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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

16
Mar19

Tudo ao molho e fé em Deus - Pobreza franciscana


Pedro Azevedo

Como que para provar que na vida não há concidências, o Sporting recebeu ontem um clube que no seu nome evoca Santa Clara (Chiara d`Offreducci, seguidora da São Francisco de Assis) e realizou um jogo de uma pobreza franciscana, no fundo a mesma a que parece confinado outro Francisco, o Geraldes, em termos de utilização na equipa, ele que só por milagre não estará destinado a ter de ir pregar itenerantemente por outras freguesias o seu futebol, visto que em Alvalade só o deixam pregar gameboxes. 

 

Este foi mais um jogo iniciado sem um único jogador da nossa Formação no "onze" titular, o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues, que expõe a contradição entre um dos dois motivos (aposta na Formação/futebol positivo) enunciados por Frederico Varandas para a contratação do senhor Keizer e aquilo que se passa na prática. Ora, isto seria matéria suficiente para o senhor presidente confrontar o treinador holandês com os factos e ser ele próprio interrogado pelos sócios sobre a opção que tomou, pelo que, à cautela, nada melhor do que colocar um ovo de Colombo em cima da mesa e dizer que a nossa Formação não tem qualidade. Assim, iliba-se de uma só penada presidente e treinador e ganha-se tempo. Ah, a imagem do clube? Não há problema, logo de seguida renova-se com uma dúzia de jovens jogadores. O clube está com uma situação de tesouraria crítica e compromete o fair play financeiro (palavras de um administrador da SAD no Jornal Sporting)? Nada de mais, venha um carregamento de uma dezena de jogadores contratados no Inverno, todos eles certamente provenientes de bem mais excelsas escolas de formação e melhores do que os jovens dos sub-23. É só mais uma voltinha de um carrossel já antigo em que craques como Ronaldo, Figo, Simão, Quaresma, Hugo Viana, Bruma, Dier, João Mário, Adrien, William, Rui Patrício, et caetera, foram vendidos e ainda assim os resultados acumulados da SAD são francamente negativos e os seus capitais próprios encontram-se inteiramente diluídos. Entretanto, a Formação do nosso vizinho do lado, cheia de Jotinhas, até já levanta Ferro e sente-se Felix apoiada por Bruno Lage, enquanto os miúdos anseiam por ser os Bernardos e os Cancelos de amanhã, aqueles que tinham que "nascer 10 vezes" no tempo do outro senhor. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades... 

 

Keizer fez-nos acreditar numa laranja mecânica de onde se conseguiria extrair um intenso sumo, mas actualmente o futebol do Sporting assemelha-se mais a um limão gasto e todo espremido à mão. O encantamento outonal foi substituído pela alegria dos cemitérios de um futebol sem chama e pouco pressionante, com várias situações que escapam à compreensão do adepto comum, desde os dedos apontados a Nani até ao estranho eclipse de Bas Dost, passando pelo degredo de Jovane ou Miguel Luís. Adicionalmente, agora que o calendário já não está carregado, não se justificam exibições tão frouxas. 

 

Ontem, de destacar, a estreia positiva a titular de Doumbia, um jogador claramente com mais tracção à frente do que Gudelj, embora tenha ainda pormenores, nomeadamente de posicionamento defensivo e de ligação aos centrais para prosseguir a construção de jogo, a corrigir. A espaços Mathieu, Acuña e Bruno Fernandes (o melhor jogador deste elenco) mostraram a sua qualidade top, tendo os dois últimos sido providenciais no golo da vitória (um misto de "ratice" sul-americana e trivela não-sérvia), mas foi Raphinha o melhor em campo no meu entendimento (e não só por ter marcado). O ex-vimaranense foi protagonista quase exclusivo dos poucos desequilíbrios provocados nos açorianos, os quais se apresentaram compactos, reduziram espaços aos leões e, com o tempo, foram ficando mais afoitos, ao ponto de terem criado as melhores oportunidades de golo do jogo. Sendo frio e racional, ganhámos três pontos e continuamos a correr por fora. Enquanto houver vida no campeonato, temos de manter a esperança.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Raphinha

raphinha santa clara.jpg

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