Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

08
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

Derrota com moral


Pedro Azevedo

Com Rúben Amorim ganhamos sempre, mesmo quando perdemos. No passado, o Sporting perder era previsível, hoje passou a ser determinístico, obedece a uma causa. Sabemos quando podemos perder, e até ousamos perder para podermos ganhar diferentes coisas: novos jogadores, experiência, foco, humildade, pés bem assentes na terra. Uma causa assim é justa: perdemos hoje rumo à vitória final. Além disso, deixamos de banalizar a vitória. Vencer exige trabalho, concentração e organização permanentes. As vitórias alimentam-se a si próprias, acrescentam aos factores que conduzem ao êxito porque dão um moral que eleva a parte mental para o nível do físico, técnico e táctico. Mas também podem conduzir à soberba, atribuirmos a nós próprios um valor acima do real. A derrota tem o condão de nos fazer reflectir, rever processos, crescer. Por isso também é importante perder, nomeadamente quando a derrota não tem impacto no atingir de objectivos. Escolhendo criteriosamente o momento da derrota, mais perto estaremos de alimentar o sonho de vitória. E ganhamos tempo. Tempo de recuperação para jogadores fatigados, tempo de jogo para os menos utilizados, antecipação do lançamento de jovens. E prevenimos contratempos: lesões e impedimentos disciplinares. Pensando bem e analisando todos os factores, o Sporting goleou ontem à noite em Amesterdão. É que se há vitórias que são à Pirro, também há derrotas que deixam um sabor doce na boca.  Este, aliás, é o paradigma do novo Sporting: deixámos para trás o tempo das vitórias morais (derrotas injustas) e encaramos o novo tempo das derrotas justas e que dão moral (e ensinamentos). Procurando nas derrotas identificar os problemas que depois de solucionados nos levam às vitórias. Se isso só pode acontecer perdendo, percamos então com estilo. O que me leva à seguinte interrogação: não terá sido o 1-5 com o Ajax a nossa maior vitória da época? No fim se verá, mas hoje tudo leva a crer que sim...

 

Tenor "Tudo ao molho...": Ugarte

SportingAmesterdao.jpg

16
Set21

Tudo ao molho e fé em Deus

Antony and the “Johnsons”


Pedro Azevedo

Quando aos 20 minutos Rúben Amorim olhou para o relvado e viu Inácio pedir a substituição sentiu que algo de apocalíptico podia acontecer. Vai daí, pensou no Nazareno como salvador. Mas Jesus Cristo, diga-se de passagem que compreensivelmente, andava por essa altura absorto com outros flagelos de igual dimensão no mundo (a fome, o desemprego, os refugiados, a pandemia...), pelo que totalmente indisponível, razão que levou Amorim a ter de improvisar com o nazareno do (António) Salvador, o Esgaio. A opção de Esgaio para central não deixou de surpreender. É que, tendo em conta o que se vem ouvindo com alguma compaixão ou comiseração por parte dos adeptos leoninos, as exuberantes qualidades defensivas do avançado Paulinho recomendá-lo-iam prioritariamente para a posição. Acontece porém que o nosso treinador manteve a fé no Paulinho goleador (o Coates estava impedido de jogar) e viria a ser premiado pouco depois quando o guarda-redes do Ajax permitiu que a raposa (epíteto comum aos pontas de lança) entrasse na capoeira e visasse o frango. Por aí tudo bem, e o povo voltou a acreditar. Só que não é com Vinagre que se apanham moscas e o Antony, com ou sem os Johnsons, foi zumbindo e zumbindo sobre a nossa ala esquerda, sem que o Nuno Santos se preocupasse em evitar os sucessivos 1x1 que a sua musiquinha ia entoando. Haller que se faz tarde, o ponta de lança dos lanceiros, na sua época de estreia na liga dourada, agradeceu para praticamente sentenciar o título de melhor marcador desta edição da Champions. 

 

Por essa altura, do nosso lado apenas o Matheus Nunes e o Porro mostravam competência para este nível de competição. Ainda procuraram dar-se como bóia de salvação ao resto da equipa, mas o Neto, o Esgaio e o Feddal metiam água por todos os lados, o Vinagre já era cadáver e a Pamela Anderson, o Hasselhoff e a restante patrulha do Baywatch há muito tempo que havia metido os papéis para a reforma. Adicionalmente, incapaz de se segurar fosse ao que fosse, baralhado nas sinapses pelas sucessivas e rápidas variações do centro de jogo impostas por Ryan Gravenberch, o motor do jogo neerlandês, o Palhinha andava completamente à deriva. Porém, com o Ajax a jogar o jogo pelo jogo e a não baixar linhas, a ingenuidade neerlandesa ainda fez acalentar a esperança e a ilusão dos adeptos. Assim, Palhinha e Feddal desperdiçaram boas oportunidades de reduzir diferenças antes do intervalo. 

