrada aos lances na área que se reflecte em instinto de ponta de lança. Foi decisivo no segundo golo. A defesa, a Quinta dos Diogos (hiper-inflação descarada) com Thierry como convidado especial, esteve muito segura. Ah!, e ainda houve tempo para o puto Conceição entrar e marcar um golo digno dos desenhos animados. Há muito tempo que não me divertia tanto a ver um jogo de futebol. O nosso passe-repasse foi deixando os helvéticos cada vez mais desconfortáveis, ao ponto de no segundo tempo já baterem em tudo o que apanhavam à mão. Foi um vendaval de bom futebol, às tantas dei por mim a pensar estar a ver o Brasil de 82. A sério!! Parabéns aos jogadores e, naturalmente, à equipa técnica encabeçada pelo Rui Jorge.

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31
Mar21

Tudo ao molho e fé em Deus

A braçadeira não caiu, a braçadeira não cairá


Pedro Azevedo

Portugal foi até ao Grão-Ducado do Luxemburgo onde um dia Siegfried, o da Brunilda de Wagner, mandou edificar uma fortaleza que durante muito tempo chegou a dar ares de aguentar as investidas do tradicional caos organizado que o exército de Fernando Santos montou a partir de um cerco. É curioso falar aqui de Siegfried porque a sua história tem semelhanças evidentes com a de Aquiles, ainda que a fragilidade do nórdico proviesse do ombro e não do calcanhar ou tornozelo. Ora, o nosso Aquiles é o Félix. A julgar pelo jornal da Queimada ambos até terão sido banhados em rios sagrados: o Aquiles já se sabia que no Estige e o Félix dizem-nos que no Judeu, ali para os lados do Seixal. O mesmo periódico que antes de cada jogo de Portugal embala o Félix como o Aquiles que transporta o escudo nacional, o guerreiro épico que fará a diferença na peleja. Só que depois as profecias saem todas furadas - deve ser do efeito nas águas das descargas poluentes na Baía do Seixal que o PAN atribui à inércia da autarquia - e o Jotinha que se destaca no ataque é aquele que o Klopp, qual Wagner, foi um dia buscar a Wolverhampton para dar um novo impulso à "cavalgada das valquírias" do seu Liverpool. Ontem, por exemplo, a única semelhança entre o Aquiles e o Félix foi a vulnerabilidade do tornozelo. Só que enquanto o Aquiles, ferido mortalmente por uma flecha de Páris, só viria a perecer após se encher de uma glória homérica com a conquista de Troia (que não a da Península de Setúbal onde acontece outra "guerra" que Alcochete neste momento lidera), a lesão no tornozelo de Félix foi como um sacrifício que os santinhos afectos ao Fernando congeminaram para que o onze de Portugal tivesse a oportunidade de vencer a Batalha do Luxemburgo. Foi de tal modo que diz-se por aí que como pagamento da dívida aos santinhos e expiação do pecado perante os inquisidores o Ronaldo irá permanecer 3 dias e 3 noites na fortaleza. E no fim, qual Mestre Afonso Domingues, proferirá: "A braçadeira não caiu, a braçadeira não cairá". Desengane-se porém quem pense que morrerá de seguida, que o Cristiano tem mais vidas que um gato e ainda vão ter de levar com ele mais uns anitos. É tomarem Rennie, a poção mágica dos Invejosix, o povo sedentário ocupante da fracção mais ocidental da Península Ibérica que não se governa nem se deixa governar ou dá valor ao real mérito.

