À bomba
Pedro Azevedo
O golo de ontem de Bruno Fernandes trouxe-me à memória este outro de Balakov. Provavelmente, porque desde o búlgaro não via um jogador com tanta classe em Alvalade.
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Pedro Azevedo
O golo de ontem de Bruno Fernandes trouxe-me à memória este outro de Balakov. Provavelmente, porque desde o búlgaro não via um jogador com tanta classe em Alvalade.
Pedro Azevedo
Balakov completa hoje 53 anos. Nestas efemérides é normal produzirem-se algumas palavras de circunstância, de apreço pelo aniversariante. Confesso que escasseiam os adjectivos para classificar o jogador que "Bala" foi para mim. Talvez o Cherba na "Tasca" tenha dito tudo quando afirmou que "Krasimir Balakov foi o mais perto que tivemos de ter Maradona a jogar de leão rampante ao peito", ele que foi eleito para o "Dream Team" do Mundial de 94 ao lado de monstros como os italianos Maldini e Baggio, o romeno Hagi, o brasileiro Romário ou o seu compatriota Stoichkov. Eu concordo, e desde o primeiro dia em que o vi jogar, numa apresentação contra a sua equipa do ETAR Trnovo em que o homem me faz uma diagonal de 45º desde de trás do meio campo até à pequena área do adversário, deixando um sem número de esqueletos expostos no relvado, incapazes de ir à bolina com ele. Assim sendo, vou limitar-me a recuperar aqui um "Contos de um Leão Rampante" que dediquei ao búlgaro. Búlgaro, mas nada "bulgar", como naquela época dizia um amigo meu do Porto. Para ilustrar o conto, deixo-vos o vídeo do melhor golo que lhe vi marcar. Parabéns Balakov!
"Ele rodopiava, ele saltava ao eixo entre oponentes que o apertavam, ele mantinha-se de pé, tal qual Maradona, mesmo quando carregado em falta. Ver Balakov jogar era como assistir a uma prova de 110 metros barreiras em que todos os obstáculos iam sendo fatalmente superados até à meta, o golo.
Assim foi certa tarde de sonho no Bonfim, quando sozinho destruiu o Vitória(?) - deixando atónita a multidão nas bancadas - pegando na bola com a sua abençoada canhota ainda no seu meio-campo (iludindo logo aí dois oponentes), resistindo posteriormente a carga dura, não cedendo miraculosamente à já antecipada queda, antes de preparar nova diabrura, com troca de pés driblando dois adversários em simultâneo(!), passando entre eles, para, de seguida, contornar o desamparado guardião da virtude vitoriana, encostando suavemente para golo com o pé direito. Um monumento! Uma bala humana com um destino certo, a baliza. Aliás, "Bala" ficaria para sempre o seu epíteto, nas "cov(as)" ficavam os que ousavam tentar contrariá-lo.
De vez em quando amuava e "desaparecia" do jogo, queria o contrato melhorado. Mas, regressava ao seu nível (e que nível, senhores!!). Por vezes, sebastianicamente, como naquela noite de nevoeiro feito de fumos de claques, quando disparou um míssil de pé direito(!) - sim, embora esquerdino de Ouro, não era manco do outro pé - apontado directamente ao aungulo superior esquerdo da baliza do benfiquista Silvino Louro. Bem, nesse dia, louros só para Balakov : "Que grande golo!", diria Sousa Cintra, em directo, ainda a procurar o seu lugar na Tribuna, aquando do golo madrugador que estreou uma nova forma de filmar os jogos de futebol em Portugal, com muitas câmaras e repetições de diversos ângulos, da SIC. Já para definir este búlgaro, só havia um ângulo, um encómio: genial."
Pedro Azevedo
"Búlgaro, mas não bulgar"*
"Ele rodopiava, ele saltava ao eixo entre oponentes que o apertavam, ele mantinha-se de pé, tal qual Maradona, mesmo quando carregado em falta. Ver Balakov jogar era como assistir a uma prova de 110 metros barreiras em que todos os obstáculos iam sendo fatalmente superados até à meta, o golo.
Assim foi certa tarde de sonho no Bonfim, quando sozinho destruiu o Vitória(?) - deixando atónita a multidão nas bancadas - pegando na bola com a sua abençoada canhota ainda no seu meio-campo (iludindo logo aí dois oponentes), resistindo posteriormente a carga dura, não cedendo miraculosamente à já antecipada queda, antes de preparar nova diabrura, com troca de pés driblando dois adversários em simultâneo(!), passando entre eles, para, de seguida, contornar o desamparado guardião da virtude vitoriana, encostando suavemente para golo com o pé direito. Um monumento! Uma bala humana com um destino certo, a baliza. Aliás, "Bala" ficaria para sempre o seu epíteto, nas "cov(as)" ficavam os que ousavam tentar contrariá-lo.
De vez em quando amuava e "desaparecia" do jogo, queria o contrato melhorado. Mas, regressava ao seu nível (e que nível, senhores!!). Por vezes, sebastianicamente, como naquela noite de nevoeiro feito de fumos de claques, quando disparou um míssil de pé direito(!) - sim, embora esquerdino de Ouro, não era manco do outro pé - apontado directamente ao aungulo superior esquerdo da baliza do benfiquista Silvino Louro. Bem, nesse dia, louros só para Balakov : "Que grande golo!", diria Sousa Cintra, em directo, ainda a procurar o seu lugar na Tribuna, aquando do golo madrugador que estreou uma nova forma de filmar os jogos de futebol em Portugal, com muitas câmaras e repetições de diversos ângulos, da SIC. Já para definir este búlgaro, só havia um ângulo, um encómio: genial."
*reacção de um portista ao ver Balakov jogar pela primeira vez...
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Obrigado, Hugo.O melhor será mesmo mudar I nine do...
O Castigo Máximo é terminal obrigatório após jogo ...
Olá José, obrigado eu pelo seu feed-back. O Daniel...
Olá Pedro, obrigado pelas análises com que nos b...