Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Castigo Máximo

02
Ago19

Os jogos da minha vida (III)


Pedro Azevedo

07.09.1988  Sporting - Ajax 4-2

 

A nossa equipa: Rodolfo Rodriguez; João Luiz, Venâncio, Morato e Fernando Mendes; Oceano, Carlos Manuel e Litos; Silas, Paulinho Cascavel (Rui Maside, aos 58 min.) e Forbs (Carlos Xavier, aos 82 min.).

 

A Holanda acabara de se sagrar campeã europeia. Nessa equipa, o Ajax tinha 4 elementos: o dúo Arnold Muhren/ Jan Wouters, títulares no miolo da Laranja Mecânica no Euro-88, o médio Aron Winter e o ala John Van`t Schip. Para além destes, os lanceiros tinham como destaque o guarda-redes Stanley Menzo - precursor no futebol mundial da ideia do guardião como líbero - , o defesa Frank Verlaat, os irmãos Witschge (Rob e Richard), o ponta de lança sueco Stefan Pettersson (eleito melhor jogador sueco em 87) e o craque que despontava, o genial Dennis Bergkamp.

 

Em contraposição, no Sporting vivia-se o período das "unhas". Jorge Gonçalves ascendera à presidência e com ele trouxera o guarda-redes uruguaio Rodolfo Rodriguez, os brasileiros Douglas, Silas e Ricardo Rocha, o sueco Eskilsson e o português Carlos Manuel, o "herói de Estugarda". O treinador era o também uruguaio Pedro Rocha, um dos melhores jogadores de sempre da selecção celeste. o único que disputou 4 fases finais de campeonatos do mundo.

 

Vivia-se um tempo novo em Alvalade. Após uma presidência marcante de João Rocha, o seu vice, e sucessor, Amado de Freitas pouco tempo estivera no cargo. Seguiu-se-lhe Jorge Gonçalves, o "bigodes", e com ele uma onda de euforia que viria rapidamente a desfazer-se por entre um mar de problemas financeiros. Mas, à data deste jogo, o ambiente ainda era de esperança e entusiasmo...

 

Sporting e Ajax defrontavam-se pela primeira vez na sua história, em jogo a contar para a 1ª mão da primeira eliminatória da Taça UEFA. Para mim, uma ocasião especial, pois iria ver ao vivo uma equipa cujas camisolas míticas e escola de futebol total me impressionavam desde a década anterior, quando Krol, Haan, Neeskens, Piet Keizer (tio do nosso actual treinador), Rep e Cruijff brilhavam a grande altura. Logo de início, uma tabelinha entre Oceano e Silas permitiria ao primeiro inaugurar o marcador. Pouco tempo depois, Pettersson igualava, de cabeça. Novo ataque do Sporting e Forbs é derrubado na área. Na conversão da penalidade, Paulinho Cascavel volta a dar vantagem ao Sporting, no clássico guarda-redes para um lado, bola para o outro. Ainda antes da meia-hora, insistência de Silas pela direita, passe para João Luiz, e do cruzamento deste, deflectido pelas pernas de Verlaat, resultaria novo golo dos leões. Em cima do intervalo, José Manuel Forbs, completamente isolado na área, perde a oportunidade de dilatar o activo. No reatamento, Oceano desperdiça nova chance de golo. Até que Silas, isolado por Carlos Manuel, cava um penalty no frente-a-frente com Menzo. Na sequência, Litos amplia o resultado. Perto do fim, o sueco Pettersson bisaria na partida, devolvendo a esperança aos holandeses de virarem a eliminatória, algo que não se viria a confirmar, pois os leões, com mais uma exibição portentosa de Silas, ganhariam de novo em Amesterdão (2-1). 

 

O Sporting derrotava assim o vencedor da Taça das Taças de 1987, uma equipa que perdera Frank Rijkaard e Marco Van Basten mas onde a sua fábrica de talentos já produzira novos craques como Rob Witschge (mais tarde no Barcelona) e Bergkamp (Arsenal), que agora apareciam nos grandes palcos. Para além disso, contava com inúmeros internacionais holandeses, muitos deles presentes no Verão anterior na Alemanha, onde a Holanda conseguiu a única (até hoje) importante conquista do seu futebol a nível de selecções. Por tudo isto, a vitória do Sporting neste jogo (e na eliminatória) revestiu-se de um carácter histórico, algo que tive a felicidade de presenciar "in-loco" e aqui deixo em testemunho.  

4 comentários

Comentar post

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mensagens

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

Siga-nos no Facebook

Castigo Máximo

Comentários recentes

  • Pedro Azevedo

    * o nome

  • Pedro Azevedo

    Obrigado, Hugo.O melhor será mesmo mudar I nine do...

  • Hugo

    O Castigo Máximo é terminal obrigatório após jogo ...

  • Pedro Azevedo

    Olá José, obrigado eu pelo seu feed-back. O Daniel...

  • Jose

    Olá Pedro, obrigado pelas análises com que nos b...