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30
Mar21

Sporting em alta também na Selecção


Pedro Azevedo

Na primeira parte dei por mim a pedir a entrada de Palhinha, naquela fase em que Portugal não tinha controlo do jogo no meio campo e parecia que faltava intensidade e pressão sobre a bola à Equipa de Todos Nós. No segundo tempo entrou... e marcou. A jornada tripla acabou por ser muito importante para a valorização dos activos do Sporting. Palhinha e Nuno Mendes estrearam-se como internacionais e não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Se Palhinha fez 1 golo, o nosso lateral/ala esquerdo destacou-se por este parecer ser o seu habitat natural, não se perturbando com o peso da responsabilidade. Foi titular em dois jogos, fez a assistência para o golo (da "vitória") incorrectamente não validado na Sérvia e hoje protagonizou um lance (52 minutos) que não terá escapado ao olhar atento e conhecedor dos grandes clubes europeus. Oxalá o consigamos manter por mais algum tempo, sendo certo que havendo propostas deveremos ser irredutíveis em relação ao valor da cláusula de rescisão, porque precisamos do Nuno, como do João e de todos os outros jovens que se vêm afirmando, para finalmente impormos um ciclo de Sporting que se assemelhe ao que mediou entre 46 e 54. Bom, mas isso já sou eu a sonhar, a realidade agora são os 10 jogos de campeonato que ainda temos pela frente, os quais teremos de ir superando um a um. Cada coisa a seu tempo, ainda que o futuro não só traga água na boca como deva ser encarado com grande responsabilidade e precisão de ourives. 

30
Mar21

Exemplo devem ser os pais


Pedro Azevedo

Toda esta polémica à volta de Cristiano Ronaldo parece-me cabotina. Não só quando apressada e irreflectidamente se procuram argumentos para lhe retirar o privilégio de capitanear a Equipa Nacional, mas também ao invocar-se que o jogador deve ser um exemplo para os mais jovens em todas as suas atitudes. Atenção, eu compreendo que as agências de publicidade, os gabinetes de comunicação e as empresas de marketing procurem projectar uma determinada imagem ou narrativa que mais favoreça as pretensões das marcas que patrocinam CR7 e que este tacitamente assim o consinta, mas quem escreve ou fala sobre estas coisas deveria ter o afastamento suficiente para não se deixar contagiar nem perder a noção da realidade ou inverter as coisas. Quem deve, isso sim, constituír um exemplo na vida de um jovem e nunca se pode demitir da responsabilidade de o educar são primeiramente os seus pais, a quem cabe incutir princípios, valores e atitudes comportamentais, pelo que talvez fosse bom que esses críticos se focassem prioritariamente nas suas próprias casas e verificassem se estão a cumprir com as suas obrigações. Ademais, a um desportista, ainda mais de alta competição, compete ganhar, e isso, no calor da luta e fisica e mentalmente exausto, infelizmente nem sempre será possível compatibilizar com o melhor exemplo ou postura. Tal como ocorreu no pretérito Sábado. Desfrutemos pois até ao fim do extraordinário desportista Ronaldo e saibamos retirar apenas o essencial que o cidadão nos traz: no campo, o esforço contínuo e titânico na busca da superação, excelência e perfeição; fora dele a solidariedade para com os mais desfavorecidos. Isso, sim, será um legado de CR7, uma inspiração que qualquer jovem ou adulto retirará para a sua vida. Agora, perder tanto tempo com braçadeiras só assiste mesmo a quem não sabe nadar.

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29
Mar21

A todo o gás em Sines


Pedro Azevedo

Sines foi este fim de semana uma porta de entrada para o contentor de golos com que a equipa de futsal do Sporting presenteou a sua homóloga do Benfica. Em jogo estava a Taça da Liga e a amarração dos encarnados iniciou-se com um golo de Merlim, o mago leonino. Antes do intervalo, Rocha refinou um pouco mais o marcador. No segundo tempo o Sporting chegou até aos 5-0, cortesia de Zicky (por duas vezes, há petróleo na nossa Formação!!!) e Pauleta. O Benfica ainda reduziu para 5-2, mas um último golo do capitão João Matos deixou a diferença final no resultado em águas profundas. Uma grande vitória do Sporting e mais um título na carreira do nosso Nuno Dias.

