Tudo ao molho e fé em Deus - O lusco-fusco
Pedro Azevedo
Jogo ao fim da tarde, imediatamente aproveitado pelo Sporting para entrar no negócio do lusco-fusco, uma ideia que ainda não estava devidamente rentabilizada. Assim, foi com 5/7 minutos de grande diversão e muito intensos que o Sporting se viu rapidamente a ganhar por dois golos, fazendo de Keizer um visionário e de Portimão a capital mundial do lusco-fusco. (Há que puxar a brasa à sua sardinha.)
Passado este período, o Portimonense imediatamente reduziu, num lance onde houve precipitação de Mathieu. Mas ninguém terá advertido os leões de que o lusco-fusco já tinha terminado e estes logo ganharam um penálti. Sucede que árbitro e VAR anularam a grande penalidade a nosso favor devido a uma falta (de betão?) ocorrida aquando da construção do estádio dos algarvios, o que como é óbvio aconteceu(?) noutra fase. Um apagão às regras de intervenção do VAR!
Num clube onde sempre coexistiram falta de reconhecimento com quem é bom e falta de exigência com quem não cumpre os mínimos, é preciso dizer que Luciano Vietto foi hoje o melhor jogador em campo. Mas também é importante perceber que Vietto pôde brilhar porque durante toda a primeira parte Acuña segurou as pontas, muitas vezes levando de enfiada com ala e lateral. Com Vietto sem preocupações defensivas, a combinar muito bem com Bruno Fernandes e sempre a flectir para dentro, o Sporting esboçou uma espécie de Táctica do Quadrado. Uma versão futebolística inspirada em D. Nuno Álvares Pereira, ou não fosse Marcel Keizer um "santo contestável(!)".
Se, no primeiro tempo, o sucesso do Sporting teve muito a vêr com as diagonais de Raphinha e, essencialmente, com a superioridade na zona central onde apenas Pedro Sá tentava conter os avanços leoninos, para o regresso do intervalo Keizer pediu ao ala argentino para fechar na ala, evitando-se assim que Acuña tivesse de jogar com uma máscara de oxigénio. De quando em vez, sempre compensado por Bruno Fernandes, o antigo jogador do Fulham ia até ao centro e continuava a fazer miséria, algo só interrompido quando Folha finalmente fez entrar Dener para acompanhar o até aí desamparado Pedro Sá. Antes, já o Sporting fizera o terceiro numa jogada de entendimento entre Vietto e Bruno Fernandes, concluída com um tiro indefensável de Raphinha após passe imaculado do maiato. Até ao final do jogo, o Portimonense conseguiu controlar os acontecimentos, com Jackson Martinez à procura do tempo perdido, no jogo e na carreira. Mas o colombiano (hoje) já não foi a tempo e o Sporting assumiu assim, (à hora que escrevo) à condição, a liderança da classificação da Primeira Liga.
Ah!... E o Diaby não jogou...
Tenor "Tudo ao molho...": Luciano Vietto (tem de melhorar o remate à baliza). Bruno Fernandes esteve nos 3 golos, Raphinha marcou dois e perdeu mais 1 de uma forma incrível, Luíz Phellype encostou para outro e deu luta à defesa algarvia. "Mutley" Acuña mordeu as canelas de todos quantos passaram nos seus terrenos e Thierry Correia continua a crescer. Os outros estiveram a um nível médio, com Mathieu a impor-se na defesa após um início atribulado. Renan teve uma noite tranquila e quase voltava a defender uma grande penalidade.