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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

20
Jan19

Cuidado com as comparações(2)


Pedro Azevedo

Muito se tem falado da peseirização do futebol de Keizer e a verdade é que nalguns jogos Keizer esteve longe de ser Keizer, mas confundir a entrada nos últimos minutos de Petrovic - e concomitante adopção do duplo-pivot - com uma táctica de raíz que partia do duplo-pivot e, por vezes, evoluia (com muito tempo para jogar) para um trivote parece-me um absurdo.

Em simultâneo, existem outros críticos que censuram Keizer pelo seu futebol iminentemente ofensivo (em que ficamos?) e falta de compensação defensiva, situações apresentadas como causas para o nosso afastamento do título. Segundo esta teoria, Peseiro só estava a dois pontos do líder quando foi afastado e a sua substituição foi um erro.

Tendo ontem Keizer cumprido o seu 14º jogo ao leme da equipa principal do Sporting, exactamente o mesmo número de jogos em que Peseiro foi o timoneiro, já é possível estabelecer uma comparação fidedigna. E a verdade é que os números são arrasadoramente favoráveis a Keizer. Ora vejamos: Peseiro venceu 9 jogos (64,3%), empatou 1 (7,1%) e perdeu 4 (28,6%); Keizer triunfou em 11 jogos (78,6%), igualou 1 (7,1%) e foi derrotado em 2 (14,3%). O coruchense efectuou 8 partidas para a Liga, uma para a Taça de Portugal, duas para a Taça da Liga e 3 para a Liga Europa, o holandês jogou igual número de partidas para a Liga, 3 para a Taça de Portugal, uma para a Taça da Liga e duas para a Liga Europa. Registe-se que a contar para a Liga ambos ganharam 5 vezes, empataram uma e perderam duas. Analisando os golos obtidos e sofridos não deixamos de nos surpreender: a corrente realista que tanto elogiou a apreguada contenção defensiva de Peseiro não pode deixar de ignorar que nesses 14 jogos o treinador português só consentiu menos um golo que o holandês (14 contra 15), o qual é criticado pelo excessivo balanceamento atacante e falhas no processo de transição defensiva; já os números atacantes de Keizer falam por si próprios e envolvem uns esmagadores 41 golos marcados, contra apenas 24 de Peseiro, indicador que dá argumentos suficientes aos defensores de uma corrente, vamos lá, romântica de ver o jogo.

Em abono da verdade, talvez a verdade esteja no meio, como aliás muitas vezes acontece. Essencialmente, não me parece que a tentativa de procurar um equilíbrio entre as acções ofensivas e defensivas, por parte de Keizer, esteja a ser particularmente bem sucedida. Se analisarmos os seus sete primeiros jogos, o holandês fez o pleno de vitórias e a equipa marcou 30 golos e consentiu 8. Nos últimos sete, Keizer venceu 4, empatou 1 e perdeu duas vezes, marcando 11 golos e sofrendo 6. Poucas melhorias defensivas para tão flagrante perda de explosão ofensiva, e a sensação de que só nos 2 jogos com o Feirense a equipa foi leal o tempo todo à filosofia inicial de Keizer. Por tudo isto, mais do que compararmos Keizer com Peseiro, devemos é comparar os dois ciclos do treinador holandês e perceber o que mudou, no sentido de aferirmos se não valerá a pena uma nova inflexão que privilegie o futebol posicional que tão bons resultados nos trouxe inicialmente. Essa, para mim, é uma das discussões possíveis, a outra é sobre a controversa utilização de jogadores como Bruno Gaspar ou Diaby, súbita exclusão de Jovane e Miguel Luís ou falta de oportunidades de Luíz Phellype, tentando perceber se os que estão em melhor forma estão a ir (ou não) a jogo. 

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peseiro.jpg

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