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29
Mar21

Ingratidão 3D


Pedro Azevedo

Leio em A Bola 3D, um canal de conteúdos digitais exclusivos para assinantes, o seguinte título sobre Garrincha: "Queria o Sporting quando já só era acompanhante de sambista (e bêbado)". Escrevo sobre isto porque tenho pena que se trate assim um dos maiores do jogo de todos os tempos. Quem gosta de futebol deve proteger aqueles que mais contribuíram para a afirmação do jogo. E haveria certamente formas mais simpáticas (e não desrespeitosas) de assinalar o declínio do Anjo das Pernas Tortas ("o seu melhor já tinha passado" teria sido suficiente), ainda que o contexto se reportasse ao período posterior ao da sua glória. Acresce que "acompanhante de sambista" aqui foi usado como pejorativo e preconceituoso (se fosse acompanhante de uma manequim da Victoria Secret serviria para este título?), demonstrando profundo desconhecimento dos factos, o que muito desvaloriza o papel que Elza Soares, deusa do culturalmente relevante samba (importante não esquecer), teve na vida de Garrincha, ela que foi provavelmente a única pessoa que verdadeiramente o amou e compreendeu, e que durante o tempo que esteve com ele conseguiu atenuar o efeito da progressiva dependência do jogador com o alcool. Mané Garrincha foi um dos melhores jogadores de todos os tempos. Aos grandes de todos os tempos devemos não só muita da nossa paixão pelo jogo como respeito. Da mesma forma que o que ficou de Baudelaire, Rimbaud ou Oscar Wilde foi a sua obra, a exploração vulgar da decadência de Garrincha passa ao lado do essencial: os milhões de pessoas a quem num qualquer dia de Domingo arrancou um sorriso com as suas intrépidas fintas. E isso é o que perdurará no tempo. Lembram-se do Brasil de 62? Viva Garrincha, viva o futebol! 

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26
Mar21

A ilusão do $upporter


Pedro Azevedo

Há um certo tipo de adepto do futebol português para quem o milhão exerce muito mais fascínio que o golão. Para este $upporter, a Formação é vista como o porco que é preciso apressadamente entoirir até ao cachaço para a matança, afiando o dente de cada vez que a imprensa o encandeia ao dar eco de valores miríficos que até as melhores lavandarias ou estratégias geopolíticas de estados soberanos têm pudor em acompanhar. A coisa cria alguma perplexidade, desde logo por não se entender que o adepto pretira a degustação de um menu de Guia Michelin ao deslumbramento sobre um evento onde não tem sequer lugar à mesa. É que no dia da matança quem habitualmente se empaturra à grande e à inglesa (o equivalente à francesa quando o menu é futebolístico) nem é afecto ao clube (empresários de jogadores), apenas quer ter um "Good Year". Sendo assim, em termos de analogias que envolvam recos eu prefiro a do porquinho-mealheiro. Não há nada como ir poupando cêntimo a cêntimo e não ter de vender. Não gastando superfluamente em compras na Feira de Carcavelos, não se endividando, tirando rendimento daquilo que desde cedo se foi produzindo com um controlo de qualidade que ao longo do tempo se foi monitorizando e atestando. 

 

Alegorias à parte, formar para ganhar e nesse processo manter custos controlados deve ser o paradigma. Formar, pensando na lógica da venda posterior, é apenas uma construção falaciosa e novo-riquista que como abundantemente se tem visto não garante a sustentabilidade no futuro nem cria no jogador um compromisso com o clube. Um jogador de futebol contabilisticamente é um activo. Tem um valor (preço, aquando da compra/venda), um rendimento e uma data de expiração. Mas não é uma acção, uma obrigação ou um sobreiro, tem pensamento próprio, expectativas. Saber gerir o momento de saída de um jogador será uma ciência. Mas a venda deverá sempre ser suscitado por ser uma boa oportunidade para ambas as partes e haver quem substitua o atleta com um custo salarial igual ou menor, e não por a tesouraria necessitar da venda para pagar salários. Até porque os jogos ganham-se com os melhores e a economia está cheia de exemplos que nos mostram que a produção não é infinita e há custos de oportunidade. Para além de que o que verdadeiramente mata do ponto de vista financeiro os clubes é o desequilíbrio entre custos e proveitos ordinários, e isso é uma ilusão pensar-se que se resolve sucessivamente com vendas de jogadores. A história está aí para o provar, pelo que nenhum clube será capaz de sobreviver a médio/longo prazo se não tiver custos de estrutura eficientes e um sólido crescimento dos proveitos fora da actividade de trading de futebolistas. Esse aliás é o único caminho para a perenidade de equipas competitivas no plano desportivo. E para continuar a vencer no futuro. 