 

No regresso dos balneários, o Amorim tirou o Vinagre e o Jovane e meteu o Matheus Reis (esquerda) e o Sarabia (direita). Mudou o bartender, mas o nosso flanco esquerdo continuou a ser um bar aberto para o Ajax saciar a sede de golos, com Antony e Mazraoui a criarem mais oportunidades para o Haller facturar. É certo que o Paulinho ainda marcou o que poderia ter sido o momentâneo 2-3 (e seu segundo golo na partida) e o Porro chutou ao poste, mas por essa altura já vigorava a Lei de Murphy, que fez inchar o pé do nosso ponta de lança para além dos limites regulamentares e impediu um grande golo, ou produziu um estranho efeito no ferro que o fez fundir mais a bola com as mãos do guarda-redes. 

 

Onde vai um, vão todos (ontem dizia alguém jocosamente que foram 5...) deve e vai continuar a ser o mote aglutinador. Mas o Sporting não pode abordar a grande montra onde tem a oportunidade de exibir os seus jogadores (e o clube) da forma que ontem se viu. Que começou na falta de uma estratégia que condicionasse o Antony sem que isso significasse abdicarmos dos nossos princípios de jogo, ou na não-transformação do sistema de 3-4-3 para 3-5-2 com a entrada de Daniel Bragança para o miolo (algo já testado no passado) e consequente fortalecimento do nosso meio campo (e respirar com bola, coisa que ontem não se viu). Adicionalmente, a ausência do capitão Coates foi por demais sentida, assim como a baixa de Pote, um jogador cuja inteligência teria certamente tirado partido do espaço entre-linhas que os neerlandeses permitiram durante a maior parte do tempo e não foi aproveitado por falta de discernimento dos nossos. Sendo que muitas vezes é nas derrotas que aprendemos as grandes lições da nossa vida que nos permitem evoluir, acreditemos na resposta dos nossos. O Rúben tem créditos. Lembram-se do pós-Lask Linz? Aí, leões!!!

 

Tenor "Tudo ao molho...": Matheus Nunes

ajax.jpg

15
Set21

A minha dúvida para hoje


Pedro Azevedo

Já que ninguém fala nisto, aqui ficam os meus cinquenta cêntimos para a discussão: irá Ruben Amorim manter a estrutura base do seu onze, optando por Jovane ou Sarabia na posição de interior direito, ou, alternativamente, mudará o sistema do 3-4-3 para um 3-5-2 e incluirá Daniel Bragança na equipa titular (libertando mais Matheus Nunes para as suas cavalgadas com bola)? 

15
Set21

Espelho mágico


Pedro Azevedo

O jogo desta noite em Alvalade colocará frente a frente duas escolas de Formação de renome na Europa. Dois projectos semelhantes na sua concepção, porém diferentes na sua adequação prática. Isto porque os leões têm-se dedicado à vã glória de precocemente desperdiçar talentos que mais tarde se vêm a impôr ao mais alto nível noutros clubes, enquanto os lanceiros se destacam pela optimização das sucessivas fornadas de jogadores saídos das suas camadas jovens, aliando o sucesso desportivo com a sustentabilidade económica e financeira. Embora os mais recentes ventos de mudança indiquem que as coisas estão a modificar-se para melhor em Alvalade, este jogo com o Ajax deverá ser encarado também como o nosso encontro com a realidade. Porque o Ajax de Janny van der Veen, Rinus Michels, Cruijff, van Basten e outros deverá ser um exemplo duradouro para nós, o paradigma das convicções fortes e da consistência das ideias acima das conjunturas de curto/médio prazo. Por isso, mais do que um adversário, do outro lado teremos um espelho mágico, que nos dirá que a mais bela Formação reside em Amesterdão. Mais do que invejar tal ou ser roídos pelo ciúme, a nós caberá perceber que há um caminho pela frente cheio de obstáculos que cumpre continuar a percorrer. Se o fizermos, talvez um dia o espelho nos venha a dizer que a mais bela Formação estará localizada em Alcochete. E assim viveremos felizes para sempre, tal como nos contos de fadas. 

 

P.S. Os irmãos Grimm estão para o Grimi como o Germano está para o género humano. 

academia.jpg

22
Abr19

Pequenas estórias da Champions


Pedro Azevedo

Mané, Firmino, Origi e Salah são os puros-sangue que dão tração à quadriga Ma-fi-o-sa do Liverpool, a qual se infiltra nas linhas atrasadas adversárias e lhes provoca grande dano. Mas os cavalos também se abatem e, tal como no célebre romance homónimo de Horace McCoy, o tango de Messi e Suarez pode testar ao extremo a resistência dos seus competidores.  

 

Os cavaleiros holandeses do Ajax são guerreiros armados de lanças bem afiadas. A esperança do Tottenham é que as esporas (Spurs, em inglês) nas suas botas possam constituir uma pedra no sapato. 

17
Abr19

Limpinho, limpinho como o Ajax!


Pedro Azevedo

O Ajax venceu a Juventus - previamente havia batido o Real Madrid, campeão em título - nos quartos-de-final da Champions com 6 jogadores da sua Formação no "onze" inicial que apresentou em Turim. 

