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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

25
Mai20

Os Salteadores da Alma Perdida


Pedro Azevedo

Em cada Sportinguista há um arqueólogo em busca da alma perdida, uma identidade que outrora nos tornou invencíveis e se extraviou algures no inexorável tempo. 

 

A história diz-nos que essa alma foi mais alimentada por vitórias do que propriamente pela força de uma idiossincrasia suficientemente vigorosa que nos unisse. Ora, não ganhando campeonatos de forma consecutiva desde 1954 e não vencendo em ano ímpar a partir de 1953, os Sportinguistas foram perdendo a sua identidade colectiva. O que resta hoje são fragmentos de memórias individuais de grandeza que urge serem colados a fim de formarem um todo que depois de reunido se pretende superior à soma das partes. 

 

Sejamos francos, o Sporting é um enorme clube, mas não está um grande clube. Ainda assim, é muito mais importante ser do que estar, pois isso é o nosso ADN, o que dá sentido à nossa existência em todos os momentos. Nesse sentido, ser Sporting agrega até o verbo que transmite identidade com o substantivo que denomina a nossa tribo. E é pela nossa tribo que devemos começar. O que é um ser do Sporting? Se pensarmos bem, existem demasiados clãs nessa tribo e isso, ao longo dos anos, tem fragmentado o nosso outrora ideário comum. Se não vejamos: já fomos um clube eclético, deixámos de o ser e voltámos a sê-lo, os sócios ora são vistos como sinal de vitalidade ora como um empecilho, há quem queira entregar o futebol a investidores privados, a formação não passa de um slogan tantas vezes apregoado e tão pouco cumprido que mais se assemelha a um placebo destinado a criar um "wishful thinking" no sócio e adepto. E estamos sempre a recomeçar, num sem-propósito, como se de um castigo de Sísifo se tratasse.

 

Ao contrário do que se possa pensar, num clube tantas visões estruturais diferentes não são um sinal de vitalidade. Pelo contrário, são um sinal de fraqueza. Há coisas que não devem ser postas em causa, pois não só confundem as pessoas e atentam contra aquilo que deveria ser a nossa identidade comum como abrem as portas à desagregação e ao radicalismo. É que um clube sem referências está exposto a tudo aquilo que configura o pior da nossa sociedade. E esse é o Sporting dos nossos dias, um clube sem uma Cultura corporativa forte capaz de bloquear determinado tipo de comportamentos, em que o presidente, em vez de doutrinar pelo exemplo e aproximar as pessoas do centro, é ele próprio, por instinto de preservação pessoal, fomentador do maniqueísmo e da guerra de trincheiras que não criou.

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