P.S. A única equipa fora das Big5 que se conseguiu apurar para umas meias-finais da Champions (esteve a 1 segundo da final) desde 2010 foi o Ajax. A época foi a de 18/19. Dois anos antes o mesmo Ajax havia sido finalista da Liga Europa contra o Manchester United de Mourinho. A base da equipa era a mesma. 

25
Mar21

O homem que via o futuro

Johan Cruijff


Pedro Azevedo

Johan Cruijff deixou-nos há 5 anos atrás. Visionário, ele foi sempre um homem à frente do seu tempo. Inspirado pelo seu mentor Jany van der Veen, que havia absorvido os fundamentos da ideia do Futebol Total do inglês Jack Reynolds - o britânico que treinou os "lanceiros" nos anos da 2ª Guerra Mundial e foi preso após a anexação holandesa pelos alemães - , Cruijff encontrou em Rinus Michels o homem ideal para dar continuidade a essa revolucionária ideia de futebol na equipa principal do Ajax, constituindo-se como o prolongamento do treinador em campo. Assim, ao lado de futebolistas como Johan Neeskens, Ruud Krol, Piet Keizer, Wim Suurbier, Arie Haan ou Johnny Rep, Cruijff e o seu Ajax encantaram o mundo com um estilo de jogo apoiado que fazia da mobilidade dos jogadores o seu grande trunfo. Ele era o cérebro e a força motriz de tudo. Após 3 vitórias consecutivas na Taça dos Campeões, Cruijff migrou então para Espanha, onde ao serviço do Barcelona se viria a sagrar campeão espanhol logo no primeiro ano. No banco estava Michels, um feliz reencontro. 

 

Depois de uma temporada passada nos EUA, Cruijff regressou já veterano à Holanda para recriar e aprimorar a ideia de Futebol Total no Ajax. Primeiro ainda como jogador, no Ajax e Feijenoord, depois como treinador dos "lanceiros". Oscilando entre um 3-4-3 e um 4-3-3, com Rijkaard como o líbero capaz de transformar o sistema dentro do campo, Cruijff venceria então a Taça das Taças de 87 com uma nova geração de meninos formados no clube onde se destacavam Marco van Basten, o seu delfim, os extremos Van't Schip e Witschge e o médio Winter, a que se juntava a experiência de Danny Blind, Muhren e do próprio Rijkaard. Replicando o seu percurso enquanto futebolista, Cruijff foi então para Barcelona criar o "Dream Team". Na Cidade Condal venceria 4 títulos consecutivos entre 91 e 94, uma Taça das Taças e a tão desejada Taça dos Campeões. 

 

Em Barcelona teria ocasião de aprimorar os fundamentos do Futebol Total, trabalhando alguns princípios do jogo posicional como a distância ideal entre jogadores e linhas, formas ideais de pressionar o adversário e a ideia de que o jogador que define o passe é quem se desmarca e não o portador da bola (procura constante do passe entre-linhas). Tendo abandonado os bancos de futebol cedo, em 96, Cruijff dedicar-se-ia então à sua Fundação e ao Ajax, procurando neste último a criação de uma estrutura formada por antigos jogadores que garantisse a perpetuação de uma forma identitária de jogar futebol.

 

Johan Cruijff deixou-nos há 5 anos, mas a sua forma de ver o jogo influenciar-nos-á para sempre, observe-se a longa lista de treinadores que em si encontraram inspiração. Génio, e como tal tantas vezes incompreendido, a sua marca no jogo é indelével. Afinal, a ele e aos seus mentores devemos a melhor ideia de futebol que alguma vez passou à face da Terra. Obrigado por tudo, Johan!

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24
Mar21

Meia palavra devia bastar...