 

Daley Blind (no clube desde os 8 anos de idade, foi posteriormente vendido ao Manchester United, tendo regressado esta época), Frankie de Jong (chegou com 18 anos, proveniente do Willem II), Matthijs de Ligt (desde os 10 anos), Noussair Mazzraoui, Donny Van de Beek (desde os 11 anos) e Joel Veltman (desde os 9 anos) fizeram toda a Formação ou completaram-na nos "lanceiros". Adicionalmente, o brasileiro David Neres (ex-São Paulo) e o camaronês André Onana (ex-Barcelona) chegaram ao clube de Amesterdão com 19 anos. Dos restantes 3 jogadores, o marroquino Hakim Ziyech foi formado no Heerenveen e comprado ao Twente quando tinha 23 anos, o dinamarquês Lasse Schone chegou proveniente do NEC Nijmegen aos 26 anos e o sérvio Dusan Tadic, após alguns anos na Eredivisie (com passagens por Groningen e Twente), foi comprado, já com 30 anos, esta época aos ingleses do Southampton. 

 

Nota-se a preocupação do clube em mesclar a juventude proveniente da sua Formação (e as jovens promessas que vai recrutando através do Scouting) com jogadores experientes. Assim, Schone (32 anos), Tadic (30 anos) e o recém-regressado Blind (29 anos) adicionam a maturidade necessária para o sucesso nos grandes palcos. No entanto, a rodagem já adquirida pelos jovens jogadores não deixa de ser surpreendente, como se pôde comprovar a noite passada em Turim. De facto, os novatos Van de Beek (20 anos) e de Ligt (19 anos) marcaram os golos que eliminaram a "Vecchia Signora", uma ironia só por si. Para além dos 3 jogadores já citados em cima, destaca-se ainda a experiência do sólido defesa Veltman (27 anos) e do endiabrado Ziyech (26 anos). Mazzroui e de Jong (21 anos), Neres (22) e Onana (23) completam o lote.

 

Longe do poder económico de outros grandes clubes europeus, situado num pequeno país do centro da Europa, o Ajax cedo definiu uma estratégia baseada na pesquisa e desenvolvimento de novos jogadores. A qual vai complementando com aquisições cirúrgicas que adicionam maturidade e/ou classe às esucessivas equipas do clube. Havendo inevitavelmente umas gerações melhores do que outras, não se pode dizer que o Ajax se tenha dado mal com esta estratégia, tal como o atestam 2 Campeonatos do Mundo de clubes, 4 Champions, 3 Supertaças europeias, 1 Taça das Taças, 1 Taça UEFA, e os 33 Campeonatos, 18 Taças e 8 Supertaças ganhos domesticamente. 

 

Para que a força de uma ideia vingue, os seus treinadores têm de se submeter ao modelo do clube. Caso contrário, não duram muito tempo. Assim, com uma estratégia clara e convicção por parte de dirigentes e treinadores, o clube vai fazendo mais com menos, em certas épocas conseguindo até bater o pé a colossos com muito maior poder económico, tal como o demonstra a final da Liga Europa de 2016/17, com Peter Bosz, ou as meias-finais da Champions atingidas esta temporada, com Erik Ten Hag ao leme.

 

Será assim tão difícil replicar um modelo de sucesso num clube que tem jogadores como Cristiano Ronaldo, Luís Figo ou Futre como cartão de visita da excelência da sua Formação?

 

P.S. No "onze" inicial apresentado em Turim, o Ajax teve seis jogadores Sub-23...

001708062-3236f3b5-759d-491e-9288-8380e9a8d6bb.jpg

 

07
Mar19

Os bebés de Keizer?


Pedro Azevedo

O jornal Record, hoje na capa, anuncia "Ajax brilhou com 5 bebés lançados por Keizer". Ora, a bem do rigor, tal simplesmente não corresponde à realidade. Sendo um facto que jogaram com Keizer, foi Peter Bosz que lançou esses e outros jogadores. Aliás, Onana, De Ligt, Ziyech, Dolberg (todos titulares), De Jong, Van de Beek e Neres (suplentes utilizados) jogaram na final da Liga Europa de 2016/17 que o Ajax perdeu para o Manchester United, na altura, de Mourinho. Dúvidas? Aqui fica a Ficha de Jogo com a devida vénia para o site zerozero. Porque a verdade é o que é.

ajax.jpg

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mensagens

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Siga-nos no Facebook

Castigo Máximo

Comentários recentes

  • Pedro Azevedo

    * o nome

  • Pedro Azevedo

    Obrigado, Hugo.O melhor será mesmo mudar I nine do...

  • Hugo

    O Castigo Máximo é terminal obrigatório após jogo ...

  • Pedro Azevedo

    Olá José, obrigado eu pelo seu feed-back. O Daniel...

  • Jose

    Olá Pedro, obrigado pelas análises com que nos b...