Tudo, assim-assim ou nada?
Pedro Azevedo
Vivemos até hoje na assumpção de que o importante no futebol era a bola, os jogadores e o público. Entretanto, o público desapareceu dos estádios e o tribunal onde se aprovava ou chumbava o desempenho de um jogador passou das bancadas para as enfermarias dos estádios, substituindo-se o aplauso ou assobio à posteriori pela zaragatoa ab initio. É perante este novo-normal de múltiplos condicionalismos que Sporting e FC Porto se apresentarão amanhã em Leiria na primeira semi-final da Taça da Liga, competição sui-generis e com um formato competitivo absurdo que visa apurar por todos os meios legítimos possíveis as teoricamente 4 melhores equipas nacionais para a sua Final Four. Na outra meia-final, um Benfica que parece ter saído do Dragão como vencedor da Champions (apesar do empate) defrontará o actual detentor do troféu, o Sporting de Braga, "Campeão de Inverno" em 2020 com Rúben Amorim ao leme.
Havendo um troféu em disputa ainda que de notoriedade reduzida, a pergunta que hoje formulo aos Leitores é se, por um lado e atendendo à sua grandeza enquanto clube, ambição inata e pergaminhos históricos, deve o Sporting apostar forte no certame ou, por outro, se seria preferível guardar energias para o que resta do campeonato nacional, competição onde à 14º jornada leva 4 pontos de avanço sobre o duo Benfica/Porto e nove pontos à maior sobre o Sporting de Braga. Ainda que esteja por provar que o desgaste de uma Taça da Liga possa provocar assim tantos danos no que resta do campeonato, mais a mais sabendo-se que, eliminados que estamos da Liga Europa e Taça de Portugal, teremos um calendário mais desanuviado que os rivais a partir do mês de Fevereiro, gostaria de auscultar a Vossa opinião. Fico então à espera de saber da Vossa justiça...