Pedro Azevedo

À chegada ao Equador, onde foi integrar a sua selecção, Plata mostrou não compreender a razão pela qual foi alocado à equipa B. Eu diria que o facto de 2 anos depois o seu entendimento colectivo do jogo ter evoluído pouquíssimo poderá ser uma pista. O resto já Rúben Amorim, subliminarmente, deu a entender de forma pública. Por comparação, atente-se, por exemplo, nos desempenhos de Tiago Tomás, Matheus Nunes, Gonçalo Inácio ou Nuno Mendes: TT já jogou como ponta de lança, interior e lateral/ala (em casa, contra o Gil Vicente, marcando até um golo em que revelou excelente entendimento do que era pedido quando Sporar fez um deslocamento lateral seguido de apoio para Bragança e ele teve a inteligência de vir para dentro e concretizar), Matheus teve boas prestações como médio, interior e lateral/ala, Inácio adaptou-se a qualquer posição da linha de 3 (inclusivé a jogar de pé trocado) e Mendes chergou à selecção e já foi lateral/ala e central pela esquerda com um excelente aproveitamento. Para bom entendedor...

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24
Mar21

Dário, Isnaba, Guilherme, Octávio...


Pedro Azevedo

A surpreendente chamada de Dário Essugo ao plantel principal do Sporting veio mais uma vez chamar à atenção para o talento que existe nos escalões de formação do Sporting. Para quem não acompanhe tanto, junto aqui mais alguns nomes que têm estado desaparecidos no radar dos adeptos em virtude da interrupção dos campeonatos jovens: Guilherme Santos, Saná Fernandes, Francisco Silva, Salvador Gomes, Tiago Octávio, Isnaba Mané, Martim Marques ou Mateus Fernandes. O Guilherme é aquele jovem que um dia a todos surpreendeu na Pontinha quando revelou um discurso muito maduro e com todos os valores Sportinguistas presentes. Habitualmente escolhido como capitão, o Guilherme é um médio de grandes recursos técnicos e grande chegada à área (pode também jogar como segundo avançado, ao estilo de João Vieira Pinto), a quem faltará porventura um crescimento físico ao nível do seu talento. De apenas 15 anos, Saná é um jovem extremo muito forte no drible, característica aliás comum ao seu irmão Joelson. Chamo também a atenção para os guarda-redes Francisco Silva (só perfaz 16 anos em Novembro) e Salvador Gomes, ambos muito fortes na mancha e com excelente presença entre os postes. Um pouco mais velhos (7, 8 meses), Tiago Octávio e Mateus Fernandes são dois médios de excelente técnica. Octávio destaca-se mais pelos deslocamentos frontais com bola, Mateus é um organizador que revela excelente leitura de jogo e circula mais o esférico, juntos reeditam um pouco as características da dupla Matheus Nunes/Daniel Bragança. Mané é um quebra-cabeças na ala esquerda, um jogador de desequilíbrios. Martim Marques é um lateral esquerdino que sobe muito, com excelente técnica, habilidade na finta e qualidade no cruzamento. Outros miúdos como Mamadu Djaló ou Pedro Sanca poderiam também merecer destaque. Queremos vê-los muito mais e vamos certamente ouvir falar deles no futuro, assim as condições sanitárias o permitam. Mantendo a estratégia de aproveitamento da sua formação, o futuro do Sporting continuará assegurado nestas duas gerações de jogadores.

23
Mar21

João Almeida líder na Volta à Catalunha


Pedro Azevedo

O ciclista português João Almeida assumiu hoje a liderança da Volta à Catalunha após se ter classificado em 3º lugar no contra-relógio da segunda etapa. Depois de ter surpreendido meio mundo com o 4º lugar final e liderança prolongada do Giro de 2020, João Almeida vem confirmando este ano as boas indicações dadas no ano anterior, sendo de destacar o seu 3º lugar no Emirates Tour e a 6ª posição obtida no prestigiado Terreno-Adriatico. Tanto na Grande Volta italiana como nas supracitadas competições que disputou esta ano havia mostrado toda a sua categoria na "prova da verdade" (C/R), o que confirmou em todo o esplendor hoje ao ser apenas batido pelos especialistas Rohan Dennis (vencedor, Ineos) e Remi Cavagna (2º classificado e seu colega da Deceuninck-Quick Step). Na classificação geral, Almeida enverga agora a camisola verde (símbolo da líderança nesta volta) que acumula com a camisola branca (Juventude), exactamente o mesmo tempo do americano Brandon McNulty (desempate por décimos de segundo). O campeão espanhol Luis Leon Sanchez é o terceiro, seguindo-se os tubarões Steven Kruijswijk, Richie Porte e Adam Yates. Geraint Thomas, já vencedor do Tour, está na 8ª posição. Amanhã corre-se a 3ª etapa, muito exigente, com uma chegada em alto (2125m) a Vallter 2000/Setcases (Vall Camprodon).

