Um Nobre influente em tempo de República
Pedro Azevedo
António Nobre protagonizou ontem mais um dia infeliz da arbitragem portuguesa. Primeiro ao punir com a amostragem do segundo cartão amarelo uma carga de ombro, logo legal, do nacionalista Rui Correia sobre um jogador do Porto. Acresce que, para além do lance ter sido mal ajuizado, a ter havido falta a punição só poderia ser o cartão vermelho pois o avançado do FC Porto ficaria de outro modo isolado e com a baliza à sua frente. Sem aduzir qualquer processo de intenção ao árbitro, a verdade é que a amostragem do amarelo validou automaticamente o primeiro erro, inviabilizsndo a apreciação posterior pelo VAR que decirreria do protocolo caso Antonio Nobre tivesse mostrado a cartolina escarlate. Mas não ficou por aqui a polémica: o golo que permitiu ao Porto levar o jogo para o prolongamento ê precedido por um toque da bola no braço de Taremi. Ora, durante semanas, no seguimento do alegado toque da bola no braço de Pore no decurso do Sporting-Moreirense, andámos a ouvir uma narrativa emanada de sábios da arbitragem que consistia em haver recomendações aos árbitros para invalidar jogadas de golo em que o braço de quem ataca tenha sido protagonista, não sendo relevante para o efeito a questão da intencionalidade ou não. Bom, a verdade é que esse era lance de VAR e este não terá visto nada que revertesse a decisão do árbitro. Chegados a este ponto, já ninguém se entende. As más decisões são mais que muitas, a falta de uniformidade de critérios idém e fica a ideia de que jamais nos libertaremos destas polémicas. Em simultâneo, tudo como dantes no Quartel de Abrantes, o Conselho de Arbitragem continua a assobiar para o lado. Até quando, e com que custos para a credibilidade do produto futebol português ainda não sabemos na sua verdadeira dimensão.