 

João Almeida é apenas o segundo português a liderar uma edição da Volta à Catalunha. O primeiro foi José Martins, um antigo ciclista da Coelima, contemporâneo de Joaquim Agostinho, que no mesmo pelotão do nosso Campeoníssimo completou alguns Tour de France.

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23
Mar21

NextGen 2021


Pedro Azevedo

O Sporting é o único clube português representado na lista "NextGen 2021: as 50 maiores revelações do futebol mundial" publicada hoje pelo portal Goal.com. E logo com 3 jogadores: Nuno Mendes, Eduardo Quaresma e Joelson Fernandes. Nesta lista, que contempla apenas jogadores nascidos a partir de 1 de Janeiro de 2002, onde surpreendentemente não consta Tiago Tomás (Gonçalo Inácio nasceu em Agosto de 2001), Nuno Mendes é o mais bem classificado dos leões, aparecendo na 23ª posição. Dos restantes, Quaresma figura no 36º posto e Joelson é o 44º colocado. O pódio é composto por Ansu Fati (1º, Barcelona), Eduardo Camavinga (2º, Rennes) e Gio Reyna (3º, Borussia Dortmund). Mais um bom sinal de valorização da Academia Sporting e da sua formação. 

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23
Mar21

Penso, logo desisto


Pedro Azevedo

Leio que fizemos uma parceria com uma instituição especializada em encontrar jovens talentos escandinavos "cognitivamente desenvoltos". Parece-me uma boa forma de reformular o Gabinete Olímpico. Assim, se os meninos e meninas não souberem dar dois pontapés na bola, podemos sempre inscrevê-los nas Olimpíadas da Matemática. Ou no Xadrez. E na Sueca, também, obviamente. Com a vantagem, dada a púbere idade, de tal contributo poder ser dado por correspondência. 

 

P.S. Diz o Director da instituição, que tem sede na Ericeira, que esses jovens "contrastam com os portugueses". Entretanto, no seu site anunciam que no Verão irão visitar 30 diferentes locais na Escandinávia.

23
Mar21

Ao fim e ao Cabo


Pedro Azevedo

O FC Porto é uma parábola de uma nação portuguesa, tão capaz de ancestrais e épicas empreitadas extramuros como a dobragem dos cabos Bojador ou das Tormentas, que em casa se especializou a dobrar o Cabo Carvoeiro a caminho das Berlengas, sempre à cata de apanhar todo o percebe existente nas zonas de maior turbulência por muito que se tivesse de arranhar no processo, e depois acabou tomada simplesmente pelo gosto de ir contra a rebentação e não quer (não sabe) mudar de vida. 

23
Mar21

Ranking GAP


Pedro Azevedo

Nesta temporada de 2020/2021, o Sporting disputou até agora 32 jogos - 24 para o Campeonato Nacional, 2 para a Liga Europa, 3 para a Taça de Portugal e 3 para a Taça da Liga -, obtendo 26 vitórias (81,25%), 4 empates (12,5%) e 2 derrotas (6,25%), com 63 golos marcados (média de 1,97 golos/jogo) e 19 golos sofridos (0,59 golos/jogo).

 

Individualmente, Rúben Amorim mantém o 3º lugar no Top 5 da exclusiva lista de treinadores do Sporting com maior percentagem de vitórias. Numa altura em que já realizou 43 jogos pelo clube em diversas competições, Rúben apresenta um registo de 74,4% de vitórias (32 em 43) em todos os jogos, superando homens como o húngaro József Szabó e o tri-campeão Randolph Galloway. O líder continua a ser o também inglês Robert Kelly (79,2%), seguido por Cândido de Oliveira (75,3%), por Amorim, pelo húngaro Alexander Peics (73, 1%) e József Szabó (72, 2%).

 

A nível individual, eis os resultados (estatísticas de golo):

 

1) Ranking GAP (medalheiro): Pedro Gonçalves (15,4,6), N. Santos (7,9,1), TT (6,2,4);

2) MVP: Pedro Gonçalves (59 pontos), Nuno Santos (40), TT (26); 

3) Influência: Pedro Gonçalves (25 contribuições), N. Santos (17) e Porro e TT (12);

4) Goleador: Pedro Gonçalves (15 golos), Nuno Santos (7) e TT, Jovane e Coates (6);

5) Assistências: Nuno Santos (9), Pote (4), Porro, Tabata, João Mário e Feddal (3).

 

Fazendo uma análise por sectores em termos de pontos MVP (golo=3; assistência=2; participação=1), teremos:

 

Pontas de Lança (total=59)TT (26), Sporar (20), Vietto (7), Pedro Marques (6)

(nota: TT também jogou como interior)

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Interiores (total=136)Pote (59), Nuno Santos (40), Jovane (23), Tabata (14)

(nota: Jovane também jogou como ponta de lança)

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Médios Centro (total=34): João Mário (13), Matheus Nunes (10), Palhinha (8) e Bragança (3)

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Laterais/Alas (total=40)Porro (23), Nuno Mendes (11), Plata (4), Antunes (2)

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Centrais (total=43)Coates (22), Feddal (11) e Gonçalo Inácio (10)

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Guarda-redes (total=2): Adán (2)

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Conclusões:

  • A posição de Interior contribui em acções de golo cerca de 2,3 vezes mais do que a posição de Ponta de Lança; A posição de Médio Centro tem menos preponderância nos nossos golos que a de Lateral/Ala e de Central, o que pode indicar que RA vê-os mais como um factor de equilíbrio defensivo, sendo os desequilíbrios ofensivos mormente produto da circulação em "U";
  • Ordem de importância no golo: Interiores, Ponta de Lança, Centrais, Laterais/Alas, Médios Centro, Guarda-redes;
  • Um total de 20 jogadores já contribuiu para os golos leoninos. Dos utilizados, apenas Max, Neto, Quaresma, Borja, João Pereira, Paulinho, Matheus Reis e Dário Essugo ainda não tiveram preponderância nos golos marcados. 

 

Ranking GAP (Golos, Assistências, Participação decisiva em golo):

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22
Mar21

Delegado de propaganda médica


Pedro Azevedo

O Otávio sem "c" (vocês sabem do que eu estou a falar) renovou com o Porto e o senhor Pinto da Costa, investido de delegado de propaganda médica, logo alertou que as farmácias vão continuar a vender muito Rennie. Tomando como certo que a Estrutura portista e seu treinador serão clientes certos da pastilha contra a azia, aguarda-se que a próxima promoção de PdC venha a ser um medicamento para incontinentes verbais. É que só o Sérgio Conceição seria menino para esgotar o stock completo. Entretanto, a Federação Portuguesa de Lutas Amadoras ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de vir a utilizar alguns vídeos de Sérgio Conceição para a promoção da modalidade. Teme-se porém que a Liga Portugal se tenha antecipado na compra dos direitos. Pelo menos a julgar pela ligeireza com que vem contemporizando com as atitudes do treinador portista. Bem sei, a Comissão de Instrutores anda mais à caça de fraudes na inscrição de treinadores, ainda que tal acção não lhe permita remontar ao tempo em que Sérgio era treinador do Olhanense...

21
Mar21

Tudo ao molho e fé em Deus

Cinderella Man


Pedro Azevedo

Imaginem um clube com sorte madrasta, durante anos tratado como o enteado pobre do futebol português. Desprezado pelos dois filhos do sistema, que nunca perdiam uma oportunidade de dele troçarem, viu-se obrigado a desde cedo trabalhar na regeneração do nosso futebol. Um trabalho na sombra, anos e anos a fio convertido em retalhos por acção directa dos filhos do sistema e assim condenado a nunca emergir no baile de gala de encerramento da época desportiva, um motivo de redobrado sofrimento para todos os que dele gostavam.

 

O sofrimento como marca de existência e uma resiliência a dar razão a Schopenhauer quando classificava o sofrimento como positivo porque não inebriante ou ilusório como a felicidade e portanto revelador da condição humana. "Sofro, logo existo", como paradigma do ser Sportinguista. Até que um dia surgiu uma fada que tudo encantou. De uma abóbora fez uma carruagem dourada, seis ratinhos foram transformados em majestosos cavalos, um rato maior tornou-se cocheiro. Uns sapatinhos feitos à medida de campeão apareceram como que por encantamento, calçando-o para o baile. Logo todos os que gostavam dele se interrogaram se seria real. Poderão anos e anos de sofrimento terminarem com um passe de magia? O nosso receio, o que nos inquieta à noite, é que a carruagem se volte a transformar em abóbora.

 

Vem esta alegoria a propósito do papel de Rúben Amorim na afirmação deste novo Sporting. Amorim é o nosso "Cinderella Man", capaz de mostrar que é de ouro que se fazem os produtos da nossa Academia. Com ele, a nossa existência passou a ser um transcender de liberdade, aquilo que Jaspers ensina que abre caminhos. Como a caminho entre Alcochete e Alvalade, aberto por Amorim quando colheu 6 dos semeados por Aurélio Pereira e seus seguidores e os exibiu na grande montra de ontem. Com outros dois a preencherem a segunda parte. À semelhança de outros jogos em que fomos reganhando a nossa identidade. Dando assim um sentido às coisas. E logo quando tudo parecia perdido, o que dá à emergencia de Amorim um toque de transcendental, como na parábola de Kierkegaard onde um homem determinado a pôr fim ao seu sofrimento e prestes a atirar-se ao Tamisa (o Tejo, para o efeito) é salvo por uma picada de um mosquito que lhe interrompe o movimento. Abençoada picada, certamente. E encantado mosquito.

 

E que bonito é observar os nossos produtos de Alcochete. Com simplicidade, tudo se poderia reduzir à iluste Casa de Bragança, senhorial na arte da posse, douta em conhecimentos aprofundados de geometria e impenetrável às vagas de ataque do "inimigo", onde coexistem o tiki-taka do João e do Daniel, o GPS do Inácio, o rochedo Palhinha, o colosso Tomás - dois fins de semana consecutivos a mandar centrais para o estaleiro com caîbras aos 60 minutos de jogo - e a serpente Mendes, mas também o belo cisne Cabral e o bebé Essugo. Não sei como esta bela aventura irá terminar, mas volto a Kierkegaard para recuperar os seus 3 estádios da existência humana: tendo nós sempre desprezado o estético, em que o prazer momentâneo do belo e de um desejo imediatista (a "facilidade") é garantia de felicidade, encontrámos nas leis da moral e da conduta universais um patamar melhor para a nossa existência. Porque a ética é universal, ao contrário do ser que é único e individual. E assim, arregimentados por um valor comum, contra ventos e marés procuramos a nossa verdade comum. O que nos leva ao último estádio, o do compromisso com a nossa fé. De ser Sportinguista, de ser (Ser?) Sporting.  

 

P.S. Espero que o senhor José Pereira da Inspecção do Trabalho não nos multe por fraude na atribuição de contrato de trabalho ao jovem Dário.  

 

Tenor "tudo ao molho...": João Palhinha. Gonçalo Inácio, Daniel Bragança, Tiago Tomás, Pote e Jovane mostraram pormenores distintivos. E estreou-se o jovem Dário Essugo, 16 aninhos acabados de perfazer, com dedicatória para todos os papás de meninos que querem jogar futebol ao mais alto nível e tudo. Uma palavra final para a estupenda arbitragem de Tiago Martins, um árbitro não poucas vezes traído pela vaidade mas que ontem deixou o palco para os músicos e permitiu que sobressaísse a qualidade das partituras. Grande trabalho!

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